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17/06/2014 - 09:57

O jokenpô da comunicação impressa

Pedra, tesoura, papel... Jokenpô! Ao pensar na situação da comunicação impressa, esse antigo jogo infantil, um dos mais populares do planeta, logo me vem à cabeça e faz sentido que isso aconteça.

A pedra Ao longo das últimas duas décadas multiplicaram-se os vaticínios sobre o fim de revistas, jornais e livros físicos. Em nome da sustentabilidade, eles seriam substituídos por versões online, supostamente mais democráticas (primeiro porque, em tese, qualquer pessoa pode produzir conteúdos e, segundo, porque a informação ficaria mais barata e acessível) e sustentáveis (por dispensarem papel, tinta, transporte). Argumentos esmagadores como pedra, porém, como se verá adiante, insustentáveis.

A tesoura É uma boa representação para o marketing do “greenwashing”, que desestimula o uso do impresso (em relatórios, cartas, e-mails, extratos bancários, demonstrativos, faturas etc.) afirmando ser melhor para o ‘meio ambiente’. Essas tesouradas, no entanto, miram mesmo é na redução de custos – não que seja errado as empresas quererem economizar; o questionável é falsear essa intenção com argumentos fantasiosos.

O papel E, vale acrescentar, o impresso é totalmente sustentável ao longo de sua cadeia, como mostram os números. 100% do nosso papel e celulose vêm de florestas plantadas; 45% do papel que utilizamos são reciclados; 64 milhões de toneladas de CO2, um dos gases do efeito estufa, são anualmente absorvidas pelas florestas plantadas pelo setor papeleiro; 1,1% das emissões de gases de efeito estufa deve-se à cadeia da comunicação impressa, contra 14,7% da indústria em geral e 13,8% da agricultura.

Por outro lado, 30 minutos de leitura online causam o mesmo impacto ambiental de um jornal impresso; o envio de um e-mail com anexo de 400 kb para 20 pessoas equivale a uma lâmpada de 100 watts acesa por 20 minutos; o descarte global de produtos eletrônicos cresce rapidamente e já está entre 20 e 50 milhões de toneladas ao ano, com acúmulo de materiais de alta toxicidade.

Enfim, números e pesquisas que provem a sustentabilidade da comunicação impressa não faltam, como ilustra o book Comunicação Impressa e Papel – Mitos e Fatos, uma das peças-chaves da campanha Two Sides, na qual o Brasil ingressou oficialmente no último dia 7 de abril. Com o apoio de 42 entidades que representam 80 mil empresas dessa cadeia de valor (responsável por 615 mil empregos e faturamento de US$ 40 bilhões), a adesão à Two Sides alinha o País à mais importante campanha mundial em favor da comunicação impressa.

O objetivo é difundir a sustentabilidade da comunicação impressa pela divulgação de informações e pesquisas que comprovam os ganhos econômicos, ambientais e sociais propiciados por essa cadeia de valor. A campanha envolve anúncios customizados para diferentes mídias e publicações para sensibilizar formadores de opinião, setor público, academia e consumidores. O apoio de toda a mídia impressa será fundamental para o sucesso da Two Sides no Brasil, como, inclusive, demonstra a adesão de duas das mais expressivas entidades do setor – a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner).

É hora da cadeia de comunicação impressa anunciar sua escolha:“Papel...e jokempô!”.

. Por: Fabio Arruda Mortara, Presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP), articulador da chegada da Two Sides no Brasil.

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