Geração de energia por biomassa equivale à potência da usina de Belo Monte

O volume produzido atende cerca de 3% do consumo nacional, mas o setor possui capacidade para gerar até 12% da energia consumida no Brasil.

A quantidade de energia gerada pelo setor sucroenergético, a partir da biomassa, equivale à potência a ser instalada pela Usina Hidroelétrica de Belo Monte. Em 2013, cerca de 170 usinas comercializaram o excedente de energia elétrica totalizando 1,72 GW de potência, o que representou 3% do consumo nacional.

O potencial de produção do setor é um dos destaques na 22ª Fenasucro, maior feira mundial do setor sucroenergético, que acontece até o dia 29 de agosto(sexta-feira), no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho (SP). A feira conta com grandes empresas nacionais e internacionais especializadas em projeto, construção, operação e manutenção de usinas alimentadas por biomassa agrícola.

De acordo com Plínio Nastari, presidente da Datagro, a capacidade de produção do setor sucroenergético é muito superior ao volume gerado. “As usinas têm capacidade de gerar até 7,81 GW, o que dá margem para muitos investimentos. Em 2020, o potencial do setor será de 15,66 GW”, diz Nastari.

A posição estratégica do setor também reflete nos valores de mercado. A expectativa é que os valores no leilão, previsto para acontecer em setembro, passe de R$ 150,00 por MW/hora para cerca de R$ 190,00 por MW/hora. Para Octavio Antonio Valsechi, professor do Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Socioeconomia Rural da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a produção de energia a partir da biomassa é mais viável que outras tecnologias como a eólica. “O setor sucroenergético conta com toda infraestrutura para produção e distribuição por meio de linhas de transmissão, enquanto os polos de energia eólica demandam investimentos de grande porte. A demanda existente é grande, basta aproveitar a estrutura pronta para ampliar a produção”, afirma Valsechi.

De acordo com ele, o modelo brasileiro é referência para diversos países, que visitam feiras e unidades industriais para conhecer o processo de produção por meio da biomassa. “Somos referência mundial nessa tecnologia, diversas delegações visitam a Fenasucro e unidades industriais para conhecer os mecanismos de produção”, diz Valsechi.