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27/08/2014 - 10:21

Presidente do Paraguai recebe produtores brasileiros de stevia


Após acordo com o governo do país vizinho, Stevia Soul migra boa parte de sua produção agrícola da planta que produz poderoso adoçante natural; falta de políticas públicas no Brasil e concorrência com a China foram pontos decisivos para a companhia de Maringá (PR) migrar plantio de folhas.

Maringá/PR - Produtores rurais da companhia brasileira Stevia Soul, indústria alimentícia pioneira na produção de adoçante 100% natural, foram recebidos pelo presidente paraguaio Horácio Cartes e pelos ministros da Agricultura e da Ação Social, no último dia 22 de julho, em Assunção.

O encontro marca o acordo para que parte da produção de 1.500 quilos por hectare/ano de folha de Stevia rebaudiana, hoje, produzida em Maringá (PR), migre para o Paraguai. Segundo os empresários brasileiros, a decisão de levar a produção para o país vizinho é motivada pelos incentivos fiscais e assistências técnicas oferecidas e, principalmente, pela ausência de políticas públicas do Governo Federal brasileiro, que ignora a concorrência pesada da China.

O processo de plantio já foi iniciado no Paraguai e, no mês de novembro de 2014, é esperada a comercialização dos produtos da companhia brasileira. O plano está sendo elaborado em conjunto pelas pastas da agricultura e ação social, que pretendem oferecer apoio à inovação tecnológica e infraestrutura para a produção da cultura no país.

Na divisão das ações, o ministro da Agricultura paraguaio, Jorge Gattini, garantiu assistência técnica especializada à companhia e informa que o setor privado comprará e a comercialização dos cristais e produtos à base de stevia. Já no campo da Ação Social, o ministro Héctor Cárdenas informou que o piloto lançado visa beneficiar cerca de 1.500 famílias que estão incluídas no programa Tekoporã de assistência.

Enquanto isso, no Brasil...

A companhia brasileira hoje ameaça sair do País por não ver perspectivas de curto prazo à criação de política pública para a produção e comercialização dos insumos, oriundos da planta stevia. Originária da divisa do Brasil com o Paraguai, a herbácea é utilizada por indígenas da região desde o século 17, mas foi com a Stevia Soul – a primeira indústria alimentícia no Ocidente – que há pouco mais de 28 anos a planta ganhou notoriedade como um poderoso adoçante natural. Agora, passa por dificuldades para manter-se no País.

Por meio de entidades ligadas ao agronegócio, produtores de stevia vão apresentar ao Governo Federal um projeto de isenção fiscal do PIS/Cofins, a fim de eliminar a alta carga tributária de 21,25%. Hoje, esta taxa elevada impede que produtores de folha de glicosídeo de esteviol sejam capazes de disputar mercados nas Américas, Europa e Ásia.

Durante as últimas reuniões dos produtores da stevia com a Confederação Nacional da Agricultura brasileira, foram encaminhados os pleitos para o incentivo da cadeia produtiva da Stevia no Brasil – porém, os responsáveis têm demonstrado a inviabilidade da formação de uma cadeia produtiva da planta por conta da incidência da tributação.

“Dentre os incentivos que o Paraguai está oferecendo, estão 70% a mais de subsídios para a produção da stevia do que são propiciados pelo Brasil. Além de oferecer uma política de isenção de tributos, o país vizinho liberou o financiamento à assistência técnica, para nos dar condições de produção de stevia”, afirma Fernando Meneguetti, Vice-Presidente da Stevia Soul.

Ainda de acordo com o executivo da companhia, “o fornecimento da matéria-prima da para a Stevia Soul, através da adesão dos pequenos produtores ao programa de renda mínima paraguaio são alguns dos fatores que estão nos levando a cogitar deixar o Brasil, caso a situação não seja revertida pelo Governo Federal brasileiro”, garante.

Stevia em números – O cristal de stevia, que deve movimentar mais de US$ 495 milhões no mundo, até 2016, atualmente tem a China como a maior produtora, que recebe governo chinês subsídios tecnológicos para plantio e processamento. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos próximos 10 anos o edulcorante de stevia ocupará mais de 30% do mercado global de adoçantes.

Mais sobre a Stevia Soul – A Stevia Soul exporta uma variedade de produtos para a China, Estados Unidos, Canadá, Espanha, Itália, Peru e Uruguai. E desde junho deste ano passou a fornecer às indústrias brasileiras matérias-primas para a produção de alimentos, em substituição aos adoçantes artificiais, sintéticos e com sacarose. Stevita, Fit Sucralose, Dolce Vita e Stevita Soul são as marcas carros-chefes da companhia. [www.steviasoul.com.br].

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