PLD é fixado em R$ 745,91/MWh para a quarta semana de setembro

Redução no preço de todos os submercados foi motivada pela recuperação das afluências do sistema.

São Paulo - A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE divulga nesta sexta-feira (19) o Preço de Liquidação das Diferenças - PLD para o período de 20 a 26 de setembro de 2014. O preço médio fixado para os quatro submercados do Sistema Interligado Nacional – SIN foi de R$ 745,91/MWh, o que representa uma leve redução, de 3%, na comparação com o PLD médio da semana anterior.

A alteração das afluências previstas ao longo do mês de setembro foi o fator com maior impacto sobre os preços médios para a próxima semana. A elevação na previsão de afluências para a quarta semana de setembro, em torno de 1.900 MWmédios, provocou a redução de R$ 45,00/MWh nos preços médios.

Como fator determinante para a redução dos preços, a recuperação da Energia Natural Afluente - ENA do submercado Sul, fixada em 103%, contra os 87% previstos na semana anterior. Dessa forma, as afluências previstas retornaram a valores superiores à média e a expectativa é que permaneçam assim nas próximas semanas.

A perspectiva de aumento de geração da UHE Tucuruí, em função do maior aproveitamento de seu reservatório - que está atualmente em 44%, além da entrada em operação comercial da primeira unidade geradora da hidrelétrica Santo Antônio do Jari e de mais uma unidade geradora da usina de Jirau, também provocaram redução em R$ 18,00/MWh nos preços médios.

A queda dos preços só não foi maior por conta da expectativa do aumento da temperatura, que acabou elevando a previsão de consumo de energia em cerca de 1.100 MWmédios, sendo que 65% deste incremento se concentrou no Sudeste. Ressalta-se que esta elevação de demanda começou a ser verificada no decorrer da terceira semana de setembro e, para ser atendida, resultou em aumento da geração hidráulica e do envio de energia de outros submercados para o Sudeste. Em decorrência desse cenário, os níveis dos reservatórios do Sul, Nordeste e Norte foram reduzidos em cerca de 800 MWmédios além do previsto.

Essa expectativa de maior consumo e a redução dos níveis de reservatórios além do esperado provocaram um aumento de aproximadamente R$ 30,00/MWh nos preços médios.

Adicionalmente, houve elevação de R$ 6,00/MWh nos preços médios decorrente da diminuição da disponibilidade das usinas termelétricas em virtude de manutenções e indisponibilidades.

A análise detalhada do comportamento do PLD pode ser encontrada no boletim InfoPLD, divulgado semanalmente no site da CCEE.

Entenda o PLD -O PLD é o preço de referência do mercado de curto prazo, utilizado para precificar o que foi gerado e o que foi consumido de energia elétrica por todos os participantes do mercado (que operam no âmbito da CCEE).

A CCEE apura mensalmente o total de energia consumido pelos consumidores que compram no Ambiente de Comercialização Livre (ACL) e pelos cativos do Ambiente de Contratação Regulado (ACR). Os contratos negociados no mercado livre,fechados entre o comprador e o vendedor(pelos geradores, comercializadores e consumidores livres e especiais) e pagos bilateralmente, também são registrados na CCEE. Por sua vez, no mercado cativo os contratos são fechados em leilões regulados pelo governo, informações também registradas pela CCEE.

Caso haja mais consumo ou geração do que os montantes contratuais registrados, essas diferenças são liquidadas mensalmente no mercado spot (à vista ou de curto prazo, como também é conhecido). Todos os devedores (subcontratados) pagam em igual proporção para os credores (sobrecontratados).

O valor utilizado para este acerto é o Preço da Liquidação das Diferenças (PLD).O PLDé calculado semanalmente pela CCEE e tem um valor teto e piso, definido pela Aneel. Este ano o teto está em R$ 822,23/MWh e o piso em 15,62/MWh.

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE (www.ccee.org.br) é responsável por viabilizar e gerenciar a comercialização de energia elétrica no país, garantindo a segurança e o equilíbrio financeiro deste mercado. A CCEE é uma associação civil sem fins lucrativos, mantida pelas empresas que compram e vendem energia no Brasil. O papel da CCEE é fortalecer o ambiente de comercialização de energia - no ambiente regulado, no ambiente livre e no mercado de curto prazo - por meio de regras e mecanismos que promovam relações comerciais sólidas e justas para todos os segmentos do setor (geração, distribuição, comercialização e consumo). A CCEE atua em conjunto com outras instituições e órgãos governamentais que compõem a governança do setor para assegurar um modelo sustentável de energia no país, capaz de estimular o crescimento da economia do Brasil e, ao mesmo tempo, garantir um preço acessível ao consumidor.