Brasil ocupa lanterna em Ranking de Liberdade de Escolha do Setor Elétrico na América Latina

País está na 10° posição, superado por nações como El Salvador, República Dominicana e Bolívia.

São Paulo – Os consumidores brasileiros de energia elétrica têm menor liberdade de escolha do que os seus pares em nove diferentes nações da América Latina. O único país que aboliu o monopólio de fornecimento no segmento, incluindo os consumidores residenciais, é El Salvador, à semelhança das nações mais desenvolvidas no mundo, como Alemanha e França.

O Ranking de Liberdade de Escolha do Setor Elétrico na América Latina é elaborado pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). A entidade promove a campanha “A Energia da Democracia é Livre” em parceria com 60 empresas e organizações. O estudo considerou a análise de 12 países. Paradoxalmente, os três maiores são os que apresentam o menor grau de autonomia no setor: Brasil, México e Argentina, respectivamente.

A Argentina é um caso especial. O país sul-americano, em um movimento contrário à tendência global, fechou seu mercado em 2013. "Aparentemente, a decisão segue uma linha estatizante e centralizadora do governo portenho, ao contrário de diversos países que estão atualmente em processo de abertura ou ampliação do mercado livre, como México, Japão e Arábia Saudita", explica Alexandre Lopes, diretor Técnico da Abraceel e um dos responsáveis pelo estudo.

Em comparação com os países da América Latina, o Brasil ficou atrás de países como El Salvador, Colômbia, Guatemala, Panamá, Peru, Uruguai, Chile, República Dominicana e Bolívia. Para Lopes, embora algumas nações tenham um desenvolvimento econômico ou IDH inferiores aos do Brasil, são mais avançadas em questões de marco regulatório no setor elétrico. “O Chile, por exemplo, foi um dos pioneiros mundiais na desregulamentação do setor elétrico”, sinaliza.

O ranking:

Abraceel - Fundada no ano 2000, a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) conta com 65 empresas participantes, responsáveis por 98% dos contratos contabilizados no âmbito do mercado livre. Para acompanhar as ações da campanha “A Energia da Democracia é Livre”, basta visitar o site www.maisenergialivre.com.br e fazer o cadastro.