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04/06/2014 - 02:34

IATA: indústria comemora centenário no ‘Azul’, com rentabilidade fraca

Mas grande contribuição à economia.

Doha – A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) lançou o relatório de desempenho econômico mostrando como o transporte aéreo gera valor para os consumidores, a economia em geral, governos e investidores. O documento revela como o setor aéreo continua a melhorar a rentabilidade por meio de ganhos de eficiência ao conectar mais cidades, reduzindo os custos de transporte, apoiando o trabalho e fazendo grandes investimentos.

O gasto global com transporte aéreo deve chegar a US$ 746 bilhões em 2014, o que equivale a 1% do PIB mundial. O número de passageiros deve chegar a 3,3 bilhões e beneficiar uma crescente rede global, além de propiciar tarifas aéreas 3,5% mais baixas em termos reais (descontada a inflação). As empresas também estão se beneficiando do crescimento da conectividade e de uma queda de 4% nas taxas de frete, descontada a inflação.

Os benefícios da aviação como agente catalisador são ilustrados pelos US$ 621 bilhões em gastos no turismo que a indústria vai facilitar, ao longo do ano, bem como os US$ 6,8 trilhões em bens que serão entregues por via aérea. A aviação apoia direta ou indiretamente cerca de 58 milhões de empregos em todo o mundo. Além disso, as companhias aéreas estão fazendo enormes investimentos na modernização da frota. Este ano, a indústria vai receber 1.400 aviões no valor de cerca de US$ 150 bilhões.

Esses benefícios e investimentos estão ocorrendo, apesar da persistente fraca rentabilidade e da carga tributária que este ano pode chegar a US$ 121milhões (acima dos US$ 113 milhões alcançados em 2013). Companhias aéreas esperam um lucro líquido, em 2014, de US$ 18 bilhões para uma margem de lucro líquido de 2,4%. Valores acima de ganhos de US $ 6,1 bilhões em 2012 e de US$ 10,6 bilhões do ano passado. Esses números são valores em nível de indústria e não indicadores de desempenho das companhias aéreas individualmente.

Os investidores verão retornos mais favoráveis de companhias aéreas em 2014. A rentabilidade média da indústria sobre o capital investido (ROIC) deverá atingir 5,4% no período (ante 3,7% em 2012 e 4,4% em 2013). Mas, mesmo com a melhora, ainda há uma lacuna antes que o ROIC atinja o custo da indústria de capital considerado o mínimo na maioria das indústrias – que é estimado na faixa de 7% a 8%. Apesar desses retornos relativamente baixos, a indústria prevê fazer investimentos substanciais e importantes contribuições para o emprego e desenvolvimento econômico.

"A aviação é um catalisador para o crescimento econômico. Este ano a aviação terá receitas que vão alcançar 1% do PIB mundial e vai transportar com segurança 3,3 bilhões de pessoas e US$ 6,8 trilhões em mercadorias. Além disso, os empregos e as receitas do turismo apoiado pela aviação são grandes contribuições para a economia global. As companhias aéreas permanecem sobrecarregadas com impostos elevados e baixa rentabilidade. Com uma margem de lucro líquido de apenas 2,4%, as elas vão reter apenas US$ 5,42 por passageiro transportado. Há uma incompatibilidade entre o valor que a indústria gera para a economia e a recompensa que oferece para aqueles que arriscam seu capital para financiá-la", disse Tony Tyler, diretor-geral e CEO da IATA.

"Os esforços das companhias aéreas para melhorar o desempenho precisam de mais contrapartidas dos governos. Isso significa uma estrutura regulatória que facilite o sucesso; o fornecimento de infraestrutura eficiente em termos de custo para atender às demandas de consumidores e empresas, e uma carga tributária razoável. Os governos devem entender que o valor real da aviação comercial é a conectividade global que oferece e o crescimento e desenvolvimento que estimula, não as receitas fiscais que podem ser extraídas da atividade", disse Tyler.

Desempenho financeiro global -O lucro de US$ 18,0 bilhões da indústria global continua mostrando uma tendência de melhoria. No entanto, é ligeiramente menor do que os US$18,7 bilhões (março), previstos anteriormente. Os principais fatores que afetam a rentabilidade da indústria incluem:

Desempenho da economia global: Desde março, o ambiente econômico se deteriorou. O comércio mundial diminuiu e a confiança das empresas caiu com preocupações sobre o crescimento econômico da China e vários riscos geopolíticos. A previsão de lucro atual é construída sobre o crescimento do PIB mundial estimado para 2014 de 2,8% (abaixo dos 2,9% previstos em março) e do crescimento do comércio mundial de 3,6% (ante 4,5%). As perspectivas econômicas, no entanto, esperam uma melhora ao longo do ano.

Melhor desempenho das companhias: As empresas continuam a melhorar o seu próprio desempenho por meio do aprimoramento da estrutura industrial. Consolidação e joint ventures em mercados de longa distância estão entregando os ganhos de eficiência, como visto por meio do fator de carga, que deverá atingir um recorde de toda a indústria, com 80,4% este ano. Ao mesmo tempo, espera-se que o número de pares de cidades conectadas chegará a 16.161 em 2014, o que representa um aumento de 2,4% em 2013 e quase o dobro do número de 1994.

Tendências do mercado de passageiros: O ritmo de viagens aéreas tem sido extremamente robusto em face do crescimento econômico relativamente fraco e os custos persistentemente elevados de combustível. O crescimento global de passageiros deverá permanecer forte em 2014 (5,9% em 2013), mas o segmento de serviços premium desacelerou em linha com a recente deterioração da confiança das empresas. A aviação continua a ser um negócio muito competitivo. O preço das tarifas aéreas, após o ajuste da inflação e sem incidência de impostos e taxas, deve cair cerca de 3,5% em 2014 em comparação com o ano anterior.

