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07/08/2014 - 06:41

Quando reestruturar é o melhor ‘remédio’

Há três anos, mais ou menos, ouvíamos boas expectativas para o Brasil em relação a crescimento. Os ventos estavam favoráveis, a imagem econômica de nosso país estava melhor e isso gerou expectativas. O que fez com que muitas empresas – principalmente as médias - buscassem financiamentos para melhorias na infraestrutura, além de novos equipamentos e contratações. Com isso, assumiram o compromisso de pagamentos a longo prazo.

O que não se esperava era justamente que esse crescimento não acontecesse. O cenário final era: empresas altamente endividadas, com mesmo porte – ou até menor, em decorrência da crise – e um mercado desacelerado.

Mas então, o que fazer? Nos últimos tempos tem aumentado consideravelmente o número de empresas em busca de consultorias para solucionar questões do gênero. Felizmente! Os empresários abriram os olhos para ver que, nem sempre, ‘santo de casa faz milagre’. Enxergar o problema é um fato, mas identificar, à fundo, os passos que foram incorretos e achar uma solução, isso é para especialista. Vale ressaltar que, assim como um doente, cada empresa precisa de um diagnóstico sob medida. É um investimento necessário, para manter a saúde de um patrimônio construído em anos de trabalho e que pode estar em risco.

Analisando então essa situação há dois pilares que devem ser considerados e trabalhados simultaneamente: Na estrutura de capital (estrutura de capital é a relação que a empresa tem de capital próprio, capital de terceiros/endividamento e sua linha do tempo, ou seja, prazos de pagamento): Basicamente neste ponto, respondendo na questão acima, esperou-se que a empresa crescesse e com isso, sua capacidade de pagamento também. Assim, assumiu compromissos para essas capacidades, o que não aconteceu. Então podem ser necessários o alongamento dessa dívida, uma nova captação de recursos, um aporte de capital dos sócios ou de um investidor novo, ou mesmo todas as decisões listadas combinadas, afim de se encontrar o equilíbrio ideal para fazer a dívida "voltar a caber no bolso, que encolheu ou não cresceu" e, Sua excelência, a estagiária: uma história do ensino superior no Brasil

A Daini (oxítona, tem o acento tônico no último “i”) é uma gata de olhos amendoados, pálpebras de quem acaba de sair do salão de beleza e um corpo com as melhores coisas que só a natureza sabe fazer. Sabe a Gisele Bündchen? Nada a ver. Para encontrar o máximo denominador comum de graça e beleza, é preciso procurar a Daiani. Eu a conheci no esplendor da adolescência. Coisa mais fofa. Aquela belezura toda, de mandar embora o espírito, queria cursar Faculdade de Direito.

“Que que tu acha, eu passo?” E me olhava com aqueles olhos amendoados, de tal maneira, que o meu olhar de animal adormecido, sem poesia nenhuma, e ainda atordoado, tinha que procurar qualquer recanto na sala para se aninhar, com medo de algum artigo do Código Penal.

Pois é. Nada é perfeito neste mundo. A Daini, em quem a beleza estacionou como quem veio para ficar, tem um cérebro desse tamanhinho. Escreve como fala. Para ela não há conjugação de verbo. Um palavrão, tipo “sintagma nominal” por exemplo, iria derreter-lhe o cérebro, fazendo-a desmaiar, esparramando no chão toda aquela candura sensual.

Apanhava da matemática a pobrezinha, sem dó, nem piedade, e da química, e da física, e da biologia e, diante de tudo quanto exigisse raciocínio, seu pensamento se esfarelava como pastel de vento. Para concluir o segundo grau, teve que mudar de escola. Para sorte sua, existem na sua região várias faculdades de Direito, e essa concorrência não permite que se entregue ao desconcerto da reprovação qualquer candidato, por mais analfabeto que seja.

Mal gatinhava no primeiro semestre do Direito, a Daini ouviu falar que um juiz da comarca andava à procura de estagiárias. Não teve dúvida, correu para o foro. O único certificado que apresentou foi o de beleza. E passou a integrar a mão de obra barata, contratada para tirar o Judiciário do atoleiro dos processos. Graduada, como todo mundo, na arte de "copiar e colar", em breve estava compondo sentenças e despachos, autenticados pela “certificação digital”.

Concluiu o curso de Direito, a duras penas, graças aos olhos e aos ouvidos fechados dos professores, presos às metas comerciais da Faculdade, que não permite reprovações. Quem fez o trabalho de conclusão por ela, nem sua mãe sabe.

A festa de formatura com direito ao telão das pieguices, os abraços, as lágrimas, os agradecimentos, o baile, não representaram para ela uma conquista, uma colheita de sucessos, mas simplesmente o fim duma pantomima.

Reprovada várias vezes no exame da Ordem, a moça, que ontem montava sentenças e despachos, indeferindo petições de provectos advogados, hoje pertence à subclasse dos bacharéis que não sabem o que fazer com o diploma. Sob a inclemência de um desespero só comparável ao das vítimas de suas cópias e colas, ela continua estudando, se esfalfando, debruçada em cima de polígrafos das provas da OAB.

Tomara que Hollywood a descubra, antes que passe no concurso de juiz.

. Por: João Eichbaum, advogado e autor do livro Esse Circo Chamado Justiça.

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