Cientistas pedem à OMS regras diferenciadas para cigarros eletrônicos

Os estudiosos defendem que os dispositivos não devem sofrer as mesmas restrições dos cigarros tradicionais

Londres - Às vésperas do Dia Mundial Sem Tabaco [31 de maio], um grupo com 53 cientistas assinou uma carta à Organização Mundial de Saúde. No documento, os especialistas em saúde, de 15 diferentes países, pedem que a OMS "resista à tentação de controlar e suprimir os cigarros eletrônicos ". A carta diz que os dispositivos - que fornecem nicotina em vapor - poderiam ser uma inovação significativa e positiva em saúde. "Esses produtos podem estar entre as inovações de saúde mais importantes do século 21. E talvez possam salvar milhares de vidas", diz um trecho do documento.

Os partidários dos produtos à base de nicotina, tais como os cigarros eletrônicos, argumentam que os produtos são substitutos de baixo risco para o tabagismo. O maior temor é que esses dispositivos de vapor sejam incluídos nas metas de redução de consumo e proibição de publicidade previstos na Convenção-Quadro de Controle de Tabaco. Estamos profundamente preocupados com que esses produtos sejam classificados como tabaco. Isso poderá fazer mais mal do que bem", avalia o especialista Robert West, que publicou na semana passada uma pesquisa que afirma que os e-cigarros são mais propensos no combate ao tabagismo convencional.

Do outro lado, os críticos dos e-cigarros dizem que ainda não se sabe o suficiente sobre seus efeitos na saúde a longo prazo. Um relatório recente, encomendado pelo departamento de Saúde Pública da Inglaterra, disse que é necessária uma regulamentação adequada e um acompanhamento atento dos riscos.

Mesmo ainda com tantas incertezas sobre o produto, certamente a carta fará a OMS refletir. Alguns dos signatários, além de serem renomados cientistas, também dedicam seus estudos a pesquisas relacionadas à ciência do tabaco e à cessação do tabagismo.