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22/05/2014 - 10:42

Santander Cultural Porto Alegre apresenta Vik Muniz “O Tamanho do Mundo”


Recorte de 70 obras traz as séries inéditas Sandcastle (Castelos de Areia) e Colonies (Colônias). Obras como Caveira de Palhaço, de 1989, época em que o artista se lançou em Nova York, até as mais recentes criações, como a série Postcards from Nowhere (Cartões postais de lugar nenhum), de 2013, estão na exposição. A crítica de arte Ligia Canongia assina curadoria da primeira exposição individual de Vik Muniz na região Sul do País.

Porto Alegre(RS) – O Santander Cultural apresenta a exposição Vik Muniz, O Tamanho do Mundo em Porto Alegre. Parte integrante do calendário de artes visuais do País, a mostra reúne 70 obras em diversos formatos, mídias e épocas. Esta é a primeira exposição individual de Vik Muniz (São Paulo, 20 de dezembro de 1961) no sul do Brasil. A curadoria é da crítica de arte Ligia Canongia.

A mostra traz a nova série Postcards from Nowhere, de 2013, e as inéditas no Brasil Sandcastles e Colonies. A datação dos trabalhos, dos anos 1980 aos dias de hoje, mostra o desenvolvimento de sua trajetória e funciona como uma espécie de condensador de toda a obra.

Postcards from Nowhere retrata quatro paisagens, em fotos de grande porte, das cidades do Rio de Janeiro, Nova York, Paris e Hong Kong. Tanto essa série quanto Sandcastles e Colonies tratam da inversão de escala, da ilusão gerada pelo atravessamento sutil da realidade, sempre com a perspectiva o embate entre o falso e o verdadeiro.

Da década de 1980, quando o artista se lança em Nova York, a exposição apresenta o conjunto denominado Relicário, composto por diversos objetos, dentre eles a famosa Caveira de Palhaço, de 1989. Essas obras, até bem pouco tempo inéditas no Brasil, já indicavam algumas das questões cruciais de Muniz, como o dilema entre a realidade e a representação, e entre o humor e a crítica.

Do início dos anos 2000, o artista traz duas séries fotográficas importantes de sua carreira: Earthworks (2001) e Cloud Cloud (2002).

Earthworks apresenta imagens em grande formato, desenhadas diretamente na terra, em centenas de metros, e fotos de modelos semelhantes, feitos no mesmo local e com os mesmos materiais, só que ocupando centímetros. Misturadas, tais fotografias confundem o espectador, que dificilmente consegue identificar a diferença. Essa perspectiva, com ilusão das escalas, é uma constante na obra de Vik Muniz e marca, inclusive, o cerne de toda a sua produção em fotografia.

Cloud Cloud é uma série de formas desenhadas, com figuras do cotidiano realizadas no céu por um avião. O artista declarou que o objetivo era dar acesso a um grande número de pessoas à observação in loco do ato de desenhar.

De 2008, a obra WWW é um tríptico fotográfico em grande escala, que representa o mapa mundi, cujos continentes são formados por peças de computador. Trabalho imponente pela presença física e a construção figural, o mapa-mundi de Vik Muniz alude e reduz a materialidade do planeta à imaterialidade das redes digitais, e as peças soltas de computador, sem funcionalidade, acabam por estabelecer, ao avesso do esperado, o mapa de um mundo incomunicável.

“O Santander tem um importante papel de apoiador da arte contemporânea brasileira e internacional, tanto no que diz respeito a novos artistas quanto a nomes já consagrados como Vik Muniz. É sempre muito gratificante levar trabalhos tão destacados ao maior número de pessoas possível, incentivando a inclusão social por meio da cultura”, afirma Marcos Madureira, diretor- presidente do Santander Cultural e vice-presidente de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade, do Santander.

Já Ligia Canongia afirma que “centrando-se no problema da ilusão, e em seu desdobramento no trompe l’oeil, Vik Muniz recupera processos da tradição para o olhar contemporâneo, usando-os como forma de desviar o senso perceptivo comum e provocar fluxos inesperados na visão cotidiana da realidade”.

Além dos trabalhos citados, duas salas são dedicadas a material documental, vídeos do making-off de algumas produções e outros subsídios para informação do público e do projeto educativo.

Por Ligia Canongia- Vik Muniz surgiu na cena mundial em 1988, quando realizou sua primeira exposição em Nova York, apresentando objetos que já anunciavam sua habilidade em fundir realidade e ficção, matéria e pensamento, humor e crítica. Nos anos 90, em estratégia decisiva para o desenvolvimento da obra, incorporou a fotografia como mídia essencial ao trabalho, reconhecendo nela o canal ideal para discutir questões como ilusionismo e cópia, fundamentos recorrentes de seu universo.

Ao longo de 25 anos, consolidou-se como um dos expoentes da arte contemporânea internacional, realizando exposições em conceituados museus do mundo, incluindo as bienais de São Paulo, Whitney, Moscou e Veneza. Sua obra encontra-se em acervos notáveis, como os do Museu de Arte Moderna de Nova York; a Tate Gallery, em Londres; e o Centro Georges Pompidou, em Paris.

Na exposição atual, Vik Muniz apresenta o conjunto de obras intitulado Relicário, que o lançou como artista, e fotografias de várias épocas. Entre a década de 1980 e os anos 2000, o que se depreende é a concisão de uma linguagem que investiga a lógica da percepção, os desvios dos regimes visuais estabelecidos e os valores que legitimam a noção de autenticidade.

O aspecto pretensamente documental da obra nada descreve senão o avesso da ideia de ‘documento’, a sua insuficiência como registro da verdade, permitindo que as imagens delirem na incongruência latente do mundo, negando as convenções. Tudo em Vik Muniz tem duplo sentido, e apesar de ele declarar que “ver é acreditar”, as perguntas que se colocam são: o que vemos? Em que podemos acreditar?

Objetos e cenas apropriados do cotidiano, em montagens plenas de ambiguidade e humor, supõem a indeterminação entre o falso e o verdadeiro, o real e o simulacro e, por fim, a irracionalidade e a lógica. Assim, Vik Muniz proclama a falência das evidências, lançando ao espectador a tarefa de enfrentar sua própria ilusão. Seu trabalho é um golpe sorrateiro nas expectativas do senso comum e realiza uma torção no poder das imagens no mundo contemporâneo.

.Vik Muniz, O Tamanho do Mundo, de 21 de maio até 10 de agosto de 2014, no Santander Cultural Porto Alegre, Rua Sete de Setembro, 1028 “Centro Histórico”.Curadoria Ligia Canongia. Entrada franca. [twitter.com/santander_br | SAC0800 762 7777 |Ouvidoria: 0800 726 0322 [www.santandercultural.com.br].

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