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12/12/2007 - 10:59

Nasce uma central classista e democrática

Nos próximos dias 12 a 14 de dezembro, acontece em Belo Horizonte, o congresso de fundação da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). São esperados centenas de sindicalistas, com destaque para os presidentes das maiores federações rurais do país, além de importantes sindicatos; em sua maioria, recém-saídos da CUT.

Do ponto de vista político, a CTB vai reunir lideranças da Corrente Sindical Classista (identificada com o PCdoB), do Sindicalismo Socialista Brasileiro (associado ao PSB) e muitos sindicalistas sem partido político, além de todos os que quiserem se somar para construir uma central sindical democrática, plural e independente.

O congresso reflete um movimento amplo de recomposição do sindicalismo nacional, que tem a ver com o novo cenário político criado no Brasil, após a eleição e reeleição de Lula, e na América Latina, com o apreciável avanço eleitoral da esquerda em diversos países.

Desse novo quadro político emergem novos desafios, sobressaindo a necessidade de se conquistar maior protagonismo para a classe trabalhadora, unificando-a nas lutas em defesa dos direitos sociais e por um outro projeto de nação, orientado para o desenvolvimento com soberania e valorização do trabalho.

A CTB pretende ser um forte instrumento a serviço da unidade dos trabalhadores e trabalhadoras, já que a unidade não é viável no interior de uma única central. Para viabilizar este objetivo, propõe a realização de uma Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), reunindo o conjunto do movimento sindical (CUT, FS, CTB, Nova Central, UGT, CGTB) para debater o tema e eleger uma mesa coordenadora, com representantes de todas as centrais e a função de encaminhar lutas unitárias em torno de bandeiras comuns, como desenvolvimento com valorização do trabalho, redução da jornada, salário mínimo, defesa dos direitos sociais, entre outras.

A ruptura com a CUT foi o desdobramento lógico e anunciado de sérias divergências relativas às concepções filosóficas, políticas e de métodos (ou conduta). A força cutista majoritária apegou-se ao que o meio sindical batizou de hegemonismo, negando-se a compartilhar espaços de poder e influência política com as outras correntes que atuam (ou atuavam) naquela central. Isto certamente foi um fator que afastou não apenas CSC e a SSB, como também os sindicalistas que constituíram o Conlutas e a Intersindical. O universo da CUT acabou restrito às correntes internas do PT, o que deveria motivar uma reflexão mais séria e profunda dos seus dirigentes.

Ademais, ao longo dos últimos anos a filosofia da colaboração de classes ganhou forma e corpo na CUT, através do chamado sindicalismo cidadão, que põe demasiada ênfase na negociação em detrimento da luta e compromete a autonomia e independência da central frente ao governo e ao patronato, conforme ficou evidente nas posturas vacilantes frente às reformas da Previdência (tanto no governo de FHC quanto no de Lula).

Outro fato de grande relevância é a posição teórica e prática da CUT contra a unicidade sindical, o que constitui uma aposta na divisão. Isto hoje está muito claro no campo, onde a criação de Federações dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (FETRAFs) e dos sindicatos a ela associados, com apoio da cúpula cutista, pressupõe o desmembramento das bases das entidades associadas à Contag (Confederação dos Trabalhadores na Agricultura).

A CTB nasce com o desafio de construir uma central verdadeiramente democrática e plural, adotando o princípio da proporcionalidade qualificada para a composição de sua direção, transparência na gestão política e financeira e outras iniciativas visando uma ampla unidade e participação das bases.

Tem a pretensão de viabilizar um sindicalismo de massas, organizando e conscientizando amplos setores do povo brasileiro na luta pelo desenvolvimento e por justiça social. Reafirma o compromisso classista de representar com lealdade e firmeza os interesses imediatos e futuros da classe trabalhadora, lutar contra o neoliberalismo e levantar com muito orgulho e coragem a histórica bandeira do socialismo.

. Por: Wagner Gomes é presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

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