Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

26/08/2014 - 09:51

Medalhista olímpico Gustavo Borges faz previsões para a natação brasileira em 2016


Nadador é otimista e acredita que o País terá, pelo menos, oito finais e quatro medalhas.

São Paulo (SP) - Depois dos bons resultados na principal competição em piscina longa deste ano, o Campeonato Pan-pacífico, na Austrália, e faltando pouco menos de dois anos para os Jogos Olímpicos Rio 2016, estou esperançoso com a atuação da seleção brasileira de natação no Rio. Acredito que podemos pensar em, pelo menos, oito finais e quatro medalhas olímpicas. Sei que é uma meta ambiciosa, mas possível. Explico.

Hoje, temos uma Seleção com a experiência de dois medalhistas olímpicos, Cesar Cielo e Thiago Pereira, e uma nova geração que mostra ter potencial e que promete se posicionar bem no futuro, com Matheus Santana, Marcelo Chierighini e Bruno Fratus encabeçando o grupo. Nessa linha, nas provas de 50 m, 100 m e no revezamento 4 x 100 m livre, o Brasil poderá ter uma presença muito forte, assim como nos 200 m medley. Só com esses atletas, estaríamos disputando cinco medalhas. Entre as mulheres, ainda temos a Ana Marcela e Poliana Okimoto, nos 10 km em águas abertas.

Thiago Pereira estará com mais de 30 anos e tem que se cuidar fisicamente para chegar ao Rio no auge, assim como o Cielo, que terá 29. Mas acredito que a experiência adquirida pelos dois, fará com que briguem por medalhas. Entre as mulheres, além da Ana Marcela e Poliana, Daynara de Paula e Etiene Medeiros também estão evoluindo. O Mundial do ano que vem, em Kazan (RUS), será uma competição dura e poderá mostrar quem realmente estará na disputa em 2016.

O Pan-pacífico foi uma pequena amostra do que poderemos ter. Conseguimos bons resultados, e Felipe França mostrou que voltou com vontade e estará presente nas disputas. Além dele, tivemos o ouro de Matheus Santana nos 100 m livre nos Jogos da Juventude, na China. Realmente as provas de velocidade serão os nossos pontos fortes.

Mas o caminho é longo e o trabalho, árduo até lá. Nos próximos anos, teremos algumas novidades, garotos que hoje estão com 18 anos surgirão como fortes candidatos à medalha nos Jogos do Rio. O páreo será duríssimo. Em termos de equipes, os Estados Unidos e a Austrália são sempre os principais países e os adversários a serem batidos. Acredito nos nomes de Nathan Adrian, James Magnussen e do francês Florent Manaudou nas provas de velocidade, disputando o pódio com os brasileiros.

O importante, neste momento, é a consistência nos treinamentos e nos resultados. O Pan-pacífico foi uma boa referência, e as provas de piscina curta, no Brasileiro e no Mundial do fim do ano, servirão como treinos. Os resultados dos nossos nadadores têm que estar alinhados com seus objetivos. Ter o foco em 2016 se traduz em trabalho intenso, a partir de hoje. É o único caminho a ser seguido.

Acredito que o Brasil, para superar os últimos Jogos Olímpicos, tem que focar em entrar nas finais, antes de se pensar em medalhas. Após garantir a vaga na final, é hora de se pensar no pódio. Ninguém ganha de véspera. Estaremos no nosso país e a pressão, com certeza, vai ser grande. Todos vão querer estar nas finais. É trabalhar duro agora para colher em 2016. Estaremos torcendo.

Perfil de Gustavo Borges - Gustavo Borges nasceu em Ribeirão Preto (SP), em 1972, mas cresceu na cidade de Ituverava (SP), onde começou a nadar, quando tinha dez anos. Disputou quatro Olimpíadas (Barcelona-1992, Atlanta-1996, Sidney-2000 e Atenas-2004) e conquistou quatro medalhas olímpicas. Além disso, tem no currículo dezenove medalhas em Jogos Pan-Americanos, o que o faz, até hoje, o atleta brasileiro com maior número de medalhas na competição. Gustavo também quebrou diversos recordes sul-americanos e quatro recordes mundiais.

Em 1989, com 17 anos foi para São Paulo, defender o EC Pinheiros e obteve as primeiras vitórias no Troféu Brasil, maior torneio do país na época. Em 1990, Maria Lenk o indicou para a Bolles School, em Jacksonville, na Florida (EUA), onde pode aperfeiçoar a natação e estudar. Em 1992, o atleta entrou para a Universidade de Michigan, onde se graduou em Economia. Enquanto competia, inaugurou duas academias de natação, uma em São Paulo e outra em Curitiba. Após a Olimpíada de Atenas-2004, Gustavo se aposentou e passou a dedicar sua vida à Metodologia Gustavo Borges (MGB), voltada para o aprendizado aquático. Em março de 2012, entrou para o International Swimming Hall of Fame (o Hall da Fama da natação mundial), sendo o segundo brasileiro a receber a honraria - a primeira foi Maria Lenk.

As medalhas olímpicas: Prata - 100m livre em Barcelona/1992 | Prata - 200m livre em Atlanta/1996 | Bronze - 100m livre em Atlanta/1996 | Bronze - 4x100m livre em Sydney/2000.[www.gustavoborges.com.br].

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira