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03/06/2014 - 10:42

Guarujá rural, diferente da imagem com praias lotadas, resiste ao tempo

De modo geral, quando se fala em Guarujá, a primeira imagem que vem à cabeça é a das belas e badaladas praias do litoral paulista. Porém, além do potencial turístico, a Cidade possui vocações portuária, comercial, náutica, aeroportuária e agrícola. Sim, agrícola. A Pérola do Atlântico possui um ambiente rural, em 17 alqueires, o que corresponde a mais de 400 mil m², na Estrada Guarujá-Bertioga, Quilômetro 10,5 – Perequê. No local há uma comunidade de agricultores.

Palmito pupunha, alface, hortelã, chuchu, maracujá, quiabo, laranja e berinjela são alguns dos produtos cultivados nos oito sítios distribuídos em 17 alqueires, o que corresponde a mais de 400 mil m², numa estrada de terra com 1.800 metros de extensão. Entre proprietários e alguns empregados, aproximadamente 50 pessoas moram no local, que ainda conta com a criação de tilápias, carpas e lambaris, além da horta hidropônica (técnica de cultivo sem solo, com raízes suspensas).

São sete famílias de origem japonesa e uma portuguesa que habitam o espaço e vivem da agricultura no Município desde o fim da década de 1960. Atualmente, já comercializam produtos para o Sofitel Jequitimar e alguns restaurantes, mas a meta da prefeita Antonieta é organizar e fortalecer o segmento para que os produtores locais possam ampliar sua clientela.

Olhar da Administração – A meta agora é intensificar o trabalho já iniciado pelo Governo Municipal.A Prefeitura e a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento já estão acompanhando o grupo, que em fevereiro deste ano criou a Associação dos Agricultores Familiares de Guarujá (Aafag). A ação do poder público visa potencializar o segmento, além da introdução gradual de produtos da agricultura familiar na merenda escolar.

A Cidade é pioneira nesta iniciativa na Baixada Santista. “Temos aqui produtos de primeira qualidade, produção da nossa gente. É um orgulho poder valorizar e fazer o resgate desta comunidade tradicional. É o olhar do poder público para um segmento que ficou por 45 anos esquecido. Estamos fazendo um trabalho de fortalecimento , avançando no que é possível, para implementar as ações de geração de emprego e renda”, afirmou a prefeita Maria Antonieta de Brito que esteve lá, recentemente, renovando o compromisso de fortalecer a agricultura familiar para aumentar a geração de renda do segmento.

Apoio do Estado – A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – Cati, órgão da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento; é parceira da Prefeitura na iniciativa. O extensionista na Cati, Newton Rodrigues, é formado em Zootecnia e atua junto aos técnicos da Administração Municipal. Ele pontua que, a partir desta ação, uma rede profissional se constitui. “A aproximação da comunidade com as políticas públicas é fundamental. O interesse da Prefeitura faz com que o resultado tenha uma visão compartilhada. Guarujá pode trabalhar na região economia solidária, organização dos agricultores e turismo rural. Isso é positivo para os agricultores, para a Cidade e para outros grupos de referência de organização que queiram elaborar projetos de forma coletiva. Também é bom para os estudantes do Ensino Médio terem acesso ao conhecimento e a conceitos como economia solidária e sustentabilidade na prática”, considerou.

Para a presidente da Aafag, Katia Akemi Unten, este será o início de um bom trabalho. “A agricultura familiar tem dificuldades para se manter no comércio e a parceria com a Prefeitura e a Cati é uma saída para o fornecimento à merenda escolar e para não ficarmos na mão do atravessador. Estamos dando o primeiro passo e sonhamos em fazer uma parceria nos mesmos moldes do Caminhão do Peixe, com uma feira para agricultores”, afirmou.

Responsável pela horta hidropônica e a criação de lambaris, o morador Claudinei Naka já trabalha na área há 20 anos e acredita na consolidação do seu negócio. “É uma grande força nesta área da agricultura. Fornecemos para a merenda escolar da Região, banco de alimentos, restaurantes e Sofitel Jequitimar”, contou.

Único português entre os japoneses que recebeu a prefeita e sua equipe, Manoel Bruno Brazão, morador do local desde 1969, diz que pela primeira vez que um chefe do Executivo guarujaense visitou o local. Criador de tilápias e carpas decorativas, ele também cultiva palmeiras imperiais. “Este momento é histórico porque a prefeita e os seus projetos nos deram essa valorização. Estou aqui há 45 anos e é a primeira vez que a Prefeitura se interessa pelo nosso trabalho”, comemora.

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