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11/07/2014 - 08:08

Alemanha 7 x 1 na cultura brasileira

O desde já considerado inesquecível jogo que coroou a “Copa das Copas” onde a Seleção Brasileira, com um vexame perdeu para a Seleção Alemã com o placar de 7 x 1, não representa apenas “um jogo de futebol em Copa do Mundo” ou o “a classificação para a final da Copa”, representa a vitória do planejamento sobre o improviso, da organização sobre o jeitinho brasileiro, da preparação sobre a malandragem, da competência sobre a simples “força de vontade e desejo de ganhar”.

Esse jogo serve de exemplo para toda a nação brasileira, pois o Brasil, conhecido como o país do futebol não tem mais esse título! E que bom que não tem, pois é esse o título que queremos? Na nossa casa, queremos que seja conhecida como a das pessoas do futebol? Ou queremos que seja das pessoas educadas, trabalhadoras, empreendedoras? Que tal o Brasil ser o país do empreendedor? Que povo é esse que expõe sua presidente ao ridículo em um momento único para a nação e diante de várias nações?

Logicamente que não estou fazendo apologia ao governo atual, por outro lado, estou falando do comportamento do povo brasileiro! Se não estamos contentes com a nossa presidente, temos que dizer isso ao votar e não lavar a roupa suja em uma Copa do Mundo!

A presidente não está lá apenas porque quer, mas porque foi eleita pelo voto. Vaiar a presidente em um momento histórico de uma copa é uma vergonha não para a presidente, mas sim para nós brasileiros, que por esse tipo de comportamento somos considerados mal-educados, e diga-se de passagem que poucos brasileiros tinham condição de estar no estádio naquele momento de abertura de uma copa! Que povo que depois de uma derrota em uma partida de Copa do Mundo coloca fogo em aproximadamente 20 ônibus de uma empresa que não tem nenhuma responsabilidade sobre o que ocorre com a seleção brasileira?

Esse vexame da Seleção Brasileira de Futebol, na verdade, é mais um exemplo do vexame que assistimos todos os dias. Quando nos deparamos com uma situação onde nos posicionamos como íntegros, somos considerados otários, por não concordar em receber “favorecimentos”, e a todo momento, negociações de interesses pessoais em funções e cargos públicos e privados ocorrem diante de nossos olhos e isso já é considerado como normal em nosso país.

A derrota de 7x1 é também uma derrota de nossa cultura, de nossa educação, de nossa perspectiva de crescimento do país, de constituição de entidade familiar, de evolução de nossos negócios, de sucesso profissional, dos resultados de nossas atividades, de nosso cuidado com a saúde!

Esperamos que esse jogo sirva de lição para todos nós brasileiros, para que planejemos melhor nossa vida familiar, pessoal, profissional, espiritual, para não vivermos apenas um dia após o outro, para planejarmos melhor nossos negócios e não vivermos apenas as consequências de uma economia instável, para prevenirmos melhor nossos relacionamentos, para que sejam mais duradouros em todos os sentidos.

Esse jogo ecoará durante a existência da geração que o assistiu e de outras que virão, pois fato esse que nunca aconteceu com a Seleção Brasileira, que servirá para avaliar melhor como se comportar e se programar para qualquer coisa, como para um casamento. Nossos filhos e netos saberão que para tudo na vida precisa de um preparo, de um estudo, de uma dedicação de uma avaliação prévia das partes com as quais iremos nos deparar, de esforço, e muitas vezes de sacrifício. A seleção da Alemanha estava se preparando para essa Copa há seis anos e a Brasileira se preparando para jogar uma Copa e estreando formas de jogo somente na própria competição!

O Brasil precisa mudar, não o governo. O Brasil é cada um de nós que faz a sua parte, ao devolver o troco que recebeu a mais, que não concorda com corrupção, que planeja o trabalho, o estudo, o negócio, a vida espiritual, que trata bem a todos e não apenas aqueles com os quais mantém interesse, que cobra do filho humildade na escola e não reclama dela quando o professor exige dele, que cumpra as regras e leis, e não tenta passar à frente de alguém ou obter vantagem.

Outro exemplo de derrota de 7x1 é o viaduto em Belo Horizonte que estava sendo construído e caiu antes de ser concluído! Ora, a construção passou do prazo, era para ser usada na Copa, extrapolou o orçamento, prejudicou patrimônio de diversas pessoas, de empresas, ceifou vidas, acabou com a felicidade de famílias ao perder seus entes queridos, atrasou ainda mais a conclusão dos benefícios e dos resultados que alcançaria, pois tem que fazer agora a demolição para nova construção, que planejamento é esse, que competência é essa, que prevenção que se tem em uma obra dessa magnitude, com milhares de toneladas de peso, no meio de uma cidade e envolvendo milhares de pessoas todos os dias?

Esse é o mesmo Brasil que perde o jogo de 7X1. Nossos jogadores, que foram escolhidos para estarem lá, são iguais vítimas como nós brasileiros e espectadores daquela partida, pois o que ocorreu dentro de campo é o reflexo de nosso país! Se realmente queremos que o Brasil mude, nós temos que mudar, pois nós somos o Brasil!

. Por: Giovani Duarte Oliveira, advogado, especialista em Direito Processual Civil, especialista em Gestão Estratégica de Empresas e sócio do escritório Giovani Duarte Oliveira Advogados Associados – [email protected]

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