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04/04/2014 - 09:10

Escolas Públicas - o maior desafio brasileiro

O “Fantástico” dedicou nos últimos domingos reportagens sobre a qualidade das escolas públicas no Brasil, relatando casos extremos: dos deploráveis barracões, sem carteiras, sem banheiros e sem merendas às pouquíssimas escolas modernas e com uma infraestrutura dos sonhos. Infelizmente, a grande maioria das escolas é carente de bons professores e de infraestrutura que favoreça a aprendizagem. Vivemos num país que investe pouco mais de R$ 5.000,00 por aluno por ano nas escolas públicas da educação básica. Por outro lado, torramos mais de R$ 25.000,00 por aluno por ano nas universidades públicas, onde a maioria dos alunos advém de famílias de renda mais elevada e mesmo assim não pagam nada, quando poderiam pagar uma parte pelo menos. Essa é uma das grandes distorções que gera ainda mais desigualdade no Brasil.

Por falar em desigualdade, sabemos que o Brasil é um dos países mais injustos do mundo. Essa péssima distribuição de riqueza é histórica, que só melhorou um pouco por causa do sucesso do Plano Real, que foi arquitetado quando FHC era ainda ministro e depois consolidado no seu governo. A melhoria da distribuição da riqueza no Brasil só acontecerá quando a educação básica for prioridade e as escolas públicas forem melhores que as privadas. O Japão nos ensinou muitas lições, mas a mais importante ocorreu em 1906 quando decidiram que ao completar 15 anos o “japonesinho” deveria ter 09 anos de escolaridade em tempo integral e de excelência. Atenção, essa lição ocorreu há mais de 100 anos e até hoje o Brasil não aprendeu esta lição minimamente básica.

Fui presidente da Fundação Educacional do Paraná (FUNDEPAR), uma instituição que cuida da infraestrutura das escolas do Estado. Depois de dois anos (1988-89), no cargo, e sem forças para provocar as mudanças, só me restou pedir demissão do cargo. Visitei mais de uma centena de escolas públicas e muitas vezes eu controlei minha emoção ao ver as carências das escolas. O que o “Fantástico” mostrou eu vi com meus próprios olhos, mas não tive o apoio do governo para fazer as mudanças. Os investimentos em educação nunca foram e não são prioridades. Por isso, assistimos há anos as péssimas condições de nossas escolas. Esta é a nossa triste realidade.

O Brasil é o único país do mundo que torra mais dinheiro com juros da dívida interna (no ano passado foram R$ 248 bilhões) do que investe em educação (não chega a R$ 100 bilhões por ano). Em outras palavras, fica claro que o problema não é falta de recursos, mas de gestão e de vontade política para transformar o Brasil num país desenvolvido e isto só vai ocorrer com povo educado. Educação é um processo que leva anos para efetivamente acontecer e nossos políticos não têm paciência para esperar este tempo. Só pensam no poder e no curto prazo.

O Programa Gestão Brasil, lançado pela Fundação Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC) em parceria com a EBS – Estação Business School, é uma alternativa para driblar os problemas de gestão das cidades brasileiras. O objetivo é capacitar gestores públicos, por meio de cursos 100% online, para que sejam capazes de fazer mais com menos e oferecer melhores serviços públicos aos cidadãos.

. Por: Judas Tadeu Grassi Mendes, Ph.D. em Economia e diretor-presidente da Estação Business School.[www.gestaobrasil.com].

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