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24/09/2014 - 07:39

Rio recebe o 4º Fórum Internacional de Mobilidade por Bicicleta - BiciRio

Iniciativa da Prefeitura do Rio, a 4ª edição do Fórum Internacional da Mobilidade por Bicicleta – BiciRio 2014 encerrou, no dia 23 de setembro(terça-feira), os debates técnicos sobre o desafio da mobilidade urbana e da consolidação da política de incentivo ao uso de bicicletas nas cidades, no Hotel Mirador, em Copacabana. O evento integra o calendário da semana do Dia Mundial Sem Carro, comemorado dia 22 de setembro em todo o mundo.

Especialistas debateram sobre a importância de consolidar a bicicleta como um dos principais meios de transporte do mundo, com atenção especial para Copacabana, bairro que concentra o maior número de viagens de bicicleta por dia em todo o país. São 14km de infraestrutura destinada à mobilidade por bicicleta em vias internas, além da orla, que já conta com 4,7 km de ciclovias, incluindo a Avenida Atlântica, Leme e Rua Francisco Otaviano, permitindo a circulação dentro de Copacabana e a integração com as estações do Metrô.

— Esse encontro não defende apenas a bicicleta como simples alternativa de transporte, mas como um alerta de que as cidades precisam respeitar mais os seus recursos naturais. Precisamos estancar todas as intervenções que estão causando alterações climáticas no mundo e, para isso, o poder público exerce papel fundamental. É chegada a hora de pensarmos um programa de desenvolvimento urbano que torne as cidades amigáveis e mais sustentáveis — disse o secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz.

Em quatro anos, a malha cicloviária da cidade passou de 150 km existentes em 2009, utilizadas principalmente para lazer, para os atuais 380 km. A meta da Prefeitura do Rio é atingir 450 km até 2015, como parte das comemorações pelos 450 anos do Rio de Janeiro.

Além de Muniz, o BiciRio reuniu representantes do poder público e da sociedade civil, entre eles o secretário municipal de Ordem Pública, Leandro Matielli; a secretária estadual de Transportes, Tatiana Carius; o subsecretário municipal de Meio Ambiente, Altamirando Moraes; e o diretor de Educação Para o Trânsito da CET-Rio, Mauro Ferreira. Um dos destaques do fórum foi a palestra da norte-americana Janett Sadik-Khan, ex-secretária de Transportes da cidade de Nova York (EUA) e atual Diretora de Transportes da Bloomberg Associates.

- O Rio está no caminho certo, com a implantação de ciclovias e de BRTs. Notamos que, após 100 anos de domínio do automóvel, verificamos que as ruas das cidades urbanas precisam de um novo desenho, onde seja possível o convívio entre pedestres, ciclistas e motoristas. Nova York provou que é possível remodelar as ruas de forma rápida, dando mais espaço aos pedestres e ciclistas. A Times Square, conhecida como a encruzilhada do mundo, é um grande exemplo disso: antes era uma confusão, agora é possível andar e circular de bicicleta em perfeita segurança - disse Janett.

A bicicleta passou a fazer parte do movimento de modernização do transporte como um modal para curtas distâncias, servindo como alimentador das redes de transporte de massa. E por ser 100% não poluente também contribui para uma significativa redução nas emissões de gases do efeito estufa da cidade.

O subsecretário de Meio Ambiente acrescentou que é possível humanizar uma cidade, sob o ponto de vista ambiental. Para isso, é necessário investir em ações educativas. Altamirando Moraes citou as atividades realizadas ontem na orla do Leme como fundamentais para orientar a população. Além disso, ele destacou o projeto de implantação da primeira rede cicloviária em favelas do Rio, na Maré. A iniciativa será integrada aos corredores BRTs Transcarioca e Transbrasil. O projeto, apresentado aos moradores do Complexo da Maré no último dia 4, prevê a implantação de 22 quilômetros de pistas para ciclistas, entre ciclovias e ciclofaixas. O número supera em oito quilômetros a rede implantada em Copacabana.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente está criando uma campanha para solucionar, em definitivo, os conflitos entre pedestres e ciclistas. Até que seja lançada, em data a ser divulgada, a SMAC conta com o apoio da Secretaria de Ordem Pública.

- Realizamos um intenso trabalho junto aos usuários de ciclovias da cidade e os pedestres, com o objetivo de orientar sobre o uso correto das pistas e das bicicletas. Além disso, a Seop é responsável por trabalhos educativos nas ruas e escolas do município para orientar crianças, jovens e adultos - disse Leandro Matielli.

O estado de São Paulo foi representado pelo secretário do Instituto de Engenharia e Diretor da Divisão Técnica de Transportes Ativos, Reginaldo Paiva, e pelo coordenador da Câmara de Transportes do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista, Paulo Carvalho Ferragi, que destacou as transformações ocorridas naquela região após a implantação da rede cicloviária: — Precisamos abrir espaço para que o cidadão posa ir e vir. Para isso, cremos que as ciclovias devem ser inseridas ou requalificadas sob o ponto de vista urbano, e não apenas como uma simples rota de bicicleta. Com o Plano Cicloviário Metropolitano, além de garantir segurança e tranquilidade para aqueles que optam pelo deslocamento de bicicleta, também conseguimos reduzir o número de acidentes. A Baixada Santista registra hoje cerca de 600 mil bicicletas. E, na capital, é crescente o número de pessoas que optam por deixar seus carros na garagem e fazer o trajeto de bicicleta.

Programa Bike Rio - Outro tema de destaque foi a implantação do Programa Bike Rio, iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro e da concessionária Serttel, em parceria com o Banco Itaú. Representando a concessionária, o presidente Angelo Leite comemorou a marca superior a três milhões de viagens nas bicicletas e anunciou que o projeto será ampliado, chegando a 260 estações na cidade. Atualmente, o programa conta com 60 estações somam 600 bicicletas para aluguel em pontos estratégicos no Centro e nos bairros de Copacabana, Ipanema, Leblon, Lagoa, Jardim Botânico, Gávea, Botafogo, Urca e Flamengo.

- Também estamos estudando a possibilidade de implantar no Rio de Janeiro um programa de aluguel de carros elétricos, mas isso ainda está em estudo - anunciou o presidente da concessionária.

O coordenador de Engenharia da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro, Julio Cláudio Di Dio Pierre, apresentou o projeto e apontou seus principais avanços. Ele destacou a interligação da Linha 4 com as ciclovias da cidade como um dos pontos mais importantes do projeto.

- Será uma obra de extremo impacto sobre a mobilidade urbana da cidade, principalmente no que se refere aos usuários de bicicletas. A Linha 4 vai oferecer, em todo o seu trajeto, bicicletários seguros e interligação em todos os modais de transporte do Rio.

Uma mesa redonda discutiu a experiência de Copacabana com a implantação das ciclofaixas na ótica de seus moradores, com Horácio Magalhães, presidente da Sociedade dos Amigos de Copacabana, Daniel Uran, diretor social da Sociedade Amigos de Copacabana, e Raphael Pazos, presidente da Comissão de Segurança do Ciclista. | Flávia David.

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