Rio de Machado

Projeto que une aplicativo, intervenção e seminário relaciona os romances do escritor com a cidade do Rio de Janeiro e provoca interação da sua obra com o mundo digital.

O universo de Machado e sua geografia serão revividos no projeto “Rio de Machado”, que acontece no Museu de Arte do Rio (MAR) a partir de 30 de setembro, com abertura de intervenção nos pilotis do museu. O MAR recebe também nos dias 1º e 2 de outubro seminário que vai discutir a obra do escritor. Ambos vão servir como plataforma para o lançamento de um aplicativo para celulares e tablets. Além disso, haverá, nos fins de semana, um passeio por pontos do Centro de Machado de Assis. A idealização e a curadoria são da Artéria – da curadora e crítica de arte Daniela Name e da consultora digital Gabriela Dias - e a realização é da 32Bits - empresa especializada em tecnologia para museus e exposições, responsável pela produção da exposição e desenvolvimento do aplicativo -, e este foi um projeto premiado no edital Pro Cultura da Prefeitura do Rio.

O aplicativo: com o aplicativo, disponível nas tecnologias iOS e Android, será possível revisitar a obra do autor, por meio do mapeamento de alguns pontos da cidade presentes em seus nove romances e na vida do escritor. Ao acionar a localização via check in, o usuário terá acesso às informações de cada romance e ao trecho no qual a região ou rua são citadas. A ideia do projeto é, em vez de adaptar a obra para que as pessoas a conheçam, trazer Machado de Assis e sua literatura para o século 21, numa aproximação com o público tanto geograficamente como digitalmente por meio do elo com o Rio de Janeiro e do aplicativo e das mídias sociais.

A Exposição: uma intervenção será inaugurada no dia 30 de setembro e vai transformar o pilotis do MAR em uma cidade de livros até o dia 2 de novembro. Cada um dos nove romances publicados por Machado de Assis será um “bairro-livro”, que contém uma geografia interna própria e percorre inúmeros bairros reais da cidade, com toda a sua variação de paisagem e cartografia. Será possível, por exemplo, caminhar por “Dom Casmurro” passando pela Tijuca, onde Bentinho e Capitu tiveram sua lua-de-mel, e pela Glória, onde o casal foi morar. Em “Memórias póstumas de Brás Cubas”, o público vai conhecer a Rua do Ouvidor e diversos endereços frequentados pelo protagonista no Centro, ou, ainda, o bairro do Catumbi onde ele viveu. A exposição terá ainda um display dedicado à biografia do escritor e estará ligado ao Morro do Livramento, na região do Cais do Porto, onde o MAR está localizado.