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10/05/2014 - 08:50

O exemplo ambiental da agricultura

O agronegócio brasileiro deve registrar a maior safra de grãos da história do país, resultado do aumento da produtividade das fazendas brasileiras e do esforço do produtor rural, que ocupa lugar de destaque na busca de novas divisas por meio do aumento de exportações. O árduo trabalho no campo nem sempre foi visto com bons olhos por grande parcela da população, e tem recebido o selo de vilão do meio ambiente.

Mas a produção agrícola brasileira, já de longa data, vem passando por profundas mudanças com inovações tecnológicas, ganho de produtividade e melhora da relação entre a produção e o meio ambiente como inúmeras práticas conservacionistas. A forte atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) coloca o país como modelo para as nações do mundo no desenvolvimento de técnicas agrícolas. E, recentemente, aprovamos um novo Código Florestal, após amplo debate com os agentes de vários segmentos. O resultado talvez não agrade gregos e troianos, mas traz conquistas essenciais para o equilíbrio entre a produção e a preservação.

Um novo estudo, que foi publicado em forma de artigo na edição de janeiro da revista Nature Climate Change, tendo o professor David Montenegro Lapola, do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro, como principal autor, desmistifica o papel de vilão do agricultor brasileiro. O estudo revela que, mesmo com a expansão nos últimos dez anos, a agricultura brasileira reduziu as emissões de gases do efeito estufa e o desmatamento.

São Paulo é um dos exemplos positivos citados pelo pesquisador. O estado registrou expansão na cultura de cana-de-açúcar no período analisado, mas ela ocorreu sobre áreas de pastagem. A mudança de padrão do uso do solo contribuiu para uma redução de 0,9º C na temperatura. O efeito positivo do novo uso do solo, com maior cobertura vegetal, contribuiu para aumentar a evapotranspiração. O fenômeno libera mais água para a atmosfera e ajuda a resfriar o clima local. Quem conhece de perto o setor, sabe do papel fundamental das cooperativas nessa transformação, orientando seus associados e difundindo novas técnicas agrícolas.

As mudanças de paradigmas pontuadas na pesquisa são ainda resultados de um novo comportamento do homem do campo, que estamos observando também nas cooperativas paulistas. Um bom e velho ditado popular diz que “quem planta vento, colhe tempestade”. Frase comum, mas que está incorporada no cotidiano dos nossos produtores, que respeitam o seu local de trabalho e sabem que é da terra, da natureza, que vem o sustento familiar e, por isso, a preocupação com o meio ambiente é essencial para sua sobrevivência.

.Por: Edivaldo Del Grande, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (Sescoop/SP).

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