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10/01/2008 - 10:13

2008: Crescem os níveis de insegurança econômica e política na última década


Genebra, Suíça - O World Economic Forum divulgou no dia 9 de janeiro o relatório “Riscos Globais 2008”, destacando a necessidade de novas maneiras de pensar e ações coletivas para enfrentar uma série de problemas. O relatório expressa o receio de que a atual falta de liquidez poderá desencadear uma recessão nos EUA durante os próximos 12 meses, o que exige novas idéias sobre o risco financeiro sistêmico em resposta à revolução dos mercados financeiros nos últimos 20 anos. O relatório também recomenda um conjunto de princípios na gestão do Risco-País e examina de que maneira o setor financeiro pode ser ainda mais importante no processo de transferência de riscos no futuro.

O alerta ainda que a segurança alimentar vai se tornar um problema econômico e político cada vez mais complexo nos próximos anos, com questões que envolvem propriedade e concessões entre segurança e outras dúvidas, que tornam a criação de políticas globais mais difícil e necessária. Cooperação em grande escala para lidar com as vulnerabilidades associadas às cadeias de abastecimento transnacionais e à concentração de produção podem também ser necessárias. Finalmente, com o preço recorde do petróleo, o relatório recomenda uma abordagem melhor para a segurança energética nos próximos anos.

“Riscos Globais 2008”, publicado em conjunto com a Citigroup, Marsh & McLennan Companies, Swiss Re, o Wharton School Risk Center e Zurich Financial Services, destaca as principais áreas de risco que serão os focos de discussões entre líderes empresariais e legisladores na Reunião Anual do World Economic Forum, em Davos, no final deste mês.

O relatório é baseado em informações de uma rede de mais de 100 dos maiores líderes empresariais, tomadores de decisão, cientistas e outros grandes acadêmicos que, ao longo de 2007, fizeram parte da Rede de Riscos Globais do World Economic Forum. Os assuntos identificados no relatório devem formar a base da pauta para a Reunião Anual.

Questões emergentes para o risco global - “Riscos Globais 2008” analisa quatro questões emergentes que vão ter impacto na economia e sociedade global na próxima década. Embora muitos destes riscos são inevitáveis, eles podem ser melhor compreendidos, geridos e abrandados.

Risco financeiro sistêmico - Uma nova precificação de risco em mercados financeiros foi prevista por alguns analistas no início de 2007 – inclusive pela Rede de Riscos Globais – mas a escala e a natureza da crise financeira sistêmica de 2007-2008 têm levantado dúvidas fundamentais a respeito das vulnerabilidades inerentes ao modelo atual dos mercados financeiros. A diversificação do risco pode ter fortalecido a estabilidade em bons tempos, mas a ameaça de risco financeiro sistêmico continua intensa. Neste ano, a recessão nos EUA é possível e os economistas estão divididos se o crescimento asiático baseado no consumo será suficiente para impulsionar a economia global. Na Europa, o tamanho do setor financeiro do Reino Unido cria vulnerabilidades, enquanto grandes déficits em conta corrente em algumas economias da Europa central e oriental podem se mostrar insustentáveis em 2008.

As mudanças no mercado financeiro nas duas últimas décadas levaram à descentralização da propriedade de riscos, o que criou mais oportunidades para o risco transitar entre empresas e mercados – aumentando ainda mais a importância de gestão de riscos. Sob condições normais de mercado, o sistema financeiro aumentou sua capacidade de absorver e distribuir os riscos, e se tornou mais estável. Mas, para mitigar o impacto do tipo de desafio presenciado em 2007, o relatório pede mais colaboração entre os setores público e privado para testar a estabilidade de sistemas, gestão de riscos, avaliação de risco e prevenção para lidar com a chamada “fragmentação da propriedade de riscos globais”.

Segurança Alimentar - Em 2007, vários alimentos básicos alcançaram preços recordes e as reservas globais de alimentos atingiram os menores níveis dos últimos 25 anos, o que tornou a oferta de alimentos vulnerável a crises internacionais ou desastres naturais – em alguns casos ocasionando as “revoltas de comida”, que já ocorreram em 2007. Para o futuro, Riscos Globais 2008 sugere que os fatores por trás da insegurança alimentar global – crescimento populacional, mudança de estilo de vida, o uso de safras para produzir biocombustíveis e mudanças climáticas – devem se aprofundar na próxima década, gerando, em longo prazo, uma tendência global de reversão dos preços de alimentos e levando a um conjunto de desafios complexos para a eqüidade global.

