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12/04/2014 - 07:33

Doença de Parkinson necessita de exames criteriosos para seu diagnóstico

Atualmente vemos um crescente aumento da expectativa de vida da população mundial, graças ao desenvolvimento econômico – que tende a diminuir a incidência de enfermidades associadas às condições precárias de vida -, à conscientização da população sobre os cuidados básicos com a saúde, à melhor alimentação e atividade física regular, ao diagnóstico mais precoce das doenças e os avanços da medicina.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida dos brasileiros de ambos os sexos passou de 74,1, em 2011, para 74,6 anos, em 2012. Com o envelhecimento crescente da população, doenças degenerativas do sistema nervoso central (SNC), como demência de Alzheimer e doença de Parkinson, têm sido diagnosticadas com frequência cada vez maior. Segundo estimativa da Associação Brasil Parkinson, a doença de Parkinson atinge entre 200 a 400 mil brasileiros.

A doença de Parkinson, cujo dia mundial é 11 de abril, é a segunda enfermidade degenerativa mais comum na população que envelhece, perdendo apenas para a demência de Alzheimer. A doença surge mais frequentemente acima dos 60 anos e é resultado da perda de dopamina no cérebro, um neurotransmissor responsável pelo controle dos movimentos do corpo. O sintoma mais frequente é o tremor, presente em 85% dos pacientes, que geralmente ocorre nas mãos, podendo afetar ambas ou apenas uma delas. Outra característica deste tremor é que ele tipicamente acontece durante o repouso, ou seja, quando se está com as mãos paradas. Ele tende a melhorar quando o corpo está em movimento (por exemplo, ao pegar um copo). Outras manifestações motoras são a lentificação, rigidez, dificuldade de iniciar o movimento e de se equilibrar.

Em um paciente com lentificação, a presença de pelo menos um dos demais sintomas permite sugerir o diagnóstico de parkinsonismo. A doença é progressiva e apesar das manifestações motoras proeminentes, podem desenvolver, com o tempo, um raciocínio mais lento e até mesmo a demência.

O diagnóstico final desta doença é feito pela exclusão da possibilidade de outras enfermidades, como outras formas de parkinsonismo (vascular, por exemplo), tremor essencial, cerebelar ou induzido por medicamentos e doença de Huntington. Para isso, o médico conta com diferentes exames: análises clínicas e diagnóstico por imagem, como tomografia computadorizada (TC) e, principalmente, ressonância magnética (RM), que também auxiliam para o conhecimento do estadiamento da doença.

O TC e a RM mostram imagens do cérebro capazes de identificar se há alguma causa secundária para o aparecimento dos sintomas, como câncer e lesões vasculares. Já o exame de PET/CT analisa se os neurônios produtores de dopamina do cérebro estão em pleno funcionamento. Além disso, a RM tem como principal papel excluir outras causas de parkinsonismo, como o vascular e as doenças conhecidas como Parkinson Plus ou atípico (atrofia de múltiplos sistemas, degeneração córtico-basal e paralisia supra nuclear progressiva), as quais determinam alterações bem típicas na imagem.

Apesar dos avanços no diagnóstico precoce de parkinsonismo, não existe cura para a doença e o seu tratamento apenas ajuda a aliviar os sintomas e retardar a rápida progressão do Parkinson. Podem ser utilizados medicamentos, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional.

Para os pacientes que não respondem ao tratamento com medicamentos, existe a opção da cirurgia com implantação de um neuroestimulador. Para estes pacientes, a RM também é importante, tanto no pré-operatório, definindo a anatomia exata das estruturas cranianas que são os alvos para a implantação do neuroestimulador, quanto no pós-operatório, para documentar a posição do implante. | Fonte: Lara Brandão, neuroradiologista da clínica Fellipe Matosso.

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