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26/09/2014 - 06:33

Indicadores de consultas e internações auxiliam na gestão de planos de saúde em grupo

Em junho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou em seu Caderno de Informação da Saúde Suplementar alguns indicadores de utilização de consultas e internações em planos coletivos. Além de uma fonte oficial abrangente, o Caderno traz informações valiosas para gestores de saúde de planos em grupo.

Por exemplo, no ano de 2013, em média, cada beneficiário de plano coletivo realizou 5,2 consultas médicas a um preço médio de R$ 57,65, ou seja, cada beneficiário despendeu R$ 299,78 com consultas. Esses valores se alteram conforme a modalidade da operadora (ver tabela 1). Em comparação com o ano de 2012, enquanto a frequência média diminuiu quase 2%, o preço médio da consulta aumentou 9,8%, ou seja, o custo de consultas (considerando a frequência e o preço) variou 7,7%.

.Tabela 1: Frequência média per capita, preço médio por procedimento e custo médio per capita de consultas, segundo modalidade da operadora. ANS, 2012-2013

Mas, como esses indicadores podem ser úteis para a gestão do plano de saúde na sua empresa? Em primeiro lugar, esses números podem auxiliar a entender se a utilização de consultas da sua população está dentro da média do setor. Não se trata apenas de reduzir custos por reduzir, mas sim ter um parâmetro real para avaliar o grau de utilização do plano e se alguma inconsistência pode ser notada.

No caso de preços de consultas, pode também ser utilizado em negociações ou escolha de prestadores de serviço na área, ou seja, outro critério mensurável. Além disso, acompanhar as variações de frequência e preço e a evolução desses comportamentos pode auxiliar a estimar com mais precisão o orçamento, evitando assim surpresas e até aumentos nos valores dos planos. Outra vantagem do benchmarking proporcionado pelos dados de mercado é poder simular como ficaria a carteira da sua empresa se o custo médio de uma consulta fosse alterado e estimar economia com ações de gestão, acompanhamento e orientação.

Outro parâmetro importante é entender se a sua população está utilizando muito mais consultas de pronto-socorro do que a média. A consulta de pronto-socorro, além de mais custosas, elas podem não ser resolutivas em longo prazo. Dessa forma, se a sua população utiliza, por exemplo, em média, 1,9 consultas de pronto-socorro, isso indica que além da sua população estar utilizando inadequadamente esse serviço, ela pode estar prejudicando a própria saúde não fazendo um acompanhamento adequado do seu problema de saúde. Uma campanha de conscientização pode trazer benefícios para ambos os lados. Na tabela 2, é possível observar essas taxas de utilização de consultas de ambulatório e em pronto-socorro por modalidade de operadora.

.Tabela 2: Frequência média de consultas ambulatorial e de pronto-socorro, segundo modalidade da operadora. ANS, 2012-2013.

Outro indicador importante para acompanhar na gestão de saúde é a taxa de internação. No ano de 2013, a cada 100 beneficiários de planos coletivos, 12,5 estiveram internados no ano de 2013. Essa taxa diminuiu 5,3% em relação a 2012, porém o preço médio por internação aumentou 21,3%. É preciso cautela para utilizar esses indicadores, pois o perfil etário da população pode influenciar muito na taxa. Nota-se, por exemplo, que a taxa de internação das autogestões é bem superior à média. Isso acontece porque a população de beneficiários de autogestões é reconhecidamente mais envelhecida do que qualquer outra carteira, dessa forma, a quantidade de pessoas mais suscetíveis a terem essa intercorrência é maior. Dessa forma, além de verificar a modalidade da operadora é preciso também considerar o perfil etário da sua população.

.Tabela 3: Frequência média per capita, preço médio por internação e custo médio per capita de internações, segundo modalidade da operadora. ANS, 2012-2013.

Apesar do atraso na divulgação dos números, o Caderno de Informação de Saúde Suplementar é um bom parâmetro de comparação, desde que, claro, a empresa tenha também um bom controle de seus indicadores (com confiabilidade e prontidão). Tendo acesso às duas informações, o gestor poder balizar suas decisões e direcionar melhor e mais efetivamente a sua gestão, direcionando pontos realmente necessários e que podem impactar nos custos e até na qualidade do plano e da assistência prestada aos colaboradores.

. Por: Dr. Bento de Toledo, sócio-fundador da Gesto Saúde e Tecnologia (GST), é médico, especialista em medicina do trabalho, pós-graduado no tema pela Santa Casa e tem MBA em Gestão da Saúde pela Universidade de São Paulo (USP). Francine Leite é doutora em saúde pública, mestre em ciências médicas e responsável pela gerência de inteligência em saúde da GST. | Perfil - A Gesto Saúde e Tecnologia (GST) é uma empresa nacional pioneira no desenvolvimento de soluções para auxiliar as grandes companhias a gerir de maneira eficiente a saúde de seus funcionários, proporcionando reduções de custos e melhorias na qualidade de vida dos colaboradores. A empresa nasceu há 12 anos e atualmente conta com uma carteira de mais de 90 clientes, entre eles, Hospital Oswaldo Cruz, HP, Suzano e Whirlpool, que somam 700 mil vidas administradas – uma população maior que a de 99% dos municípios brasileiros. [www.gestosaude.com.br].

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