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29/08/2014 - 10:12

Indústria do combustível é debatida em simpósio da AEA

Evento informativo voltado para a indústria de combustíveis, com perspectivas e panoramas do segmento. Assim foi apresentado o VII Simpósio Internacional de Combustíveis, nesta edição, com o tema “A Maioridade dos Combustíveis no Brasil”, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), no último dia 26 de agosto(terça-feira), no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo (SP).

“Entramos em um fase intensa de desenvolvimento, pesquisas e já observamos uma transformação, a nossa capacidade de inovar e executar testes para reforçar com toda certeza o papel da indústria brasileira”, disse Antonio Megale, presidente da entidade em sessão de abertura.

Sob a supervisão e liderança da comissão organizadora da AEA composta por Sergio Luiz Viscardi e Ricardo França, ambos da Ipiranga, Sidney Barbosa, da Bosch, e Simone Hashizume, da JX Nippon Oil, o evento trouxe ao público presente nove palestras altamente informativas e técnicas, com informações atualizadas do que está ocorrendo na indústria de combustíveis do Brasil, ampliando as discussões técnicas entre especialistas e o público presente.

A 7ª edição do Simpósio Internacional de Combustíveis foi destinada a representantes e especialistas de órgãos governamentais, fabricantes de veículos automotores, autopeças, fornecedores de equipamentos, frotistas, fornecedores de gases, produtores de aditivos, empresas fornecedores e distribuidoras de combustíveis e derivados de petróleo e estudantes de engenharia.

O primeiro painel “Abastecimento Combustíveis até 2025” teve início com a palestra “Abastecimento Diesel e Gasolina”, ministrado por Paschoal Falconi Junior, da Petrobras. Na oportunidade, Falconi Junior apontou alguns fatos importantes que ocorreram no país, mudando significativamente o cenário do abastecimento do Diesel e da gasolina.

No caso do Diesel, a substituição total do S1800 para o uso automotivo e a entrada de caminhões com motores que atendem à fase P7 do Conama e demandam obrigatoriamente o combustível com baixíssimo teor de enxofre. Já a gasolina passou por variabilidade de demanda com o grande crescimento da frota de veículos flex fuel e como marco no setor, a entrada integral da S50 no início do ano.

“A cana de açúcar ainda tem o maior potencial para produzir etanol quando comparado com outras matérias primas”, disse Luciano Rodrigues, da União da Indústria de Cana de Acúcar (Unica), em apresentação “Abastecimento Álcool”. Rodrigues exibiu a evolução da moagem da cana e o aumento significativo da produção com a contribuição da indústria, como a consolidação dos veículos flex e a redução do ICMS sobre o etanol em São Paulo, de 25% para 12% , aumento de interesse global pelos bicombustíveis.

Segundo Rodrigues, uma política de longo prazo consistente em prol do etanol exige duas medidas adicionais no Brasil: previsibilidade, reconhecimento das externalidades e melhoria da eficiência técnica dos veículos flex.

“Em 2013, a indústria do biodiesel faturou R$ 6,4 bilhões e sua produção gera 35% mais PIB quando comparado com o diesel fóssil”, afirmou Julio Minelli, da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), em palestra “Abastecimento Biodiesel”.

No histórico do biodiesel no Brasil, com apenas dez anos de vida, a introdução da política do biodiesel teve viés social, ou seja, a base preferencialmente da agricultura familiar, com redução de desigualdades regionais. Sua evolução acompanhou o crescimento do diesel, com forte impacto na economia entre 2011 e 2013.

O painel “Abastecimento Combustíveis até 2025”, foi encerrado após debate com a participação do público, mediado por Luciano Liborio, da diretoria de abastecimento e Regulamentação do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom).

O pesquisador-tecnologista em Metrologia e Qualidade do Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Paulo Henrique Brown, em palestra “Status da fiscalização Inmetro no Arla”, informou que a fiscalização do agente redutor líquido automotivo é realizado pela Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade, braço executivo do Inmetro, composto por 26 órgãos delegados.