Vulnerabilidade na cadeia de abastecimento - Avanços em tecnologia e em logística global, em conjunto com a redução de barreiras comerciais, impulsionaram uma expansão histórica do comércio internacional e intra-regional nos últimos 20 anos. Esses avanços levaram, em geral, a mais eficiência e prosperidade global. Mas, a hiperotimização das cadeias de abastecimento também poderá aumentar as vulnerabilidades de rompimentos e de concentração de riscos. Em geral, essas vulnerabilidades nem sempre são totalmente compreendidas. Embora as cadeias de abastecimento podem compartilhar os riscos entre várias partes, elas também podem agregar riscos.

Todas as empresas e governos que dependem de fornecedores externos enfrentam rompimentos em suas cadeias de suprimentos; a construção de uma nova cultura nesta área, junto com uma abordagem internacional para gerir os riscos das cadeias de abastecimento em setores públicos e privados, está entre os primeiros passos as serem tomados para mitigar os riscos.

Energia - A disponibilidade de fontes energéticas é fundamental para a economia global, mas é cada vez mais difícil garantir um fornecimento seguro e sustentável – e em conformidade com os compromissos globais de reduzir emissões de gases que causam o efeito estufa. Com previsões de que a demanda por petróleo deve aumentar 37% até 2030, o relatório vê um espaço limitado para a queda de preços de energia na próxima década. Esta pode ser uma boa notícia para produtores de petróleo e gás, mas cria um descompasso inerente entre as partes que suportam os riscos e que ganham as recompensas, que só devem ser resolvidos por meio de um diálogo mais aberto em todos os níveis.

“Riscos Globais 2008 aponta para um futuro de desafios imensos, mas também de oportunidades para os tomadores de decisão em governos e empresas mostrarem a sua capacidade de liderança”, afirma o professor Klaus Schwab, fundador e chairman do World Economic Forum. “A análise da conectividade dos riscos globais presente no relatório reflete a necessidade de se criar uma estrutura de colaboração para enfrentar a esses desafios. A próxima Reunião Anual do World Economic Forum será a estrutura para desenvolver este debate.”

David Nadler, vice-chairman do Marsh & McLennan Companies (MMC), nos EUA, ressalta: “Como o relatório aponta, a ameaça de uma crise financeira sistêmica é o risco mais imediato e, em termos de custo econômico, é o mais severo para a economia global. Com tantas possíveis conseqüências da crise de liquidez em 2007 ainda não resolvidas, a perspectiva para o início de 2008 ainda é mais incerta do que no início do ano passado. O Federal Reserve dos EUA projetou perdas diretamente relacionadas ao mercado sub-prime de US$ 150 bilhões; os prejuízos financeiros fora do setor sub-prime podem ser muito maiores. O risco de uma crise financeira sistêmica identificado neste relatório será um dos principais tópicos para os líderes empresariais e políticos em Davos este ano.“

“O abastecimento de energia também é uma questão crucial. A economia global mostrou grande elasticidade diante dos aumentos nos preços da energia desde 2004. Mas podemos estar perto de atingir os limites desta elasticidade. Nas próximas duas décadas, o fornecimento de combustíveis fósseis primários ficará mais restrito, o que provocará um crescimento na vulnerabilidade do mercado global para os choques de preços. O relatório pede mais diálogo em todos os níveis – entre países desenvolvidos e emergentes e entre o setor privado, governos e agências reguladoras. Caminhos para uma estrutura regulatória progressiva são necessários para garantir a viabilidade econômica no longo prazo. Essa estrutura deve buscar o investimento e a inovação em energia mais limpa, e, finalmente, criar um preço econômico para o carbono.”

Mitigação de Riscos: aumentando a responsabilidade de mercados financeiros e a coordenação entre países - Apesar do tumulto financeiro de 2007, os mercados financeiros são cada vez mais vistos como uma ferramenta importante para mitigar uma enorme variedade de riscos globais. O crescimento desses mercados abriu novas possibilidades para ajudar a reduzir os riscos, incluindo o surgimento rápido de um novo mercado de títulos baseados em seguros (ILS), que oferece volumes adicionais de capital para a indústria de seguros protegendo contra as grandes perdas em caso de catástrofes. Enquanto os títulos inicialmente emitidos nos mercados financeiros ajudaram a reduzir as perdas com os danos causados por vento e terremotos, o mercado ILS cresceu muito nos últimos anos em termos da variedade de riscos cobertos, com o valor total desses títulos avaliados em mais de US$ 34 bilhões.

Christian Mumenthaler, membro do Comitê Executivo da Swiss Re, que passou três anos no posto de Principal Diretor de Risco, disse: “O desenvolvimento do mercado ILS aumentou a capacidade das seguradoras e resseguradoras de aceitar riscos de pico, como os furacões dos EUA. Isso se tornou cada vez mais importante porque as mudanças climáticas aumentaram a freqüência e severidade dos ciclones tropicais. A maior capacidade de seguro proporcionada por estes instrumentos ajuda as empresas privadas e os governos a reduzir e gerir estes picos de risco.”

