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29/04/2014 - 08:14

Indústria siderúrgica brasileira busca a competitividade sistêmica


Mesmo que neste primeiro trimestre de 2014, a produção brasileira de aço bruto alcançou 8,3 milhões de toneladas, uma alta de 1,5% em relação ao mesmo período de 2013. Produção de laminados longos, com crescimento de 7,9% no período, o IABr, enumera a perda de competitividade nos últimos anos, o que dificulta a exportação e aumenta as importações de aço. E já montaram a “Coalizão Pró-Competitividade” junto com 20 instituições representativas de vários segmentos econômicos, vão para o fórum da OCDE discutir o assunto e encontrar a saída.

A capacidade de produção de aço mundial passa por uma excedência, e é a grande preocupação do segmento já para este ano. “O cenário internacional continua difícil, com excedente de capacidade de produção de cerca de 600 milhões de toneladas de aço, segundo previsão da Associação Mundial do Aço (Worldsteel Association), tornando a competição ainda mais acirrada”, disse o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes, em coletiva com jornalistas no dia 28 de abril (segunda-feira), no Edifício RB1, Centro do Rio de Janeiro.

“A manutenção das assimetrias competitivas - como a cumulatividade dos impostos, alta carga tributária, elevado custo de energia e câmbio ainda valorizado - resultaram no primeiro trimestre desse ano em um incremento das importações de aço e queda significativa nas suas exportações. Foram 877 mil toneladas de produtos siderúrgicos importados no ano, alta de 3,9% em relação ao mesmo período de 2013”, frisou o executivo.

“O crescimento de 3,1% da produção global, previsto para 2014, e de 3,3% em 2015, não contribui para a redução do excedente. O necessário seria retirar em torno de 300 milhões de toneladas do excedente de produção, observou Mello Lopes.

Marco Pollo informou que nos dias 05 e 06 de junho estarão em Paris, no fórum de discussão promovida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cujo Comitê do Aço teve a vice-presidência assumida recentemente pelo diretor do Departamento de Competitividade Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alexandre Comin.

Para isso O IABr elaborou trabalho em conjunto com o MDIC e as duas entidades preparam as estratégias e prioridades que serão levadas regionalmente à OCDE pela Associação Latino-Americana do Aço (Alacero),“Nós vamos acampar na OCDE”, garantiu o presidente.

“A preocupação do setor com o fato de 38% da produção global de aço serem oriundos de empresas estatais, das quais 34% estão na China. Os chineses, inclusive, já estariam fazendo o dever de casa, começando a desativar usinas que se mostram obsoletas”, observou Marco Pollo.

O executivo vê o momento com um cenário difícil, “nós  precisaríamos estar tomando decisões que não estão sendo tomadas, o remédio, seria uma proteção emergencial por um prazo determinado, para que a indústria possa respirar, retornando, ao fim do período estipulado, para a correção das assimetrias existentes”, avaliou.

Coalizão Pró-Competitividade -Visando ampliar a competitividade do aço nacional, o IABr montou a “Coalizão Pró-Competitividade” junto com 20 instituições representativas de vários segmentos econômicos, cuja coordenação, no primeiro momento, está a cargo da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Os integrantes da coalizão já tiveram reuniões com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, e têm como próximo passo um encontro com a presidenta Dilma Rousseff,  frisou Lopes.

“A coalizão entende que a solução é ir à Presidência da República para discutir soluções emergenciais”, destacou. Esclareceu que,  se for mantido o ritmo dos últimos cinco anos, as importações de produtos siderúrgicos representarão 58% no consumo final, no Brasil, em 2022, o que significa “ inviabilizar a indústria nacional”, complementa.

Ele ainda defende que toda a indústria da transformação seja protegida da concorrência predatória. “Os Estados Unidos fecharam por anos o seu mercado interno, com salvaguardas e outros mecanismos de proteção, para que sua indústria pudesse ser recomposta, da mesma maneira, se não quisermos perder a indústria da transformação, acho que, neste momento, a prioridade absoluta é a proteção”, disse Lopes . “Já o crescimento sustentável está dentro de um contexto mais amplo, que conjuga investimento privado e público, mais poupança”, conclui.

1T14 -A manutenção das assimetrias competitivas - como a cumulatividade dos impostos, alta carga tributária, elevado custo de energia e câmbio ainda valorizado - resultaram no primeiro trimestre desse ano em um incremento das importações de aço e queda significativa nas suas exportações. Foram 877 mil toneladas de produtos siderúrgicos importados no ano, alta de 3,9% em relação ao mesmo período de 2013.

As exportações no primeiro trimestre totalizaram dois milhões de toneladas e 1,5 bilhão de dólares, representando declínio de 19,1% em volume e de 6,9 % em valor, quando comparados ao mesmo período do ano anterior.

A produção brasileira de aço bruto alcançou 8,3 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2014, alta de 1,5% em relação ao mesmo período de 2013. O destaque foi a produção de laminados longos, que apresentou crescimento de 7,9% no período, devido principalmente à retomada do setor de construção civil predial. Caso a construção industrializada fosse mais disseminada no Brasil, o consumo de aço seria ainda maior nas edificações. Já a produção de laminados planos, por sua vez, mostrou queda de 2,4% nos primeiros três meses de 2014, tendo sido impactada, sobretudo pela queda das exportações, que se reduziram em 27,3%. Quanto às vendas internas, o resultado acumulado em 2014 foi de 5,5 milhões de toneladas, crescimento de 1,8% com relação ao mesmo período do ano anterior.

O consumo aparente de produtos siderúrgicos (6,3 milhões de toneladas) teve alta de 2,5% no período de janeiro a março, com destaque para os produtos planos com alta de 4,6%. Cabe ressaltar, entretanto, que a alta no consumo aparente de produtos planos neste período foi impactado principalmente pela elevação de 22,9% das importações de planos, uma vez que as vendas destes produtos apresentaram modesto crescimento de 2,3% no mesmo período.

• Indústria do Aço no Brasil e no Mundo

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