Em sua apresentação, Brown ainda informou sobre a importância e a evolução da fiscalização por parte do Instituto. “Em 2013, 13.120 unidades do Arla foram fiscalizadas, sendo que 666 interditadas, 3 apreendidas e 1206 reprovadas. Já de janeiro a julho de 2014, o Inmetro inspecionou 22.990 unidades, sendo que apenas 11 foram interditadas, 3 apreendidas e 101 reprovadas”, comentou.

No “Painel Aditivação da Gasolina”, as palestras “Status do Programa da Aditivação Total da Gasolina” e “Benefícios da Aditivação da Gasolina” foram ministradas por Rosangela de Araújo, superintendente da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Deanna Murlin, da Lubrizol.

Para Rosangela, a qualidade da gasolina automotiva, com a entrada do S50, trouxeram ganhos reais, como a redução da formação de depósitos nas válvulas de admissão dos motores, a inibição do aumento do consumo de combustível do veículos, aumento da vida útil dos motores; mitigação das emissões de poluentes e contribuição para o meio ambiente e saúde humana.

Panoramas – A palestra “Visão da Anfavea”, por Henry Joseph Junior, vice-presidente da entidade, reforçou sobre as metas de eficiência energética com o programa Inovar Auto e a posição da Anfavea sobre o assunto. “Toda gasolina comercializada no país deve conter aditivos para o controle da formação de depósito; os teores e as marcas dos aditivos utilizados podem ser quaisquer , desde que previamente aprovados e registrados pela ANP e que atendem aos critérios mínimos de desempenho regulamentados”, disse Joseph Junior.

Ainda de acordo com o vice-presidente, “a regulamentação dos critérios mínimos de desempenho dos aditivos tem que considerar as peculiaridades da gasolina brasileira, a diversidade de distribuidores, a movimentação e o tempo de tancagem, o preço final do combustível e qualidade do aditivo quanto a prevenção na formação de depósito no sistema de alimentação, nos injetores de combustível, nas válvulas de admissão e nas câmaras de combustão”, informou.

Para Joseph Junior, as dificuldades para os fabricantes de veículos são os requisitos altamente avançados de eficiência energética e controle de emissões que requerem combustíveis que permitam tecnologias que possam auxiliar a eficiência energética dos veículos e do motor, além de possibilitar tecnologias sofisticadas de controle de emissões de poluentes.

O gerente de Soluções Comerciais e Desenvolvimento de Produtos da Petrobras, Frederico Kremer, em “Visão da Petrobras e Status dos Testes”, informou que as gasolinas S50 de produção, sem aditivos detergente dispersantes, formam menor quantidade de depósitos no motor, quando comparadas com as gasolinas S800. Para a Petrobras, é possível a produção de algumas gasolinas S50 com nível de depósito inferior ao limite máximo de 100 mg sem o uso de aditivos detergentes dispersantes. As demais devem ficar entre 100 e 250 mg. Já as gasolinas importadas apresentam resultados na mesma ordem de grandeza dos depósitos encontrados nas gasolinas nacionais.

A apresentação “A Visão das Distribuidoras”, ministrada por Ricardo França, representando o Sindicom, além de exibir um cenário da gasolina no Brasil, coma a entrada do enxofre em no máximo de 50 ppm desde o início do ano, informou que a partir do segundo semestre de 2015 toda gasolina deverá conter detergente dispersante em uma quantidade mínima que garanta o máximo de 100 mg de depósito em válvula (média).

E para os Distribuidores a grande preocupação será a forma como a aditivação será percebida pelo consumidor e o tempo hábil para que as se façam as adequações necessárias para a cabotagem. “Em geral, o prazo para a aditivação é muito curto, ou seja, 11 meses”, diz França.

As palestras com os devidos panoramas foram encerradas após debate mediado por Fernando Calmon, jornalista e editor da coluna Alta Roda. O encerramento do evento concluído com Sergio Viscardi, diretor executivo da AEA e coordenador do evento.

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