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15/05/2014 - 09:57

“A utopia da Pequena África: projetos urbanísticos, patrimônios e conflitos na Zona Portuária carioca”


Nas últimas décadas, amplas intervenções urbanísticas nos bair­ros centrais e portuários “degradados” das grandes cidades têm buscado inserir tais áreas na lógica internacional de compe­tição pela atração de capitais e dos megaeventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Mas nem tudo pode ser ideologicamente construído ou economicamente potencializado. Quando se tra­ta do passado de pessoas, objetos e espaços, diferentes e deses­tabilizadoras memórias, como a da “Pequena África”, na região portuária carioca, são sempre passíveis de serem movimentadas, trazendo à tona versões não exibidas da cidade.

Em “A utopia da Pequena África: projetos urbanísticos, patrimônios e conflitos na Zona Portuária carioca”, Roberta Guimarães analisa e descreve o Morro da Conceição. Localizado na Zona Portuária da cidade – espaço marcado por diversos agentes e diferentes razões como um espaço tradicional e autêntico, mas que também tem sido alvo de grandes intervenções urbanísticas. Essas mudanças, no entanto, não ocorrem no vazio social: operam em uma intrincada rede de relações sociais locais e dinâmicas.

“A utopia da Pe­quena África” está ligada à elaboração, por parte de alguns habitantes do morro, de um modelo de ancestrali­dade, identidade e religiosidade afri­canas distante do ponto de vista dos agentes da prefeitura, que apontam o morro como ligado à ocupação e tra­dição portuguesa e católica. A autora consegue, neste volume, traduzir para o leitor um complexo drama urbano em que, a partir dos dados levantados na pes­quisa, foi possível observar, em um único local da cidade do Rio de Ja­neiro, ações das políticas urbanísti­cas que tiveram como efeito produ­zir narrativas de memória e também criar autoconsciência por parte dos moradores sobre seu lugar no espaço da cidade.

Como um caleidoscópio de imagens da cidade em tensas re­lações com as experiências vivencia­das pelos indivíduos e grupos, o olhar elaborado a partir de um ponto de vista modifica o outro, e assim sucessivamente. Esse constan­te deslocamento modifica o Morro da Conceição, que nunca pode ser visto como uma totalidade coerente e está­vel, mas sempre através de diferentes imagens e experiências.

.[Editora FGV lança a “A utopia da Pequena África: projetos urbanísticos, patrimônios e conflitos na Zona Portuária carioca”| Autora: Roberta Guimarães Sampaio | 248 Páginas | R$ 39,00 | Mais informações: www.fgv.br/editora].

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