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19/12/2007 - 12:14

Em dois anos, Brasil poderá exportar 15 milhões de toneladas/ano de milho

O mercado mundial do milho atravessa um profundo cenário de mudança, abrindo um imenso espaço para o Brasil como exportador. A continuar o quadro atual, o país pode vir a exportar 15 milhões de toneladas anuais de milho já na safra 2009/2010. A avaliação é do engenheiro-agrônomo e diretor da Céleres Consultoria, Leonardo Sologuren e foi apresentada durante reunião de final de ano da Abramilho - Associação Brasileira dos Produtores de Milho, realizada em São Paulo.

Para aproveitar essa oportunidade, no entanto, o Brasil terá que ampliar a produtividade e, ao mesmo tempo, reduzir o custo de produção. “ O milho brasileiro ainda não tem um foco comercial tão sofisticado, como ocorre nos Estados Unidos e na Argentina. Para competir, ele terá que adotar todas as ferramentas tecnológicas disponíveis, principalmente a biotecnologia, que é fundamental nesse contexto”, salientou Sologuren.

“Nós, da Abramilho, consideramos que o principal ponto de nossa luta em 2008 será a liberação imediata do uso da biotecnologia em nossas lavouras”, contrapôs Odacir Klein, presidente da entidade. Para Sologuren, a situação de abastecimento interno que, sim, deverá apresentar problemas no primeiro trimestre de 2008, abre um paradoxo institucional no Brasil: “Como vamos poder importar um milho que não pode ser produzido em nosso país?” Segundo ele, as contas internas do milho “podem até fechar, mas haverá um estrangulamento logístico impedindo que o milho chegue onde ele precisa chegar sem que tenha um preço exorbitante”.

Retornando a sua avaliação global, Sologuren considera que o novo uso do milho como uma das principais fontes para produção de etanol, assim como o forte crescimento da economia mundial, elevando a demanda por carne e, conseqüentemente, elevando o consumo de ração animal, alteraram completamente a curva de demanda. Nos Estados Unidos, na China e na Rússia, a relação estoque/consumo é a menor nos últimos 34 anos, uma situação inversa ao que ocorre na América do Sul, mais especialmente Brasil e Argentina, onde há excedentes a exportar.

Historicamente, os Estados Unidos respondem por quase 70% das exportações mundiais do grão mas a tendência é que, em 10 anos, devido à sua crescente demanda doméstica, essa participação se restrinja a 50% de um total de 105,8 milhões de toneladas a serem comercializadas internacionalmente, afirma o consultor, que também é mestre em economia. “Temos que aumentar a produtividade e baixar o custo de produção, se quisermos aproveitar essa janela de oportunidade”, reitera.

O consultor da Céleres reconhece que há outras variáveis que influenciaram o crescimento médio da produtividade nos Estados Unidos e na Argentina, mas acredita que a biotecnologia foi um fator fundamental para potencializar esse processo. Ressalta que não houve perda de mercado por parte desses países. Ao contrário, ambos ganharam competitividade de preços. As vendas externas argentinas saltaram de 4,2 milhões de toneladas em 1988 para 10,3 milhões de toneladas em 2006, com sua participação no mercado internacional disparando neste período de 7,2% para 12,7%. Já no caso dos Estados Unidos, houve uma manutenção de seu market share desde a introdução do milho geneticamente modificado - porém com o aumento do volume exportado.

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