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08/07/2014 - 11:52

Brasil e Alemanha: caipirinha ou Schnaps com Underberg?

No campo da bola, a lei do incerto, do acaso, a sorte ou o azar podem definir um centímetro a mais para o lado de dentro das traves, dá em gol, para o lado de fora da trave, dá rebatida. E sem o Neymar, que nos sobre a liderança invisível da equipe toda.

Mas no agronegócio, a Alemanha dá outro show internacional. O terceiro maior país do mundo na exportação de alimentos, perdendo para Estados Unidos e Holanda. E nós estamos ali, na disputa pelo terceiro lugar, sendo os 4º maiores do planeta.

E a Alemanha dá show em valor agregado. São os reis da agregação de valor no café, por exemplo. O Brasil tem na Alemanha o seu maior cliente, na venda do café verde. Mas só para termos uma boa ideia do que significa agregação de valor no agronegócio, enquanto a exportação total do mundo em café grão atinge cerca de US$ 14 bilhões, a exportação de café solúvel, e especiais, com agregação de valor, atinge cerca de US$ 28 bilhões. Ou seja, o dobro das matérias-primas. E, nós mesmos brasileiros, importamos mais café de valor agregado do que exportamos.

A Alemanha se propõe a ser, até 2015, o líder europeu em biotecnologia, e também em biorefinaria para uso de biomassa. Uma Comissão Brasil-Alemanha em agribusiness existe e tem como foco o desenvolvimento de negócios bilaterais em biocombustíveis, frutas, carnes e suco concentrado. E apoio a projetos para aumentar a quantidade de etanol na gasolina, o que não tem contato com a boa vontade da Anfavea no Brasil, preocupada com a importação de carros, que não são adaptados à mistura superior do nosso etanol.

A Alemanha mantém centros alemães de Ciência e Inovação em cinco cidades, Moscou, Nova Iorque, Nova Delhi, Tóquio e São Paulo. A Alemanha é o 6º maior parceiro brasileiro em negócios internacionais, atrás da China, Estados Unidos, Argentina, Holanda e Japão. Movimenta mais de US$ 25 bilhões no comércio bilateral. E calcula-se que a participação do capital alemão no PIB do Brasil oscile entre 8 a 12%. Vendemos ferro, café, aviões, soja, petróleo e suco de laranja, e compramos automóveis, autopeças, caminhões, química, farmacêutica e máquinas.

Na agricultura, os alemães tem uma importantíssima área de florestas, com mais de 28 mil empresas florestais, 11 milhões de hectares de árvores. E são ótimos em batatas, beterraba, trigo e na cevada da cerveja, além do leite, carne bovina e carne de porco, onde lidera o consumo per capita de batatas, carne de porco e cerveja, e desenvolvem turismo rural com muita ênfase em sustentabilidade.

E será com esse trio da cerveja, batata e iguarias de porco, além do Schnaps, a mistura de uma boa aguardente com Underberg. Aquele hiper amargo. Que pretendem comemorar a classificação para a final da Copa. Mas, se perderem, ficarão só com o amargo do Underberg. Eu já providenciei uma boa garrafa desse bem amargo, feito com ervas especiais para presentear meus queridos amigos alemães, amanhã!

E vamos de caipirinha, o néctar do agronegócio nacional, cana-de-açúcar com limão.

. Por: José Luiz Tejon Megido, Diretor Vice-Presidente de Comunicação do Conselho Cientifico para a Agricultura Sustentável (CCAS), Dirige o núcleo de agronegócio da ESPM, Comentarista da Rede Estadão-ESPN. | Perfil-O Conselho Científico para Agricultura Sustentável- CCAS é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.

O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.

Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas.

A agricultura, apesar da sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça. [http://www.facebook.com/agriculturasustentavel].

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