Tendências do mercado de cargas: Ao contrário do forte crescimento do tráfego de passageiros, a carga aérea não teve bom desempenho na crise desde 2010. Isso é o reflexo, principalmente, da fraqueza incomum do comércio mundial, e está relacionado a uma tendência paralela de empresas buscarem produção local. Todavia, a demanda mais forte desde 2010 é esperada com uma recuperação cíclica abaixo do normal para produzir um crescimento estimado de 3,1%. As taxas de frete reais, contudo, deverão cair 4,0% este ano. Esse descompasso nas tendências de crescimento entre carga (lenta) e passageiros (robusta) está criando desafios para as companhias aéreas em sua capacidade de corresponder à demanda. Capacidade adicional para atender à demanda de passageiros resulta em aumento da capacidade de carga também. A indústria continua a perseguir melhorias de processos para aumentar a competitividade. Para isso, além da iniciativa e-freight, que terá papel nos processos de back-office, a indústria está trabalhando com a meta de reduzir o tempo de entrega em 48 horas a partir da média atual de 6,5 dias até 2020 .

Custos de combustível: Os custos de combustível estão estáveis, mas nunca foram tão altos por tanto tempo. Desde 2011, os custos médios de combustível de jato permanecem acima de US$ 120/barril, e a expectativa para este ano é de um custo médio de combustível de jato de US$ 124.2/barril. A conta de combustível total da indústria deverá atingir US$ 212 bilhões. Os investimentos em aeronaves eficientes em termos de combustível estão entre os condutores de uma melhoria de 1,7% no consumo de combustível.

"É ótimo poder celebrar o centenário da aviação comercial com a indústria no azul. Enfrentar as despesas, para as companhias aéreas, tem sido sempre um desafio. Há muita evidência de que o trabalha duro da indústria para se autoestruturar pela rentabilidade está começando a dar resultados. Estamos aumentando a rentabilidade, mesmo com os preços do combustível acima de US$ 120/barril. Pela primeira vez, o fator de carga global poderá ser em média superior ao patamar de 80% para o ano. E a eficiência de combustível continua a aumentar. Mas há fortes ventos contrários provenientes dos crescentes custos de infraestrutura, ineficiências na gestão do tráfego aéreo, pesada carga tributária e pesada regulamentação ", disse Tyler.

Rentabilidade regional -A melhora na rentabilidade em 2014 sobre 2013 é esperada em todas as regiões. Essa melhora não será uniforme por conta de questões locais e condições econômicas.

América Latina: As companhias aéreas têm enfrentado um ambiente heterogêneo, com mercados domésticos fracos que dificultam o desempenho. Mas um certo grau de consolidação e algum sucesso nas rotas longas podem impulsionar o lucro líquido para acima de US$ 1 bilhão este ano, o que equivale a US $ 4,21 por passageiro e margem de 3%. O crescimento da demanda na região tem convergido ligeiramente para a faixa de 6%. Os governos estão lutando para acomodar a demanda, com infraestrutura aeroportuária eficiente, e estão cada vez mais se voltando para as parcerias com o setor privado para financiar o desenvolvimento. A indústria aérea está alertando os governos da região para assegurar que tais acordos sejam devidamente estruturados e garantam uma regulação econômica atenta e independente.

Conectividade, empregos, impostos e desempenho ambiental -Apesar de rentabilidade relativamente fraca a indústria da aviação continua a agregar valor aos consumidores, para a economia em geral e para os governos:

A conectividade global da aviação agora se estende por 16.161 pares de cidades, o que é quase o dobro do número de 1994. Essa conectividade é um catalisador para os benefícios econômicos em geral. Durante esse mesmo período, as companhias aéreas reduziram pela metade o custo das passagens aéreas, descontando a inflação. Os preços mais baixos têm representado grande estímulo para o comércio, turismo e investimento estrangeiro direto associado com cadeias de abastecimento globais.

O número de empregos na aviação está crescendo. A folha de pagamento total de companhias aéreas em 2014 deve chegar a US$ 140,bilhões (acima dos US$ 134 bilhões de 2013) para remunerar 2,39 milhões de empregados diretos (acima dos 2,33 milhões de 2013). A média dos custos por trabalhador deve cair 0,7% este ano, e a produtividade aumentar 2,5%. Esses funcionários são extremamente produtivos para as economias em que trabalham, gerando no valor acrescido bruto (VAB – que é o índice da indústria equivalente ao PIB) de US$ 100.540 por funcionário.

Desempenho ambiental das companhias aéreas continua a melhorar. As empresas devem usar cerca de 271 bilhões de litros de combustível em 2014. Com isso, a indústria vai emitir 722 milhões de toneladas de carbono. Apesar do aumento de 5,2% nas operações globais para atender à demanda do consumidor, a emissão crescerá 3,2% sobre o ano anterior. A eficiência do combustível deverá melhorar 1,7% em 2014 por ATK (e 1,9% em relação ao RTK), impulsionada por investimentos em novos aviões (companhias aéreas vão receber 1.400 aeronaves em 2014 no valor de US$ 150 bilhões e vão aposentar ou estacionar cerca de 800 modelos mais velhos e menos eficientes em termos de combustível).

A indústria continua empenhada em alcançar um crescimento neutro de emissões de carbono a partir de 2020. Isto significa, além de uma melhoria anual média de 1,5% na eficiência de combustível para 2020, complementar a meta de longo prazo de reduzir as emissões líquidas em metade até 2050 (em comparação com os níveis de 2005).

Perfil da IATA: a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) representa 240 companhias aéreas, compreendendo 84% do tráfego aéreo mundial.

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