SONG defende a profissionalização do terceiro setor

Presidente da entidade propõe reforma administrativa de todos os setores das ONGs gaúchas para garantir eficácia na prestação de seus serviços.

Atualmente, uma das principais questões debatidas em relação ao terceiro setor diz respeito à profissionalização do segmento. Muitos questionam a real necessidade de profissionalizar setores como administrativos, financeiros, contábil e de recursos humanos. Segundo o presidente da SONG, entidade especializada na promoção e qualificação de práticas administrativas direcionada às Organizações Não-Governamentais do RS, Maximiliano Carlomagno, a questão é crucial para a sobrevivência das organizações não-governamentais. “A qualidade de serviços oferecidos, a articulação institucional, a sustentabilidade e a transparência são requisitos essenciais para o sucesso de qualquer empreendimento e sobretudo para o terceiro setor,” defende.

Pensar nas ONGs como mero instrumento de assistencialismo e de caridade é relegá-las a um plano inferior, não condizente com os preceitos de responsabilidade social. Carlomagno evidencia a importância de um projeto de gestão dentro dessas organizações em substituição aos arcaicos modelos de administração doméstica empregados até pouco tempo. “ A profissionalização deve fazer parte de um processo de mudança cuidadoso, que respeite o que a organização tem de melhor, levando-se em conta a cultura e os valores da entidade”, analisa.

São inúmeras as ferramentas de gestão que podem ser usadas no terceiro setor, desde que adaptadas a sua realidade. Um exemplo disso é o trabalho que a SONG desenvolve junto às organizações não governamentais no Rio Grande do Sul por meio da promoção e qualificação das práticas de gestão administrativa, seguindo três etapas: Promoção, Educação e Transformação. A primeira delas, a promoção da cultura das práticas de gestão para o terceiro setor, se dá por meio de publicação de artigos, produção de material acadêmico e aparições em meios de comunicação. A segunda linha de atuação consiste na educação. Voltada para qualificar as lideranças sociais através de cursos, palestras e eventos que levem educação formal a esse público. Por fim, a terceira linha de atuação da SONG consiste em produzir a transformação nas ONG’s através da atuação direta junto as instituições sociais por meio de ações de assessoria em gestão administrativa.