A redução de custos para estimular o comércio exterior marca as discussões do ENAEX 2014

Rio de Janeiro – A 33ª edição do Encontro Nacional de Comércio Exterior (ENAEX) contou com dois dias de debates em que especialistas, autoridades governamentais e empresários abordaram os entraves e as propostas para a redução de custos no comércio exterior brasileiro. O encontro reuniu cerca de 2.500 participantes no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro.

A carga tributária elevada, burocracia excessiva, o sistema tributário complexo, a infraestrutura ineficiente, além de um custo financeiro com elevadas taxas praticadas, foram os principais pontos indicados pelos participantes do ENAEX 2014 como entraves a um comércio internacional brasileiro mais eficiente, ágil e de baixo custo.

“É preciso estimular e incrementar a competitividade das exportações brasileiras. Para isso é necessário reduzir custos em todo o processo, o que só é possível com a união de esforços entre os setores público e privado para um comércio exterior compatível com a posição do Brasil, de 7º PIB mundial”, destacou o presidente da AEB, José Augusto de Castro.

Painéis - O segundo dia da programação foi aberto com as discussões sobre as perspectivas para a evolução do comércio exterior de serviços, com a participação de Nelson Akio Fujimoto, secretário de Inovação e de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), e de Lia Valls Pereira, professora do IBRE/FGV, e mediação do presidente do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Carga e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e vice-presidente da Fecomércio-SP, Haroldo Piccina. Os debates apontaram que o Brasil precisa estar preparado para negociar serviços, visando expandir as exportações.

O financiamento e garantias às exportações para alavancar a competitividade também foram tema de debates, que reuniu o embaixador Carlos Márcio Cozendey, secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda; Luciene Machado, superintendente da Área de Comércio Exterior do BNDES; e Luiz Claudio Martins Jordão, vice-presidente da AEB; com moderação do diretor da AEB, Arnim Lore. O tema mostrou que há necessidade de se aumentar a participação de instituições privadas para alavancar o financiamento das exportações brasileiras, hoje muito concentradas no BNDES.

A superação dos gargalos da logística de transportes para reduzir custos foi outro tema que pautou os debates no ENAEX 2014. Para discutir o assunto estiveram reunidos Mário Povia, diretor geral da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (ANTAq); e o consultor Cláudio Roberto Frischtak, da Inter B Consultoria. O investimento em infraestrutura, a integração entre os diversos modais e estabilidade regulatória foram alguns dos pontos indicados como fundamentais para uma logística eficiente e de baixo custo.

O painel “Brasil e os acordos internacionais: presente e futuro” teve mediação de Carlos Mariani Bittencourt, vice-presidente da AEB e da Firjan, e contou com as presenças de Vera Thorstensen, coordenadora do Centro de Comércio Global e Investimentos da FGV e do embaixador Paulo Estivallet de Mesquita, diretor do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores.

O Mercoex como proposta para avançar na integração regional também foi foco de discussões e reuniu Ivan Ramalho, alto representante do Mercosul; Enrique S. Mantilla, presidente da Câmara de Exportadores de La República Argentina (CERA); Teresa Aishemberg, secretária executiva da Unión de Exportadores Del Uruguay (UEU); e José Augusto de Castro, presidente da AEB; teve mediação do vice-presidente da AEB, Mauro Laviola.

O secretário executivo da Camex, André Alvim, encerrou os trabalhos do segundo dia do ENAEX 2014 apresentando uma palestra sobre a agenda do órgão em prol da competitividade do comércio exterior brasileiro. Participaram ainda dessa mesa o presidente da AEB, José Augusto de Castro, que fez um resumo das propostas do ENAEX 2014; e José Augusto Fernandes, diretor da CNI, presidente da Funcex e vice-presidente da AEB, que falou sobre a relevância da Camex na agenda da competitividade do comércio exterior brasileiro.