Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

28/06/2014 - 06:54

Maior usina solar da América Latina integrada a edifício é inaugurada pela Eletrosul


Sede foi transformada em complexo fotovoltaico com mais de quatro mil painéis solares.

Reafirmando a posição de vanguarda da Eletrosul no incentivo ao desenvolvimento de fontes alternativas de energia, a sede administrativa da empresa, em Florianópolis (SC), foi transformada em um complexo de geração fotovoltaica – o maior da América Latina integrado a um edifício. A Usina Megawatt Solar (1 MWp), inaugurada no dia 27 de junho (quinta-feira), produz energia suficiente para atender aproximadamente 540 residências. Há mais de uma década, a estatal vem acumulando conhecimento na área, que agora se concretiza em uma planta de produção de energia e vitrine tecnológica para o setor elétrico brasileiro.

O Projeto Megawatt Solar contou com a importante parceria do governo da Alemanha, país que detém um terço do mercado global de energia solar e responde por quase metade da geração fotovoltaica da Europa. A parceria se deu por meio do banco de fomento alemão KfW, que financiou o empreendimento – o investimento total foi de R$ 9,5 milhões –, e do apoio da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal) também participaram da concepção e viabilização da Usina Megawatt Solar.

Para o presidente da Eletrosul, Eurides Mescolotto, assim como no segmento eólico, a empresa conseguiu se antecipar à tendência de inserção da fonte solar na matriz elétrica brasileira. “Estamos atentos e alinhados às diretrizes do País pela diversificação e complementaridade da matriz energética com o uso sustentável de fontes alternativas. A Eletrosul é a maior empreendedora em energia eólica do Sul e quer se firmar como referência, também, em energia solar”, afirmou.

“O Brasil tem um potencial enorme para geração de energia a partir do sol. Projetos como o Megawatt Solar, certamente, servirão de estímulo para que iniciativas semelhantes se multipliquem pelo País”, destacou o diretor do KfW para América Latina, André Ahlert. O KfW, que tem sido o agente financeiro dos acordos de cooperação Brasil-Alemanha, está destinando cerca de € 1 bilhão para projetos nos segmentos eólico, de PCH, solar fotovoltaico e termossolar, entre outros. Em nova parceria com a Eletrosul, estão em negociação mais € 160 milhões para geração eólica, fotovoltaica e hidrelétrica.

Megawatt Solar - Com potência instalada de 1 megawatt-pico (MWp), a Usina Megawatt Solar pode produzir aproximadamente 1,2 gigawatts-hora (GWh) de energia por ano. Essa capacidade de geração vem dos 4,2 mil módulos fotovoltaicos, que estão instalados nas coberturas do edifício-sede e estacionamentos, totalizando uma área de 8,3 mil metros quadrados. Os painéis solares convertem a radiação solar em energia elétrica, que vai para uma subestação coletora para ser escoada à rede elétrica local.

A energia gerada pelo Megawatt Solar será comercializada a consumidores livres – como grandes empresas e shoppings – por meio de leilões. A estimativa é de que no primeiro leilão, previsto para o segundo semestre, sejam comercializados 800 MWh/ano. Os compradores dessa energia verde poderão obter o Selo Solar, certificação concedida pelo Instituto Ideal, associando sua marca a uma atitude sustentável. “Nossa intenção não é somente comercializar um produto. Queremos ajudar a difundir um novo conceito, que atenda à crescente demanda da sociedade por energia renovável”, lembrou Mescolotto. O edifício-sede da Eletrosul, que migrou para o mercado livre, em janeiro deste ano, na categoria de consumidor especial, também absorverá parte da energia da usina solar.

Energia do futuro - Uma das peculiaridades da Usina Megawatt Solar é que, além de gerar energia, servirá como base para estudos, que permitirão ao País avançar em tecnologia e na viabilidade econômico-financeira da geração fotovoltaica. O complexo de geração solar agrega pequenas plantas experimentais, que se destinarão a estudos técnicos e acadêmico-científicos das tecnologias existentes, e sua eficiência na captação da radiação solar.

Essas pesquisas atendem à chamada da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em geração fotovoltaica. “O Brasil está no caminho certo, de estimular a pesquisa em energia solar, até para desenvolver uma indústria própria e aproveitar esse mercado na sua plenitude, não só na exploração da fonte, mas a exploração da indústria associada à fonte”, avaliou o diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul, Ronaldo dos Santos Custódio.

O executivo lembra que a empresa tem outros dois projetos na área solar em andamento. Um deles busca o domínio tecnológico na purificação do silício (matéria-prima de painéis fotovoltaicos). O outro avalia o potencial de radiação solar em áreas de atuação da Eletrosul a partir de estações solarimétricas.

Domínio tecnológico -A Eletrosul está investindo mais de R$ 20 milhões em pesquisas para purificação do silício (matéria-prima dos painéis fotovoltaicos) e fabricação de células solares. O objetivo desse projeto de P&D é criar uma metodologia de processamento para se chegar ao silício de grau solar, com 99,9999% de pureza. O sucesso dessas pesquisas será um marco tecnológico e pode colocar o Brasil entre os poucos países que têm pleno domínio da cadeia de produção de módulos fotovoltaicos. Estados Unidos e Japão são os maiores produtores de silício de alta pureza.

A estatal firmou parceria com a Fundação Educacional de Criciúma (Fucri) – instituição mantenedora da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) – para o desenvolvimento desses estudos, contando também com a participação do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). As pesquisas têm como base os laboratórios do Ipen, na primeira etapa, e o campus da Unesc na fase de planta piloto, em Criciúma (cerca de 190 quilômetros de Florianópolis). As pesquisas tiveram início em 2012 e o prazo previsto para conclusão é de 36 meses.

O projeto básico da unidade piloto de purificação de silício e fabricação de células solares está pronto e a previsão é que as obras comecem no segundo semestre. A unidade piloto ficará sediada no Parque Científico e Tecnológico da Unesc (Iparque), onde uma estrutura já existente, de 1,3 mil metros quadrados de área construída, será reformada e adaptada para receber os equipamentos necessários para a purificação e laminação do silício.

Expertise - Desde 2004, a Eletrosul vem acumulando know-how em geração fotovoltaica. Junto da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e outros parceiros, desenvolveu pesquisas para produção de painéis fotovoltaicos com tecnologia nacional. Foram produzidos 200 módulos e, em parte deles, buscou-se a eficiência máxima no aproveitamento da radiação solar, a partir da melhor orientação dos cristais de silício. Nos demais, buscou-se a maior eficiência com menor custo. O resultado foi extremamente satisfatório, alcançando índices de eficiência comparáveis aos padrões mundiais, entre 13,5% e 16%. Esse resultado foi certificado pelo laboratório holandês Kema, principal autoridade global em testes e certificação de processos e produtos do setor elétrico.

Em junho de 2009, para estudar a tecnologia e avaliar o potencial de geração solar, a empresa colocou em operação uma planta-piloto fotovoltaica, na área de estacionamento em frente à sua sede, em Florianópolis. Sobre a cobertura, que tem 228 metros quadrados de área, estão instalados 88 módulos de silício amorfo, com capacidade de 12 kilowatts (kW). A energia gerada atende parte do consumo do edifício-sede. [www.eletrosul.gov.br]. | .Vídeo: http://youtu.be/bwke5_yvohM.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira