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18/04/2014 - 05:22

Outono, época de tempo seco e muita poluição: um risco para os olhos


Oftalmologista Richard Yudi Hida fala sobre a Síndrome do Olho Seco e dá algumas dicas sobre como se proteger das intempéries climáticas da estação.

A chegada do outono, a tão conhecida estação das folhas, tem como principais características uma temperatura mais amena e a baixa umidade do ar. Mas o que muitas pessoas não sabem é que este clima, embora mais agradável que o do verão, favorece a proliferação de doenças, como alergias e doenças pulmonares. Mas, e os olhos? Será que também é preciso se preocupar com eles? Sim! Eles são um dos maiores prejudicados neste período.

O grande vilão no outono é o tempo seco, já que por conta dele as partículas de poluição ficam mais densas, o que, consequentemente, aumenta a probabilidade de ressecamento das lágrimas, cuja principal função é proteger os olhos. De acordo com o oftalmologista Richard Yudi Hida, por conta da pouca lubrificação ocular, é crescente o aumento de pacientes com olhos vermelhos, lacrimejamento, fotofobia (sensibilidade à luz), sensação de corpo estranho, irritação e visão borrada. “Esses problemas são também sintomas da Síndrome do Olho Seco, que é a doença ocular mais comum no mundo. Só no Brasil ela atinge cerca de 18 milhões de pessoas. Essa síndrome altera a quantidade de lágrimas nos olhos e, as pessoas que a possuem ficam mais sujeitas à ação de fungos e bactérias. Nos casos mais extremos, o ressecamento e as constantes infecções e inflamações podem levar à perda de visão”, explica o médico.

O público feminino, no entanto, é o que está mais sujeito à síndrome, por conta do contato das bordas palpebrais com filtros solares, cremes e maquilagem. Além disso, também são suscetíveis à doença os usuários de lentes de contatos, idosos, pessoas que trabalham em ambientes com ar condicionado e que passam muito tempo em frente ao computador ou no trânsito.

Além do Olho Seco, no outono também é comum o aumento de casos de pacientes com alergia ocular e conjuntivite, o que torna extremamente importante a realização de uma consulta a um especialista, antes que seja feito o auto tratamento. “Cada doença tem um tipo de medicamento e, se a pessoa fizer uso de medicação errada ou não realizar o tratamento completo, uma doença simples pode se tornar em um grande problema ocular. Por exemplo, o olho seco pode evoluir para uma úlcera de córnea; a conjuntivite pode criar cicatrizes permanentes que diminuem a acuidade visual; e as alergias podem progredir para uma ceratocone, que é uma deformação na parte central da córnea, causada pela coceira constante”, ressalta Dr. Richard.

O médico ainda acrescenta que, a superfície dos nossos olhos possui uma película de proteção. “Essa película é composta por água e óleo, mas ela fica bifásica (ficam separados, a água em contato com a córnea e a camada oleosa protegendo a camada aquosa). A camada oleosa que é responsável por permitir que o ser humano pisque a cada 5 a 10 segundos, evitando a camada aquosa de evaporar”, explica.

Confira abaixo algumas medidas que, segundo o oftalmologista, podem ser adotadas para melhorar essa condição no dia a dia: . Durma bem (dormir mal nos permite “cansar a vista” mais rápido);

.Tenha uma boa alimentação, com alimentos ricos em vitamina A, E e ômega 3;

.Beba bastante líquido durante o dia (até dois litros de água por dia);

.Caso os olhos comecem a ressecar e/ou coçar, procure seu oftalmologista. Não realize compressas gelada com soro fisiológico;

.Evite locais com ar condicionado sem manutenção adequada;

.Caso a “vista esteja cansada”, descanse por cinco minutos a cada hora de trabalho (feche os olhos por alguns segundos e olhe para o horizonte);

. Umidifique ambientes de sua casa com vasilhas d’água, toalhas úmidas e umidificadores de ar;

.Ácaros são causadores de alergias, portanto, deixe os ambientes de sua casa arejados, passe aspirador de pó e fique atento com a limpeza de seus bichos de estimação;

.O uso do microcomputador deve ser realizado com uma adequada altura, brilho e contraste. Não se deve exagerar no seu uso;

.Em caso de suspeita de conjuntivite, procure seu oftalmologista. Existe vários tipos de inflamação da conjuntiva (conjuntivite) que deve ser esclarecido com seu médico para tratar de uma forma adequada;

. Realize limpeza dos cílios com shampoo neutro infantil, porém, converse com seu oftalmologista para melhor orientação e objetivo deste tratamento.

Perfil- Dr. Richard Yudi Hida: há quase 20 anos, Dr. Richard Yudi Hida atua na área de oftalmologia clínica e cirúrgica no tratamento das mais variadas doenças visuais. Atualmente é:

Chefe do Setor de Catarata do Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de São Paulo, responsável por cerca de 350 cirurgias por mês, ensino de 36 residentes e 20 aperfeiçoandos (ensino e casos complicados); Diretor técnico do Banco de Tecidos Oculares da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, responsável por coordenar a distribuição de tecidos oculares desta instituição; Membro da equipe de Transplante de Córnea do Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de São Paulo; e Médico colaborador e membro do Grupo de Estudo em Superfície Ocular do Departamento de Oftalmologia da Universidade de São Paulo (USP), responsável por orientar inúmeras pesquisas internacionais e nacionais sobre tratamento e diagnóstico de doenças da superfície ocular.

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