AEB lança ENAEX 2014 em São Paulo

Evento discutiu o incremento de acordos internacionais para estimular comércio exterior brasileiro.

São Paulo – “O Brasil e os acordos internacionais: mirando o futuro” foi o tema da mesa-redonda organizada pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) para lançar em São Paulo o Encontro Nacional de Comércio Exterior (ENAEX 2014). Realizada no dia 16 de julho(quarta-feira), reuniu cerca de 100 empresários do setor e contou com as participações do presidente da AEB, José Augusto de Castro; do vice-presidente executivo da entidade, Fábio Faria; do presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e conselheiro da AEB, embaixador Rubens Barbosa, e do diretor do departamento de Negociações Internacionais da Secex/MDIC, Marcio Luiz de Freitas Nave Lima.

Para o presidente da AEB, o Mercosul acabou se transformando em um entrave para o crescimento do comércio exterior, pois só permite negociações em bloco e impede que o Brasil feche acordos bilaterais. “O Mercosul deveria ser transformado em uma zona de livre comércio, como o Nafta”, defendeu Castro. “No Nafta, EUA, México e Canadá são unidos dentro, mas fora, é cada um por si”, afirmou. “O Brasil precisa ter um pouco mais de vontade política para defender seus interesses no comércio exterior e brigar para alterar as regras do Mercosul”, concluiu.

Segundo o embaixador Rubens Barbosa o Brasil está ignorando as mudanças do mundo, os novos acordos comerciais e financeiros. “O país não busca acordos favoráveis, nem mesmo no Mercosul”, disse o embaixador. Para ele, o Brasil terá três desafios para 2015: resolver as questões internas (estabilidade econômica, inflação, taxa de câmbio, competitividade, produtividade e Custo Brasil); a reinserção do Brasil no mercado global; e a mudança na estrutura decisória interna. “Sem vencer esses desafios, o Brasil vai perder uma fatia importante no comércio com países da América do Norte, Europa e Ásia, em razão da falta de qualidade e competitividade de seus produtos”, salientou.

Já para Márcio Lima, manter acordos comerciais somente com a América Latina não resolve os problemas do país. “É preciso trabalhar e expandir para novos mercados”, afirmou ele. Segundo o representante do MDIC, o Brasil precisa prestar atenção no acordo multilateral de facilitação do comércio e o gargalo não está somente nas tarifas. “Temos de rever questões como regulamentos e normas técnicas. Feito isso, o Brasil pode converter esses acordos unilaterais em acordos bi e multilaterais”, argumentou.

No encontro, os participantes também discutiram a necessidade de o setor ter uma representação independente no governo brasileiro. Tanto Rubens Barbosa quanto Márcio Lima concordam que não seria preciso a criação de um Ministério do Comércio Exterior. Bastaria que a Camex fosse fortalecida ou, como defendeu Barbosa, “vinculada à presidência”, o que daria ao setor mais independência nas negociações e resoluções do setor.

Com o tema central “Propostas para a Redução de Custos no Comércio Exterior”, o ENAEX 2014 será realizado nos dias 7 e 8 de agosto, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro. O encontro, o mais importante fórum de diálogo entre empresários e governo, reunirá representantes de toda a cadeia de negócios do comércio internacional para discutir as principais questões que envolvem o setor, com vistas a melhorar a competitividade dos produtos brasileiros.

Mais informações e inscrições, que são gratuitas, no site [www.enaex.com.br].