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28/08/2014 - 08:53

Começou a temporada de caça aos marqueteiros políticos


Tem gente que engana no jornalismo, em relações públicas, como professor. Mas, se tem uma área onde o número de enganadores é assustador, esta área se chama “Marketing Eleitoral”.

Você conta com os dedos da mão os que têm competência para isto no Brasil. E a maioria só gosta de trabalhar de dois em dois anos. Faz uma campanha para Governador em um determinado Estado, outra para um Prefeito e, mesmo quase sempre perdendo, segue enganando candidatos desesperados pelo poder.

Com exceção dos cinco grandes profissionais que temos, os outros têm a arte de encantar o candidato, dizendo a ele o que a sua vaidade quer ouvir. Para eles, o mais importante é a marca do candidato, sua foto e um conceito do tipo: “Este sabe o que você quer” ou o sempre manjado: “Gente como você”.

Não sabem que a primeira coisa a se fazer é uma pesquisa para descobrir que tipo de candidato a população espera, que mudanças deseja e seus níveis de insatisfação. Mas não, partem para um jingle, aquela musiquinha que o candidato vai mostrar para a família, aprovar e colocar nas ruas.

Já disse que devo ter sido o marqueteiro mais jovem do Brasil.

Tinha cinco anos de idade quando Juscelino Kubitschek foi candidato à Presidência. O Comitê Central ficava numa loja enorme bem debaixo do apartamento onde eu morava na Rua da Bahia, em Belo Horizonte. E eu era tão xereta que ficava o tempo todo naquele comitê. Até que tiveram a ideia de se livrarem de mim. Pediram autorização à minha mãe e me colocaram no alto de um caminhão cantando o jingle: “Juscelino, Juscelino, Juscelino. Para Presidente do Brasil”.

Alguns anos depois, apareceu um candidato a Prefeito chamado Nelson Thibau, que prometeu colocar um navio na Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte. Para que? Ele achava que o seu navio acabaria com a frustração dos “Belzontinos” por não ter um mar nas Minas Gerais. Concorreu em três eleições. E nunca venceu.

O que me incomoda é que a grande maioria dos políticos ainda não entendeu que o eleitor mudou. Está muito melhor informado, avalia os candidatos e criou o “desconfiômetro” de cada candidato que aparece.

E o mais importante: a decisão, nas campanhas majoritárias, vem das classes C e D. Alguns até tentam falar com esta imensa população de eleitores, mas seus discursos, pronunciamentos e até programas de TV, ficam artificiais porque estes candidatos não têm o poder de se identificar com aquela população.

E como não existe um curso de “povês”, não falam a linguagem real do povo. Abraçam gente na rua, distribuem beijinhos, mas as propostas não chegam a este público que de fato decide.

E quando perdem, colocam a culpa nos profissionais de marketing político, porque se julgam enganados por eles. Porém eu penso que a culpa é dos próprios candidatos e de quem os assessorou.

. Por: Agnelo Pacheco, publicitário, começou a carreira no início da década de 1970, montou a própria agência em 1985 e conquistou, entre outros, os prêmios Clio Awards de New York da Propaganda Brasileira, Leão de Ouro do Festival de Cannes e foi eleito o Publicitário do Ano pelo Prêmio Colunistas.

Ao longo de sua carreira, construiu inúmeros conceitos para seus clientes que fizeram e fazem história na propaganda brasileira, dentre eles: “Banespa. O Banco de um novo tempo”; “Tomou Doril. A dor sumiu”; “É Mash que eu gosto”; “Banco para quem gosta de banco” e “Caixa para quem gosta de Caixa”, entre outros.

Também desenvolve diversos trabalhos voltados ao terceiro setor, como: “Vacinação infantil – Zé Gotinha”, “Combate ao câncer de mama”, “Lei Seca”, “Instituto Sou da Paz”, “Fundação Projeto Travessia - de combate ao trabalho infantil” e “AACD”.

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