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11/01/2008 - 11:10

Briga de gigantes

Oferecer ao mercado um produto diferenciado, com designer e maior valor agregado, foi a estratégia da italiana Falmec para sobreviver fabricando coifas no Brasil, um mercado totalmente arrebatado pela concorrência chinesa. A Falmec é a única fábrica de coifas do Brasil, com faturamento anual de R$ 22 milhões e produção de dez mil unidades, todas voltadas para o mercado nacional.

As coifas chinesas chegam misteriosamente ao mercado brasileiro a U$ 50 dólares, preço que não dá nem para pagar o aço utilizado na produção. Se levado em conta o preço do quilo do aço, o custo deveria ser de mais de U$ 100. Esta concorrência desleal fez com que empresas tradicionais no segmento, como a Suggar, fechassem as portas e passassem a importar, em vez de fabricar. Só da unidade mineira da Suggar foram demitidos 800 funcionários.

Enquanto isso, a Falmec, expande a sua produção, com a chegada de uma máquina de corte a laser italiana. Só há três dessas máquinas no mundo e a da Falmec vai triplicar a produção, aumentando em 20% o número de empregos. A importação foi feita através de leasing do Banco do Brasil, com juros de 6% ao ano - a primeira operação desse tipo na região Sudeste.

O aumento da produção possibilitará à Falmec começar a exportar. Hoje, a empresa já exporta o filtro usado na fabricação da coifa. A peça era importada, mas os brasileiros conseguiram desenvolver a tecnologia para a produção aqui e, a partir desse mês, a Falmec Brasil começa a fornecer para a matriz, na Itália. Os filtros hoje são importados da Polônia.

A partir de março, a sede da Falmec passará a funcionar também como centro de distribuição no Brasil de outra gigante italiana, a Smeg, maior fabricante de eletrodomésticos da Europa. Com designer também arrojado e inovador, a Smeg produz geladeiras, máquinas de lavar pratos, fogões etc.

A vinda da Falmec para o Brasil foi obra do empresário Peri Cozer, que trabalha em parceria com a empresa há oito anos. Inicialmente como representante e agora como sócio dos italianos na fábrica, que fica em Bangu, Peri também está tocando o projeto para a instalação de um pólo metal-mecânico e um parque tecnológico na Zona Oeste do Rio, baseado no esquema dos arranjos produtivos italianos. Esse projeto foi abraçado pela União Inox, grupo liderado pela Acesita. A idéia é aumentar o consumo de aço inox no Brasil, que está 1,5 kg por habitante/ano, enquanto o mercado asiático consome em torno de 60 kg , o europeu, entre 30 kg e 40 kg e o americano em torno de 15 kg .

Nessa perspectiva, já estão em tratativas adiantas para virem se instalar no local as italianas Prima, de corte, e a Salvagine, de dobra. "Nossa idéia é implantar aqui o modelo italiano da indústria de montagem, onde as empresas maiores formam uma espécie de linha de produção para servir de apoio às pequenas e médias empresas", explicou Peri. O estudo preliminar para a implantação do pólo e do parque foi feito pela UFRJ, entregue à Faperj e apresentado ao vice-presidente do BNDES, Armando Mariante.

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