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13/12/2007 - 12:23

Cooperativismo: é hora de consolidar e crescer

O cooperativismo paulista está consolidado e se prepara para o crescimento sustentado. O espaço para crescimento é enorme. A importância do sistema cooperativista para o estado é nítida.

Em 2006, as 1.011 cooperativas de São Paulo movimentaram cerca de R$ 15 bilhões. Mais do que isso, esse movimento econômico-social promoveu mudanças, para melhor, na vida dos 2,8 milhões de cooperados e suas famílias.

São números substanciais, que saltam aos olhos, mas ainda muito pequenos se considerarmos o potencial do estado de São Paulo e que o número de cooperados não chega a 7% dos 41 milhões de habitantes. No Brasil, as cooperativas são responsáveis pela movimentação de 6% do Produto Interno Bruto (PIB). Em alguns países europeus, essa participação assume valores acima de 70% do PIB. Ou seja, há muito espaço para o crescimento do número de cooperativas e cooperados nos diversos ramos que compõem o sistema.

A cooperação, que desde as eras mais remotas existe nas sociedades humanas, sempre esteve presente como resultante de necessidades imperiosas de sobrevivência. O cooperativismo tomou a cooperação como princípio e se estruturou como sistema há pouco mais de um século. Hoje se apresenta como capaz de constituir a base econômica de todas as atividades de produção e distribuição de riquezas do país.

Esse cenário ganha maior significado quando olhamos para o momento econômico do país. O mercado de trabalho formal tem cada vez menos condições de abrigar a força de trabalho do país. O cooperativismo, enquanto associação de pessoas com interesses e objetivos econômicos comuns que busca realizar interesses e objetivos individuais, se torna uma grande opção à informalidade, tão prejudicial ao desenvolvimento do estado.

Mais do que isso, os Princípios do Cooperativismo, traçados em 1844 por um grupo de tecelões ingleses que buscava uma forma de amenizar os traumas sofridos pela classe trabalhadora decorrentes da Revolução Industrial, são o caminho para uma verdadeira revolução sócio-econômica no estado de São Paulo, no Brasil e no mundo.

Nosso entendimento é que a Lei de Incentivo ao Cooperativismo Paulista (12.226/06) deva ser regulamentada de forma urgente, para que o estado possa proporcionar condições para o desenvolvimento sustentado do Sistema Cooperativista. Não defendo a tutela do estado, muito pelo contrário. É necessário entender o cooperativismo de forma ampla, verificando que as cooperativas, por serem “empresas de pessoas”, têm características que devem ser respeitadas, sem protecionismos, mas com incentivo ao empreendedorismo e espírito de luta dos brasileiros.

Temos que investir na educação cooperativista, como está previsto na Lei Paulista, desenhada com a interação das principais lideranças cooperativistas do estado. Precisamos fazer nossa parte em São Paulo, para que o Congresso Nacional faça a dele, reformando a Lei 5.764/71, que regula o setor no país e que está ultrapassada, atrapalhando o desenvolvimento do cooperativismo no Brasil.

Como Secretário da Agricultura do Estado de São Paulo e, depois, como Ministro da Agricultura, convivi muito de perto com o trabalho extraordinário realizado pelas cooperativas no setor produtivo brasileiro. Constatei, com orgulho, que a percepção que tive na minha juventude, quando fui dirigente da cooperativa de crédito e da cooperativa de consumo dos funcionários da Bombril, estava certa.

São muitas experiências extraordinárias, como o cooperativismo de saúde, que presta serviço de qualidade aos seus usuários; as cooperativas de crédito mútuo, que têm sido um “porto seguro” para que seus associados possam obter crédito com juros justos e de maneira mais digna; as cooperativas educacionais, que proporcionam ensino de qualidade com valores honestos; além do ramo de consumo, que tem quase 1,5 milhão de cooperados que fazem compras a preços competitivos e ajudam, inclusive, a regular o valor dos produtos nas grandes redes de supermercados.

No estado de São Paulo, existem 10 ramos de cooperativas: Agropecuária, Consumo, Crédito, Educacional, Habitacional, Infra-Estrutura, Produção, Saúde, Trabalho e Transporte. O valor de cada uma das cooperativas, de cada um dos ramos, tem que ser reconhecido pela sociedade pela vertente econômica e também pela social.

É preciso canalizar os esforços, multiplicando as cooperativas e trabalhando para que as entidades criadas para representá-las, como a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), possam ser cada dia mais um instrumento da consolidação e do avanço do sistema cooperativista. A realidade é que temos que lutar pela expansão do cooperativismo paulista, para que tenhamos um estado melhor e mais justo.

. Por: José Antonio de Barros Munhoz é deputado estadual pelo PSDB, líder do governo José Serra na Assembléia Legislativa de São Paulo e coordenador da Frente Parlamentar para Defesa do Cooperativismo Paulista (Frencoop-SP).

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