Desigualdade social: Aumenta a disparidade de renda entre cidadãos chineses

Apesar do acelerado crescimento econômico da China, recente relatório do Banco Mundial alerta para aumento da desigualdade social no país. Com base no índice Gini, utilizado para medir disparidade de renda no âmbito doméstico, o Banco constatou que a China tornou-se um país mais desigual que os Estados Unidos e a Rússia, ao contrário do cenário de relativa igualdade de renda observado na década de 80.

Huang Yasheng, professor do Massachussetts Institute of Technology (MIT), afirma que a situação no país pode ser ainda mais grave, visto que o governo chinês estabelece a linha de pobreza em patamar inferior ao que normalmente é estabelecido em outros países. Na China, apenas os cidadãos com renda anual abaixo de US$ 83, o equivalente a 5% da renda per capita nacional, são considerados pobres. Nos Estados Unidos esse valor é equivalente a 12% e a renda per capita do país é mais de 20 vezes superior à da China.

Entre 2001 e 2003, período analisado pelo estudo, a renda média da população chinesa mais pobre registrou queda de 2,4%, e o consumo dessa camada menos favorecida foi sustentado pela poupança. Todas as demais camadas registraram acréscimo significativo na renda, incluindo a camada dos 10% mais ricos que registrou acréscimo de 16% na renda no mesmo período. De acordo com o Banco Mundial, o empobrecimento de parte dos cidadãos chineses não pode ser explicado pela redução da renda na zona rural – uma vez que foi registrado acréscimo nos preços dos produtos agrícolas – e, tampouco, pela inflação, em baixa em todo período analisado.

A disparidade econômica e social entre as províncias do país e, conseqüentemente, a desigualdade de renda entre os cidadãos chineses, são alguns dos principais desafios a serem enfrentados pela China nos próximos anos. | Por: CEBC