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17/06/2014 - 09:57

O Brasil é assim

A discussão sobre os prós e os contras da realização da Copa do Mundo num país que ainda carece de necessidades básicas para boa parcela da população se iniciou no dia em que a Fifa fez o anúncio, em 2007. São quase sete anos de debate, no qual uns alegam que, além de gerar empregos, turismo e receita financeira, há um legado para todas as cidades-sede dos jogos. Outros insistem em dizer que o dinheiro gasto — segundo a presidenta Dilma Rousseff, algo em torno de R$ 8 bilhões — poderia ser direcionado para áreas precárias, como Saúde, Educação e segurança pública. Independentemente das opiniões, é necessário avaliar com maturidade que há 64 anos não havia Copa no país, e nem por isso a situação é diferente.

Numa democracia, é saudável a exposição de olhares e posicionamentos opostos. E certamente há pontos positivos e negativos em sediar um evento como esse, envolvendo uma categoria esportiva que, segundo especialistas, é disparada a que mais concentra força na geração de receita em todo o mundo. E vai ter Copa, ou melhor, está tendo Copa; embora seja difícil para a população, principalmente para aqueles que mais sofrem as consequências da má gestão pública, é preciso separar as coisas, entendendo que o descaso dos governos é algo muito mais complexo e independe de qualquer evento esportivo ou cultural.

O fato é que em 1970 éramos 90 milhões de brasileiros. Hoje, cerca de 200 milhões. Saímos do regime militar para o democrático. Ingressamos no mundo globalizado. Avançamos tecnológica e cientificamente. Somos a sétima economia do mundo e referência em algumas áreas. Crescemos em todos os aspectos, porém não há como reconhecer que, passado 44 anos, evoluímos pouco na questão política. E, doendo ou não, isso envolve cada cidadão, pois se o modelo arcaico de fazer política persiste, pelo menos, há 26 anos, somos diretamente responsáveis por sua manutenção, tendo em vista que nós elegemos os representantes políticos.

Manifestações e greves são instrumentos democráticos, mas nenhum é tão determinante quanto o voto. Em tempos de insatisfação e maior consciência do povo, nada como deixar clara a nossa insatisfação no pleito de outubro. De resto, como brasileiros e amantes do futebol que somos, podemos torcer pela Seleção porque, com ou sem Copa, o Brasil é assim, um país de dimensões continentais e contradições na mesma proporção. Cabe a nós, no momento certo, mudar essa história.

. Por: Marcos Espínola, advogado criminalista.

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