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12/04/2014 - 07:39

Rio de Janeiro é pioneiro na produção de ração para bijupirá

À base de farinha importada da África, produto produzido pela Fiperj será entregue para teste em Angra dos Reis(RJ).

O Rio de Janeiro sai na frente como primeiro estado do Brasil a testar uma ração diferenciada para peixes, especialmente rica em proteínas e ácidos graxos, os ômegas 3 e 6. À base de farinha de alta qualidade doada à Secretaria de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca (Sedrap) pelo internacional ASML Group, da Mauritânia [República no Noroeste da África], o produto foi elaborado por técnicos da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj), vinculada à Sedrap. A ração foi entregue à Secretaria de Pesca e Aquicultura de Angra dos Reis no dia 11 de abril (sexta-feira), para ser usada experimentalmente na Baía da Ilha Grande por maricultores e produtores rurais das fazendas de produção do bijupirá, peixe conhecido como o salmão brasileiro, ainda sem ração específica.

A nova ração foi elaborada por técnicos em nutrição da Estação Experimental de Guaratiba, unidade da Fiperj na Zona Oeste do Rio, e sua fabricação é fruto de parceria da Sedrap com a empresa Central Norte Rações, em Bom Jardim. Sobre a principal matéria-prima do produto, o biólogo marinho e pesquisador Felipe Schwahoser Landuci explica que se trata de uma farinha de alta qualidade, produzida a partir de peixes inteiros, e não com o que sobra do processo de enlatamento, como é o caso das nacionais.

“Essa farinha tem alto nível de proteínas e parâmetros bioquímicos, e menos cálcio, pois usa tudo do pescado, o que garante uma composição com mais carne e menos espinha. O resultado é uma das melhores farinhas de peixe produzidas no mundo, comparada apenas às fabricadas no Chile e no Peru”, diz o pesquisador, que fez o contato com o representante da ASML Group na América Latina, abrindo o caminho para a parceria.

Além de ingerir mais proteína, quem consome o peixe criado à base dessa ração absorve mais ômegas 3 e 6, que trazem inúmeros benefícios para o cérebro e o coração, indicados até no controle da menopausa. O diretor de Pesquisa e Produção da Fiperj, Augusto Pereira, destaca uma outra vantagem esperada com o uso do novo produto: menos gastos na produção da espécie. Um bijupirá engorda cerca de 3,5 quilos no primeiro ano. A estimativa é de que essa média seja mantida, só que com ganhos no índice de conversão alimentar: a diferença entre o consumo de ração e o peso adquirido.

“Para se ter uma ideia, nos peixes alimentados com restos de sardinha são gastos de cinco a oito quilos para cada quilo de engorda. Já com essa ração, o índice estimado é de dois quilos para cada quilo do peixe – explica o diretor da Fiperj. Ao todo, foram doados à Sedrap 300 quilos de farinha que resultaram em 230 quilos de ração a serem usadas nas fazendas de bijupirá e submetidas a testes de desempenho zootécnico e viabilidade econômica. “Se houver equilíbrio em relação ao desempenho e preço do produto, a ideia é que a fábrica parceira no projeto coloque a ração em sua linha de produção”, adianta o pesquisador Felipe Landuci.

A Secretaria de Pesca e Aquicultura de Angra dos Reis fica na Avenida Almirante Júlio César de Noronha, 317, no bairro São Bento.

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