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15/07/2014 - 08:08

20 anos de mudança de moeda e inflação entre altos e baixos


Julho é o mês que a nossa moeda comemora 20 anos. O Real entrou em circulação no dia 01 de julho de 1994, quando Fernando Henrique Cardoso era ministro da Fazenda.

Até o ponto que chegamos, a moeda brasileira sofreu entre altos e baixos, além de mudanças, como por exemplo a cédula de R$ 1 que deixou de ser produzida em 2005, dando lugar a moeda de níquel, considerada mais duradoura. Hoje estamos na segunda geração do real, o que pode ser considerado uma vitória, já que a intenção é que sejam evitadas fraudes. Desde dezembro de 2010 o Banco Central adaptou novas tecnologias no nosso dinheiro, permitindo que os recursos gráficos e elementos antifalsificação fossem aplicados. Todas as modernidades capazes de continuar garantindo a segurança dos brasileiros nos próximos anos. Segundo o Banco Central existe a possibilidade da troca das cédulas até o fim do ano, permitindo que as notas de R$ 10, R$ 20 e R$ 2 cheguem às mãos da população, já que as de R$ 50 e R$ 100 já estão em maior volume de circulação.

Para se ter uma ideia das vantagens do Real para o Brasil em junho de 1994, um mês antes da operação do Real, a taxa de inflação se aproximava de 50% ao mês, porém depois de seis meses da implantação do real esse percentual recuou para 1,7% em dezembro do mesmo ano, um nível que o país não experimentava faziam 25 anos, segundo dados do Banco Central. Observando períodos mais longos é mais fácil de enxergar as vantagens que o Real nos trouxe: em 1993 a inflação acumulada no ano foi de 2.477% (na época conhecida como hiperinflação), nos 12 meses seguintes, encerrados em junho de 1994, o índice atingiu 4.922% no acumulado do ano. Com a chegada do real a inflação oficial começou uma trajetória de queda, já que em 1994 fechou em 916,46%, em 1998 foi para 1,65%.

A realidade hoje é um pouco mais preocupante, uma vez que nossa economia não está estabilizada, em junho de 2014 nossa inflação ficou em 0,4%, enquanto em 2013 o índice ficou em 0,26%, uma diferença bastante considerável. No primeiro semestre de 2014 a inflação oficial está em 3,75%, taxa superior a de um ano atrás, que estava em 3,15%. Comparando entre junho de 2013 e junho de 2014 o IPCA acumulou alta de 6,52%, ficando acima do teto da meta de inflação do Banco Central - estipulado em 6,5%.

O índice IPC (índice de preços ao consumidor) traz um dado ainda pior em estudo divulgado na semana passada, o acumulo desde 1994 é de 296%, ou seja, se algo custasse R$ 100 em julho de 94, hoje custaria R$ 396,16. O que mais pesa no bolso dos brasileiros é a habitação, que contribui com 95,71 pontos percentuais dentro dos 296,16%.

Embora o Plano Real tenha deixado a inflação com níveis menores, ainda é incompleto, já que muitas pessoas não sabem o que é uma moeda própria, faltam reformas, principalmente na mentalidade dos brasileiros, que jogam fora moedas de pequeno valor e acham 5% de descontos quase inaceitáveis. Outro ponto que conta bastante é a falta de confiança na política econômica.

. Por: Dr. Luciano Duarte Peres, especialista em direito financeiro e presidente do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor Bancário.

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