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30/07/2014 - 08:04

CCEE divulga balanço mensal sobre formação do PLD

Baixo armazenamento, estiagem, redução do consumo, parada de usina nuclear para manutenção e aumento das afluências no Sul estão entre os destaques do mês de julho.

São Paulo – A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE passa a divulgar para a imprensa um balanço mensal dos fatores que influenciaram na formação do Preço da Liquidação das Diferenças – PLD no mês. A entidade, que é responsável pelo cálculo semanal do preço praticado no Mercado de Curto Prazo (MCP), apresenta o resumo analítico para os agentes do setor elétrico em evento presencial e com transmissão em tempo real pelo site [www.ccee.org.br]. O último foi realizado no dia 28 de julho(segunda-feira).

Na análise consolidada de julho foi registrada alta de 47% no valor do PLD (média mensal de R$ 570,04/MW/h) se comparado com junho, cuja média foi de R$ 361,21/MWh. Na avaliação de Rodrigo Sacchi, gerente de Preços da CCEE, o baixo nível dos principais reservatórios associado ao período de estiagem são os principais fatores para manutenção do PLD em alta.

“No decorrer do mês não houve mudanças significativas. A exceção configurou-se no submercado Sul, que, devido à sucessiva entrada de frentes frias, contribuiu para a ocorrência das afluências em cerca de 172% da média histórica para o mês de julho”, explica Sacchi. O aumento da vazão no Sul permitiu o envio máximo de energia para o Sudeste. “Foi esse intercâmbio elétrico que possibilitou a manutenção do armazenamento e evitou uma maior redução na região Sudeste em julho”, destaca.

As variações do PLD estão atreladas, entre outros fatores, à previsão de afluências no país – estimativa do volume de água que deve chegar aos reservatórios. Durante o mês, houve variação tanto para cima como para baixo, sendo que na primeira semana de julho, em função da expectativa inicial de afluências acima da média histórica na região, o PLD no submercado Sul atingiu R$ 15,62/MWh, piso mínimo estabelecido pela Agência Nacional da Energia Elétrica – Aneel.

Outro fator preponderante para oscilação do PLD no mês foi a redução do consumo motivada pela realização da Copa do Mundo, entre junho e julho, em virtude dos feriados decretados em dias de jogos em algumas cidades-sede. Além disso, foi registrada uma sensível mudança no comportamento dos consumidores livres que vêm reduzindo o consumo em cerca de 8% desde abril - o que representa uma redução de 2% de todo o consumo, por conta da alta do PLD registrado este ano.

Também foi considerado no calculo semanal a paralização de Angra II, por um prazo de 33 dias, a partir da terceira semana operativa, para troca de combustível e, por consequência, menor oferta de energia térmica com custo mais baixo.

Tendência hidrológica -O retrato da Energia Natural Afluente (ENA) - que é o resultado da conversão de vazão afluente em energia gerada pelas usinas hidrelétricas – aponta o pior julho histórico em 84 anos para a região Nordeste, com 46% da Média de Longo Termo (MLT). A Média mensal, que representa o registro histórico desde 1931, é utilizada como referencial para verificar a tendência hidrológica para os próximos meses. A mesma análise indica que o submercado Norte mantém-se abaixo, mas próximo da média, com 85% da MLT, assim como o Sudeste, com de 88% da MLT, enquanto o Sul vem apresentando ENAs acima da média, com 172% da MLT em julho.

Para o mês de agosto é esperada uma ENA de 117% da MLT para o submercado Sul, enquanto que para o Sudeste 93% da MLT, 81% da MLT para o Norte e apenas 57% para o Nordeste.

A partir de julho, o boletim InfoPLD (veja no site www.ccee.org.br) passou a apresentar o percentual consolidado das usinas. O mecanismo é utilizado para compartilhar risco entre os geradores, ao passo que o fator de ajuste avalia o desempenho contra garantia física sazonalizada. Em junho, o fator deve ficar em 89,7% e em julho cerca de 88% - mesmo percentual projetado para agosto.

Entenda o PLD -O PLD é o preço de referência do mercado de curto prazo, utilizado para precificar o que foi gerado e o que foi consumido de energia elétrica por todos os participantes do mercado (que operam no âmbito da CCEE).

A CCEE apura mensalmente o total de energia consumido pelos consumidores que compram no Ambiente de Comercialização Livre (ACL) e pelos cativos do Ambiente de Contratação Regulado (ACR). Os contratos negociados no mercado livre, fechados entre o comprador e o vendedor (pelos geradores, comercializadores e consumidores livres e especiais) e pagos bilateralmente, também são registrados na CCEE. Por sua vez, no mercado cativo os contratos são fechados em leilões regulados pelo governo, informações também registradas pela CCEE.

Caso haja mais consumo ou geração do que os montantes contratuais registrados, essas diferenças são liquidadas mensalmente no mercado spot (à vista ou de curto prazo, como também é conhecido). Todos os devedores (subcontratados) pagam em igual proporção para os credores (sobrecontratados).

O valor utilizado para este acerto é o Preço da Liquidação das Diferenças (PLD). O PLD é calculado semanalmente pela CCEE e tem um valor teto e piso, definido pela Aneel. Este ano o teto está em R$ 822,23/MWh e o piso em 15,62/MWh.

CCEE -A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE [www.ccee.org.br] é responsável por viabilizar e gerenciar a comercialização de energia elétrica no país, garantindo a segurança e o equilíbrio financeiro deste mercado. A CCEE é uma associação civil sem fins lucrativos, mantida pelas empresas que compram e vendem energia no Brasil. O papel da CCEE é fortalecer o ambiente de comercialização de energia - no ambiente regulado, no ambiente livre e no mercado de curto prazo - por meio de regras e mecanismos que promovam relações comerciais sólidas e justas para todos os segmentos do setor (geração, distribuição, comercialização e consumo). A CCEE atua em conjunto com outras instituições e órgãos governamentais que compõem a governança do setor para assegurar um modelo sustentável de energia no país, capaz de estimular o crescimento da economia do Brasil e, ao mesmo tempo, garantir um preço acessível ao consumidor.

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