Empresas criam consórcio para participar do maior projeto de iluminação já visto

Tecnologia LED e protocolo de telegestão aberto são uma das propostas do Renova SP.

A partir de janeiro de 2015, a iluminação pública da cidade de São Paulo muda de mãos e quem assumir o direito de administrar a gestão de toda a infraestrutura terá um trabalho sem precedentes. Está em desenvolvimento uma PPP de iluminação pública para a gestão da cidade de São Paulo. São 580 mil pontos de luz, que incluem a adoção de tecnologia mais moderna e agregação de serviços, trabalho que exige competências complementares e em função do que sete empresas se reuniram para formar o Renova SP, que participa da concorrência.

A iniciativa foi encabeçada pela Celena, empresa de eficientização energética que nasceu da expertise de seus sócios - Roger Michaelis, ex-presidente da Osram do Brasil, e Ricardo Cricci, que desde 1996 esteve como sócio e diretor da Paulista Business, empresa de lâmpadas da marca Golden – para atuar na área de projetos integrados em solução de iluminação de elevada complexidade.

“Um projeto da dimensão a ser executado em São Paulo exigiu uma somatória de competências que uma única empresa não daria conta de atender”, na avaliação de Cricci. Além da Celena, que atuará na área de projetos e fornecimento de produtos de iluminação e automação, algumas das empresas que fazem parte da parceria são Inovalumen e Trail, ambas especializadas em gestão e manutenção de iluminação pública, a Spread na área de software de gestão e telecomunicação, e a Medral com foco em georeferenciamento.

Com o propósito de atuar como sócios da PPP (parceria público-privada) que irá gerir o sistema de iluminação pública paulistano , as empresas do Renova SP investiram cerca de 800 mil reais para elaboração do estudo técnico, viabilidade econômica, modelagem jurídica além de horas de estudos dos engenheiros das empresas parceiras.

O estudo do Renova SP está entre os 11 apresentados para análise da prefeitura de São Paulo, de um total de 41 empresas que atenderam a convocação. A proposta do consórcio é aplicar a tecnologia LED e um sistema integrado de telegestão em 4 anos, prazo que será definido pela licitação. Durante o tempo de vigência do contrato, o consórcio privado atuará em conjunto com o Ilume para definir as prioridades de iluminação da cidade de São Paulo.

A participação neste estudo abre as portas de outros municípios ao Renova SP, os quais a partir de janeiro, em cumprimento à resolução 414/10 da ANEEL, devem assumir a responsabilidade pelos serviços de iluminação.

A licitação em São Paulo será aberta após a conclusão dos estudos da prefeitura, que definirá os termos do edital para uma PPP.

Tecnologia -Um dos grandes diferenciais da proposta apresentada pelo RENOVA SP é a utilização de um sistema de telegestão de protocolo aberto, que permite segurança de dados e evita o risco de a prefeitura ficar refém da tecnologia e infraestrutura do fornecedor. Para estar seguro de que a tecnologia utilizada não seja proprietária de uma única empresa, o consórcio investirá cerca de 2 bilhões de reais nos sistemas de iluminação e software de gestão de IP para garantir toda confiabilidade e segurança da informação. Além disso, trabalhará com luminárias LED que adotam tecnologia tropicalizada, ou seja, que utilizam um protetor de surto em caso de sobretensão que é adequado a países como Brasil onde é elevada a incidência de raios. O sistema de telegestão é flexível e utilizará tecnologia PLC (power line communication) e RF (rádio frequência) para poder suprir o parque de IP do município. O sistema apresentado pode trabalhar com luminárias LED de várias marcas e cerca de 60 módulos diferentes de comunicação.

Este mesmo sistema permite ainda que outros serviços sejam agregados, como banda larga WiFi em toda a cidade, controle da linha de transporte urbano com monitoramento online, recarga de veículos elétricos, recarga de celulares, câmaras e monitoramento de segurança, entre outros.

O Renova SP propõe aplicação de tecnologia LED em toda a cidade, mas com alguns diferenciais importantes. Segundo seu porta-voz, Ricardo Cricci, serão aplicadas luminárias LED com protetor de surto de 10KV com o objetivo de prolongar a vida do sistema, já que as descargas elétricas no Brasil são de maior intensidade e mais frequente. Também serão utilizadas luminárias 100% certificadas conforme normas internacionais e já compatibilizadas com a norma brasileira que está em fase de consulta pública. Neste campo a empresa já tem experiência, tendo sido responsável pelo fornecimento de tecnologia LED para o Parque Buenos Aires (SP), Celso Daniel em Santo André (SP) e outras prefeituras do país.

A ausência de fábrica no Brasil não deve ser um empecilho para os parceiros de tecnologia LED. O consórcio estuda trazer uma linha de montagem SKD (Semi Knocked-Down), onde o conjunto ou equipamento chega parcialmente desmontado e, em seguida, implantar um sistema CKD (Completely Knocked-Down), onde a luminária chega completa, mas desmontada para ser finalizada no país. Cricci explica que as engenharias dos parceiros já estão reunidas para buscar as melhores soluções.

A Celena é uma empresa de projetos de iluminação e soluções em LED, situada em São Paulo, voltada para atender clientes corporativos de todos os segmentos que precisam aliar economia de energia com baixa manutenção e, que traz inteligência ao sistema de gestão em iluminação pública.