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23/08/2014 - 08:30

TGM fabrica turbina a gás para aviões não tripulados


TR-5000 (Motor 2) em exposição na FIDAE 2014, no Chile. Turbina também será exposta na Fenasucro Crédito/foto: Arquivo TGM

Projeto TR-5000 insere o Brasil no seleto grupo de países que detêm a tecnologia de desenvolvimento e fabricação de turbinas aeronáuticas.

A TGM, maior empresa da América Latina no setor de geração de energia com biomassa, iniciou em 2006 estudos para o desenvolvimento de uma turbina a gás para aplicação em aeronaves não tripuladas, em conjunto com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), situado em São José dos Campos, SP.

O então denominado Projeto TAPP (turbina aeronáutica de pequena potência) resultou na fabricação e colocação em testes de dois motores, cujos ensaios demonstraram a total compatibilidade e viabilidade do Projeto.

Com base nos parâmetros obtidos, criou-se, então, um novo programa chamado Projeto TR-5000, que é uma nova versão do projeto anteriormente denominado TAPP, que trata agora de uma versão de motor aeronáutico que também prevê a sua adaptação para geração de energia.

O programa governamental de desenvolvimento de turbinas a gás brasileiro é uma parceria de sucesso estabelecida entre o Ministério da Defesa e a indústria nacional através do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e da empresa TGM Turbinas.

O Projeto TR-5000 tem como objetivo desenvolver, fabricar e ensaiar um turborreator para utilização em veículos aéreos não tripulados (VANTs) e, bem como, projetar uma versão dual do motor para geração de energia elétrica.

O programa de turbinas a gás do DCTA e TGM é desenvolvido por uma equipe de pesquisadores do IAE, ITA e engenheiros da TGM. O projeto conta com lideranças compartilhadas do DCTA e TGM, cujos responsáveis são: Tenente-Coronel Eng. Abílio Neves Garcia e Eng. José Francisco de Castro Monteiro, ambos do IAE, Prof. Dr. João Roberto Barbosa, pertencente ao Centro de Referência em Turbinas a Gás do ITA, do Eng. José Paulo Figueiredo e do Eng. Alexandre Roma da TGM. Atualmente, o motor TR-5000 encontra-se realizando testes com querosene de aviação nas instalações do IAE, em São José dos Campos, SP.

Visão estratégica - Com foco no mapeamento, vigilância e monitoramento geográfico, este projeto insere o Brasil no seleto grupo de países que detêm a tecnologia de desenvolvimento e fabricação de turbinas aeronáuticas. O projeto TR-5000 objetiva o desenvolvimento contínuo e consistente das capacidades locais no que diz respeito ao Projeto, manufatura e ensaio do primeiro motor nacional de alto desempenho para aeronaves não tripuladas, com aplicações tanto no mercado de defesa como no mercado civil de geração de energia. A utilização do TR-5000 no mercado civil visa aumentar as possibilidades de sucesso financeiro do programa, onde o biocombustível (etanol), oriundo da cana-de-açúcar, será um dos principais combustíveis utilizados pelo motor.

“A visão de uma empresa como a TGM, essencialmente voltada ao mercado de geração de energia, em investir milhões de reais no desenvolvimento de uma turbina a gás, demonstra a clara necessidade da empresa nacional que deseja manter-se um mercado de alta tecnologia de âmbito mundial, alocar altos valores na formação de recursos humanos de excelência e, principalmente, mantê-los em constante evolução e estimulados por novos desafios, pois esta característica é típica do profissional de desenvolvimento”, explica o Eng. José Paulo Figueiredo, Diretor da TGM.

Importância do desenvolvimento nacional – as turbinas a gás são sistemas propulsivos estratégicos, cujas tecnologias de projeto, de ensaio e de fabricação são dominadas por poucos países como EUA, Canadá, França, Inglaterra e Rússia. Esses países impõem restrições à transferência de tecnologia ao Brasil, incluindo, também, a aquisição de turbomotores na faixa de potência utilizada em veículos aéreos não tripulados em geral. Por essa razão, o desenvolvimento nacional das tecnologias associadas a sistemas de propulsão para Defesa ganha alta relevância na medida em que o Brasil deixa de ser vulnerável a possíveis cerceamentos por parte daqueles países.

A escolha do DCTA e seus Institutos, como o IAE e o ITA, para o desenvolvimento de turbinas a gás é notória, seja pela competência que detém na área de aeronáutica, seja pelo caráter estratégico do domínio da tecnologia em questão. Historicamente, o DCTA já desenvolveu uma série de programas ligados às áreas de turbinas a gás e a vapor. Podem-se citar os projetos Paraíba I e II, Guaíba e Paraná I (1976); Paraná II e Turbina a Vapor Rankine (1978); Kongsberg (1980); e o Turbojato TJ-2 (1982) – primeira turbina aeronáutica desenvolvida no Brasil. Recentemente, no período de 2005 a 2014, destacam-se os projetos TAPP-5000, SPD e o próprio TR-5000.

A escolha de um parceiro privado dentro do parque industrial nacional reveste-se de suma importância no que tange à complementação de competências técnicas entre a Academia e a engenharia aplicada. Neste sentido, a escolha da empresa TGM para compor essa parceria estratégica foi fundamental para a viabilidade técnica e operacional de um projeto da envergadura do TR-5000. Líder no mercado nacional em desenvolvimento, fabricação e manutenção de turbinas a vapor, a empresa TGM agregou uma série de tecnologias próprias importantes ao atual estágio de desenvolvimento do Projeto.

“A turbina a gás, resultado dos projetos TAPP e TR-5000, é uma materialização de um trabalho iniciado há décadas por equipes do IAE e do Centro de Referência em Turbinas a Gás do ITA, o qual fiz parte junto ao Prof. Dr. João Roberto Barbosa. Hoje tenho o privilégio de poder unir neste grupo pesquisadores e militares do IAE e uma empresa de alta tecnologia como a TGM, com a certeza de que, com a equipe atual, possuímos todas as condições de produção e desenvolvimento de turbinas a gás no Brasil, seja para a aplicação civil como militar”, disse o Eng. Alexandre Roma, gerente de operações e desenvolvimentos da TGM Aeroespacial.

Para Roma, “a parceria da TGM com o DCTA e seus institutos, é certamente a base perfeita para o sucesso deste projeto, que pode unir a excelência dos institutos à capacidade fabril da TGM, tudo isso aliado ao espírito de busca permanente do avanço tecnológico nacional, presente em ambos os lados, DCTA e TGM”, concluiu.

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