Sistema Firjan e Inmetro apresentam vantagens da certificação florestal

Rio de Janeiro inicia indústria de base florestal no Noroeste fluminense.

A importância da certificação florestal para a sustentabilidade econômica e ambiental dos projetos da indústria de base florestal no Estado do Rio de Janeiro, em fase de implantação, foi discutida em seminário internacional, no dia 12 de dezembro, promovido pelo Sistema Firjan e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). No Noroeste fluminense, numa área de 500 hectares, já existem 40 projetos de parceria com proprietários rurais com uma das maiores empresas do setor de papel e celulose.

“O desenvolvimento do interior do Estado do Rio de Janeiro é uma das prioridades do Sistema Firjan e a silvicultura econômica é uma atividade central dessa estratégia nas regiões Norte, Noroeste e Sul. A criação de uma base florestal expressiva é o primeiro passo para atrair as indústrias que processam madeira e para que ampliem seus investimentos no estado”, disse Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente do Sistema Firjan.

O lançamento da indústria de base florestal, no estado, é um projeto que o Sistema Firjan desenvolve desde 2002, voltado para as regiões Norte, Noroeste e Sul fluminenses, com o planejamento de novos plantios numa área de 40 mil hectares, distribuídos entre pequenos proprietários rurais interessados na transferência de tecnologia, fornecimento de mudas, sementes e financiamento, com a garantida de compra da madeira produzida.

As palestras do seminário “Certificação florestal” destacaram a utilização da madeira obtida por processo produtivo manejado, de forma ecologicamente adequada, socialmente justa e economicamente viável. No Brasil, o cumprimento desses critérios é avaliado e certificado pelo Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor), do Inmetro, de caráter voluntário, e que tem reconhecimento internacional.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Júlio Bueno, lembrou a competitividade brasileira nas exportações de celulose de fibra curta, derivada do eucalipto, e a necessidade de o país combater o desmatamento. “Implantar o sistema de certificação florestal dá segurança à comunidade internacional de que a madeira procede de locais corretos, lastreada por manejo florestal adequado. O Rio de Janeiro estava fora do jogo do mercado mundial. Com a aprovação da lei estadual de reflorestamento, o estado entra na rota do desenvolvimento florestal”, acrescentou ele.

O presidente do Inmetro, João Jornada, informou que o Brasil contabiliza mais US$ 5 bilhões nas exportações de celulose desde a implantação do Cerflor, em 2001, mas com a primeira certificação concedida em 2003. O Cerflor, desenvolvido pelo Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC) e gerenciado pelo Inmetro, segue as regras internacionais de normalização, avaliação da conformidade e acreditação de organismos atuantes nessa área.

Participaram do seminário os presidentes do Program for the Endorsement of Forest Certification Schemes (PEFC), Mike Clark; e do European Accreditation, Lorenzo Thione; entre outros representantes da área de silvicultura e da indústria de papel e celulose.

O PEFC é uma organização independente, não-governamental, sem fins lucrativos, criada em 1999 com o objetivo de promover a sustentabilidade do manejo florestal realizada por meio da certificação de terceira parte. É uma organização que atua em nível global na avaliação e reconhecimento dos sistemas de certificação florestal nacionais. Esses sistemas nacionais reconhecidos cobrem uma área de mais de 200 milhões de hectares de florestas certificadas, produzindo milhões de toneladas de madeira certificadas com a marca PEFC.

O Cerflor, reconhecido pelo PEFC desde 2005, tornou o Brasil o único país certificado para florestas nativas tropicais. Além disso, o país é uma das 33 nações que integram o organismo internacional, representado aqui pelo Inmetro.