Além da ILS, uma grande variedade de outros instrumentos financeiros está em desenvolvimento para transferir os riscos de seguros, inclusive derivativos do clima. Mumenthaler completa: “O mercado de derivativos do clima cresceu a uma taxa explosiva em anos recentes. Por exemplo, estes instrumentos podem oferecer pagamentos rápidos aos governos e fazendeiros para criar uma proteção contra a falta de chuva ou calor excessivo na época de plantio, ou muita chuva no período de colheita. Desta maneira, governo e produtores podem investir na produção agrícola com um grau maior de confiança, ajudando a otimizar a produção e segurança alimentar.”

Em Riscos Globais 2007, a Rede de Riscos Globais do World Economic Forum alertou sobre o crescente sentimento de subestimar o risco nos mercados financeiros, oferecendo uma avaliação rápida de uma série de riscos globais para a próxima década e recomendando a criação de diretórios de risco nacionais e coalizações internacionais flexíveis para gerir a complexidade do ambiente global de risco.

Diretórios de Risco Nacional: Estabelecendo princípios para a gestão de riscos nacionais - “Para manter os benefícios da globalização, aumentar a governança sobre o fenômeno é vital”, diz Charles Emmerson, diretor associado do World Economic Forum e editor do relatório. “Em todas as áreas analisadas pelo relatório, os princípios de eqüidade, gestão de concessões e cooperação global no longo prazo serão necessários. A perspectiva é incerta no curto prazo, mas não devemos perder de vista os desafios de longo prazo”.

Riscos Globais 2007 recomenda a criação de diretórios de risco nacionais para ajudar na gestão de risco em nível nacional. Riscos Globais 2008 examina o exemplo específico do Secretariado de Contingência Cíveis do Reino Unido e estabelece um conjunto de princípios para a gestão de Riscos-País, que podem ser aplicados em vários ambientes institucionais. Um fórum internacional de diretórios nacionais de risco teria o potencial para oferecer uma troca maior de informações a respeito de riscos globais transnacionais e inerentes, além de melhorar a capacidade global de prever e responder aos riscos.

Marsh & McLennan Companies (MMC) - MMC é uma empresa global de serviços profissionais oferecendo conselhos e soluções nas áreas de risco, estratégia e capital humano. A MMC controla várias grandes consultorias globais de risco, entre as quais a Marsh, corretora de seguros e consultoria de risco; Guy Carpenter, especializada em risco e resseguros; Kroll, a consultoria de risco; Mercer, empresa de serviços e consultoria para RH e finanças; e Oliver Wyman, consultoria de gestão empresarial. Com mais de 55,000 funcionários no mundo inteiro e receitas anuais de US$ 11 bilhões, a MMC oferece análise, consultoria e capacidade transacionais para clientes em mais de 100 países. Suas ações (seu símbolo na bolsa de valores: MMC) estão listadas nas bolsas de Valores de Nova York, Londres e na Bolsa de Mercadorias de Chicago. | www.mmc.com.

Perfil - A Swiss Re é uma das maiores e mais diversificadas empresas de resseguros. A companhia está presente em mais de 25 países. Criada em Zurique, Suíça em 1863, a Swiss Re oferece serviços financeiros que possibilitam arriscar em decisões essenciais para empresas e para o progresso. Os produtos de resseguros tradicionais da empresa, junto com seus serviços relacionados para ativos e sinistros e as empresas de seguro de vida e de saúde, são complementados por soluções de financiamento corporativo e serviços adicionais para a gestão total de riscos. A Swiss Re recebeu um rating de “AA-“ da Standard & Poor, “Aa2” do Moodys e “A+” da A.M. Best.

A Zurich Financial Services Group (Zurich) é um provedor de serviços financeiros baseados em seguros com uma rede global de subsidiárias e escritórios na América do Norte e Europa, além da Ásia, América Latina e outros mercados. Fundada em 1872, o Grupo é sediado em Zurique, Suíça. A empresa possui aproximadamente 58,000 funcionários servindo clientes em mais de 170 países.

O World Economic Forum é uma organização internacional independente compromissada em melhorar as condições do mundo, envolvendo lideranças para estruturar agendas locais, regionais e globais.

Incorporado como uma fundação em 1971, e sediado em Genebra na Suíça, o World Economic Forum é imparcial, não tem fins lucrativos e não está ligado a interesses políticos, partidários ou nacionais. | Site: www.weforum.org

Assista ao vídeo com Charles Emmerson, diretor associado do World Economic Forum e editor do relatório, Aqui

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