Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

30/09/2014 - 08:31

Governança x criação de valor: uma equação possível?

O assunto Governança Corporativa tem se mostrado presente no contexto mineiro, despertando o interesse de empresários e estudiosos. Atrelado ao debate nacional sobre criação de valor pela Governança promovido pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), neste mês, tivemos em Belo Horizonte um seminário próprio para refletir sobre questões essenciais de nossas organizações, como: Boas práticas de Governança contribuem para o sucesso empresarial? O que se entende por sucesso empresarial? Seria criar valor? Em caso positivo, para quem?

A origem dos debates sobre Governança remete a conflitos inerentes à propriedade dispersa e à divergência entre os interesses dos sócios, executivos e o melhor interesse da empresa. A vertente mais aceita indica que a Governança Corporativa surgiu para superar o "conflito de agência" clássico. No Brasil, em que a propriedade concentrada predomina, os conflitos se intensificam à medida que a empresa cresce e novos sócios, sejam investidores ou herdeiros, passam a fazer parte da sociedade. Neste cenário, a Governança também busca equacionar as questões em benefício da empresa.

Estão envolvidos na prática da GC seus agentes, a exemplo dos conselheiros de administração e fiscais, investidores e acionistas, reguladores e autorregeladores, auditores, diretores. Entretanto, o interesse na criação de valor não se restringe somente a um dos públicos, incluindo-se nos debates os stakeholders, ou seja, as partes interessadas: sociedade, Governo, entre outros impactados pela organização no cotidiano de suas ações e em linha com seu objeto social.

Em entrevista recente a uma revista brasileira especializada em negócios, a advogada Lynn Stout, professora da Universidade Cornell e que participará do 15º Congresso do IBGC, abordou a teoria de criação de valor ao acionista, esta voltada a apenas um dos públicos de uma empresa. Stout defende a ideia de que os acionistas não devem ser priorizados em detrimento de que qualquer outro público com o qual as empresas se relacionam. Também não nutre simpatia por investidores ativistas (aqueles que tentam influenciar a gestão das empresas nas quais investem); que para ela, no geral, os interesses particulares tendem a se sobrepor aos da organização.

Outro ponto a considerar no ambiente das organizações é sua permanência ao longo do tempo. Pesquisa sobre fatores de mortalidade de micro e pequenas empresas, efetuada por Poueri Mário e Nelson Carvalho, considera que as causas da falência empresarial, não são apenas as externas, mas essas existem. Por isso, entendê-las e relacioná-las é necessário e, até mesmo, servirá para compreender o comportamento da gestão empresarial, e possibilitar analisar as causas internas de maneira integrada.

Conceitos e pesquisas podem levar-nos a concluir que sucesso empresarial é, mediante a adoção de boas práticas de Governança Corporativa, manter harmônicos os interesses em torno de um empreendimento, conduzindo-o à longevidade. Melhor que teorizar, contudo, é aprender com casos práticos. Acredito que exemplos e debates são propulsores de mudanças e da evolução das empresas e do mercado de capitais. Que este seja mais um marco de que, na prática, a boa Governança pode gerar bons frutos!

. Por: Marcus Tofanelli, coordenador-geral do IBGC-MG.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira