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19/07/2014 - 08:01

“O Banco dos Brics traz mais problemas do que soluções”, afirma economista

No 6º Fórum dos Brics, ocorrido essa semana, e que reúne os presidentes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul foi formalizada a criação do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics. A ideia é que o Banco seja, em termos, um equivalente emergente ao Banco Mundial.

A presidente Dilma Rousseff, presente no encontro, comentou a criação do novo banco: "representa uma alternativa para as necessidades de financiamento de infraestrutura nos países em desenvolvimento, compreendendo e compensando a insuficiência de crédito das principais instituições financeiras internacionais".

O economista e especialista em investimentos e métodos quantitativos, Richard Rytenband discorda dessa afirmação e diz que quando analisada a fundo a argumentação da presidente não se sustenta.

“Este argumento não se sustenta quando analisamos os dados e verificamos que os BRICS são os maiores recebedores de empréstimos na história do Banco Mundial, e mesmo se considerarmos as décadas mais recentes”.

Na reunião, além da abertura do banco, os líderes acertaram a criação de um fundo para socorrer membros dos Brics que passem por riscos de calote. Rytenband também é contra essa decisão e comenta que isso pode gerar atos irresponsáveis por parte de alguns países.

“Não sou adepto deste tipo de postura já que de certa forma pode estimular comportamentos irresponsáveis na presença de um tomador de última instância. Crises sempre podem ocorrer, mas este precedente pode impulsionar o risco moral”, afirma.

Esse fundo, que foi nomeado por Arranjo de Contingente de Reservas (ACR), está composto por US$ 100 bilhões: US$ 41 bilhões da China; Brasil, Rússia e Índia, entrarão com U$ 18 bilhões cada; e África do Sul, US$ 5 bilhões.

“A economia brasileira possui uma das mais baixas taxas de poupança do mundo, portanto é obrigada a importar capital para financiar seus investimentos, estes que mesmo com aumento significativo da atuação do BNDES não conseguiu aumentar a taxa de investimento, o que nos faz questionar o direcionamento destes recursos. E ainda visto uma série de projetos financiados pelo BNDES que se mostraram equivocados. Não há qualquer lógica em querer financiar países, sendo que internamente não há poupança e portanto carência de recursos para projetos de longo prazo”, constata o economista.

Richard Ryterband conclui dizendo que os Brics na verdade geram mais problemas do que soluções aos países.

“O Banco dos Brics traz mais problemas do que soluções. E outro ponto que deve gerar conflitos é a questão da transparência das operações, e os critérios para o direcionamento dos recursos, afinal estamos falando de investimentos em países que as regram se alteram o tempo todo, portanto decisões de alto risco. E historicamente tem sido beneficiado pelo crédito barato os grupos de interesse que são mais próximos aos governos”.

. Por: Richard Rytenband, economista pela PUC-SP e tem MBA em Gestão Financeira com ênfase em Investimentos e Mercado de Capitais pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). É também palestrante e Professor de Economia e Finanças. Comprou sua primeira ação na bolsa de valores com 14 anos e desde então tem atuado no mercado financeiro. É credenciado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para divulgar análises de valores mobiliários, seja no âmbito técnico ou fundamentalista. Possui certificações do mercado financeiro da Ancord, Anbima: CEA; ICSS: Todas; Apimec: Gestor de RPPS, Anbima CPA-20, todas da BM&F e CNPI-P da Apimec. Cofundador e Coordenador Pedagógico da InfoPRO Timos e Timos ®. É o criador e produtor, ao lado de Felipe Okazaki, dos jogos educativos: “A Pequena Grande Crise (2008), A Pequena Grande Crise 2: A Ameaça Agora é Outra (2012), (www..apequenagrandecrise.com.br), A Pequena Grande Crise 3: A Queda do Gigante [www.pgc3.com.br] e Ciladania [www.ciladaniasp.com.br].

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