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22/07/2014 - 09:01

Presidente da Comissão Europeia diz que Brasil é um parceiro essencial para o bloco

José Manuel Durão Barroso participou do dia 21 de julho(segunda-feira), de debate na Escola Brasileira de Economia e Finanças da FGV.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, participou no dia 21 de julho(segunda-feira), na FGV/EPGE do debate “Europa e Brasil no atual contexto internacional”, no qual abordou temas políticos e econômicos sobre a União Europeia e sua relação com o Brasil e outros países. A seguir, os principais trechos do que foi exposto por Durão Barroso.

Brasil, parceiro essencial - A União Europeia considera o Brasil um parceiro essencial. Eu acho que é bom termos um acordo com o Brasil, várias razões: econômicas, comerciais e também políticas. Foi essa a mensagem que eu vim trazer ao país.

A União Europeia é sui generis. Temos 18 países dos 28 que já têm moeda em comum, o Euro. Hoje em dia, o ponto-chave é que a moeda única exige uma melhor integração, e os nossos estados membros querem aderir ao Euro. O orçamento da UE vai ser sempre no sentido de uma melhor integração.

Como disse Antônio Carlos Jobim, “O Brasil não é para principiantes” –, e a União Europeia também não é para principiantes. Temos 24 línguas oficiais diferentes, e há também diferenças do ponto de vista da cultura financeira. Hoje, a União Europeia tem muito mais competências do que tinha anos atrás. É a primeira economia do mundo, bem à frente dos Estados Unidos e muito à frente também da China. Hoje, a União Europeia representa 7% da população mundial, 23% do PIB mundial e também 50% da despesa social mundial. Estou convencido de que vamos avançar para uma integração.

Evolução da relação entre EUA e China -Existe uma tendência muito positiva nas relações entre EUA e China. A União Europeia é o primeiro parceiro da China, inclusive de todos os Brics [Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul]. A China é o nosso segundo parceiro; o primeiro são os EUA.

A China teve sempre uma posição muito clara de apoio ao Euro, e uma evolução cada vez mais próxima é desejada por ambos os lados. Estamos desenvolvendo uma relação política com o país.

Rússia e Ucrânia - A política da União Europeia tem sido de ajudar a Ucrânia a se tornar um estado independente. E nunca houve, da nossa parte, a vontade de criar um conflito com a Rússia, que é o primeiro parceiro da UE em fornecimento de gás. Com relação ao avião que caiu na fronteira da Ucrânia, há uma investigação em andamento, mas as primeiras informações que temos é de que o avião teria sido abatido por rebeldes separatistas pró-russos. A UE não pode aceitar esse tipo de comportamento. Precisaremos agir se o governo russo não tomar medidas para cessar o que está ocorrendo no leste da Ucrânia.

Acordos comerciais - A UE tem acordos bilaterais com muitos países, como Coreia do sul, Canadá, Cingapura, Japão, Colômbia, Peru e países da África. E com o Mercosul tem estado parado. Parece-me incomum que a União Europeia tenha acordos de livre comércio com tantos países, incluindo a América do Sul, e não tenha com o Brasil. Eu acho que é bom termos um acordo com o Brasil, por todas as razões: econômicas, comerciais e também políticas. Foi essa a mensagem que eu vim trazer ao país.

A UE tem interesse em uma economia aberta. Vamos continuar no caminho da integração, com altos e baixos naturais, que serão superados até alcançarmos um patamar mais elevado.

Questão climática - Lançamos, em 2007, um pacote de redução dos gases do efeito estufa e já conseguimos uma redução de 20% em relação a 1990. A meta é chegar aos 40% até 2030. No dia 30 de julho(quarta-feira), a Comissão Europeia vai decidir quais serão os objetivos para o setor de eficácia energética. Hoje, a UE é responsável por apenas 12% dos gases do efeito estufa. A China e os EUA são os maiores poluidores; por isso, não temos que resolver essa questão sozinhos, e o Brasil também tem um papel importante na discussão do problema.

Produtividade e inovação -Problemas como produtividade e competitividade têm que ser enfrentados com base no seguinte tripé: prudência orçamentária, reformas estruturais e investimento inteligente. A UE já avançou imensamente em infraestrutura. No orçamento de 88 bilhões de euros anunciados para os próximos sete anos, 30% são destinados ao setor de ciência e tecnologia.

Não queremos o modelo econômico da China nem o dos EUA. Queremos incentivar a economia social de mercado, em que haja economias abertas e competitivas, mas que garantam o sistema social, como os sistemas públicos de saúde e o acesso à educação.

O Brasil tem uma capacidade extraordinária em muitos domínios importantes no mundo que estamos criando. Por isso, queremos pensar o Brasil como uma grande promessa nessa relação transatlântica.

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