Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

26/09/2014 - 06:33

NFV: a luta das operadoras para conter a expansão das redes físicas

(Como a Virtualização de Funções de Rede Pode Libertar as Teles e os provedores de serviços do indesejável expansionismo da infraestrutura).

Sem dúvida, a criação de redes definidas via software (SDN) é uma tendência que veio para ficar. Aliás, este será um dos pontos de destaque da feira Futurecom 2014, maior encontro anual de telecom da América Latina. O fato é que a crescente necessidade de serviços "anytime, anywhere", como se convencionou classificar o tipo de demanda trazido pela mobilidade, tem ajudado a impulsionar, com velocidade maior que o previsto, a Virtualização de Funções de Redes (NVF) no âmbito das operadoras fixas e móveis.

Como as operadoras móveis dispõem de plantas bem mais atualizadas que as fixas, e encontram-se em plena fase de adoção de tecnologias 4G, estes fatores facilitam a adesão das telcos móveis ao modelo NFV de forma muito mais rápida.

Ocorre, por outro lado, que a pressão cada vez maior sobre custos, e as exigências de se atender a demandas voláteis é até mais sensível hoje para as operadoras de serviços fixos, onde a grande diversidade de legados de hardware e software proprietários é uma realidade bem mais notável.

É em função dessa profusão de tecnologias diferentes que a indústria mundial de telecom se concentra na busca de padrões para o desenvolvimento de soluções de NFV capazes de fazer frente a todos os cenários, inclusive ajudando as operadoras fixas a vencer seus gargalos de arquitetura para aproveitar as ótimas perspectivas de receitas de serviços pontuais e serviços empresariais de qualidade garantida (SLA) que emergem no novo mercado.

O rápido amadurecimento do modelo NFV é visto hoje como um caminho concreto e razoavelmente comprovado para garantir uma estrutura virtualizada capaz de viabilizar a configuração e disponibilização ágil de novos serviços gerenciados, sem que a operadora necessite prosseguir agigantando a sua base de ativos operacionais.

Diversas experiências nesse sentido - individuais e conjuntas - já vêm se multiplicando. Exemplo disto ocorreu recentemente no encontro global Big Telecom 2014, em Chicago, quando quatro fornecedores de infraestrutura apresentaram uma prova de conceito (PoC) de um ambiente real de NFV, cujo processo foi acompanhado e aprovado pelo Instituto Europeu de Padronização em Telecomunicações (ETSI).

Levado a termo pela parceria da RAD com a Fortinet, a Cyan e a Certes Networks, a demonstração implementou um ambiente da CenturyLink, mostrando o funcionamento de um conjunto de funções virtualizadas, ao longo de uma rede heterogênea, em escala e arquitetura reais; e apresentou um detalhe que eleva a arquitetura NFV um passo à frente do estado em que o conceito se encontrava até recentemente.

A inovação em questão consiste na distribuição do processamento de funções virtualizadas, viabilizando-se que tais funções possam ser livremente localizadas em diferentes pontos da rede, o que amplia de forma significativa o aproveitamento dos recursos de infraestrutura e garante liberdade máxima para a configuração de serviços.

Embora tenha sido originalmente apresentado em 2013, no Ethernet & SDN Expo, em Nova Iorque, o novo modelo D-NFV até então não havia sido publicamente provado, o que repercutiu fortemente. Em paralelo, diversos outros grandes players globais, como Alcatel Lucent, Huawei, Cisco e Ericsson, vêm igualmente difundindo suas propostas em NFV, inclusive com várias provas de conceito e operações piloto ocorrendo em diversas partes do mundo.

No caso específico do D-NFV, uma visão subjacente ao modelo é o de posicionar as bordas do cliente como um ponto de rede privilegiado para a localização de certas funções cuja própria natureza favorece a uma maior proximidade com o usuário. Exemplos disso são certas funções de segurança, como é o caso de criptografia, que exercem maior proteção quando não precisam trafegar de um ponto a outro da rede. O mesmo se pode dizer de certas funções de diagnóstico, recursos de IP-PABX, tradutores de endereço (NATs), balanceadores de carga, além de agentes de monitoramento de tráfego, QoS e diversas outras aplicações que se mostram mais bem exploradas quando nas instalações do cliente, ao invés de estarem no ponto remoto do data center ou da nuvem.

São estes alguns dos pontos relativos ao D-NFV que a RAD pretende mostrar na Futurecom 2014.

É claro que tal abordagem não implica em imposição quanto à localização da função. Pelo contrário, todos os benefícios da nuvem e do processamento compartilhado tendem a se maximizar quando há liberdade de se buscar a localização mais oportuna.

Em outras palavras, as funções virtualizadas devem, idealmente, estar localizadas onde são, ao mesmo tempo, mais eficientes, mais seguras e mais econômicas. As duas alternativas para a virtualização (nas instalações do cliente ou em pontos remotos da rede) precisam ser complementares e não mais entendidas como abordagens excludentes.

Com o avanço da orquestração de plataformas multifornecedor - algumas delas testadas em campo ou em provas de conceito como a referida acima - torna-se muito mais fácil para a operadora a implementação e a gestão do ciclo de vida das NFVs e, portanto, a geração, aprovisionamento, entrega e gestão de SLAs para serviços de qualquer nível de sofisticação e exigência.

Para concluir, constatamos que a busca frenética de solução para a necessidade de conter o expansionismo das plataformas de serviço e, ao mesmo tempo, responder às questões de custo e prontidão competitiva (esta grande preocupação, que há mais de uma década vem assombrando as operadoras), parece ter finalmente encontrado uma resposta de consenso. O modelo NFV e, principalmente, a sua variante representada pelo D-NFV representam um alívio tecnológico e financeiro quanto ao futuro da infraestrutura, ao garantir para as telcos os benefícios da virtualização muito além dos níveis secundários e não estratégicos de suas operações de negócios.

. Por: Valter Teixeira - Diretor da RAD do Brasil.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira