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09/10/2014 - 09:08

Na contramão da inovação


O Brasil, hoje, aparece na 61ª posição no Global Innovation Index 2014, elaborado pelo Insead – The Business School for the World, superado por países como Macedônia, Montenegro, Mongólia e Botswana, e com uma economia menos robusta, numa lista de 143 nações. No ranking que varia de 1,00 (mais inovador, como a Suíça, com o escore de 64,8 pontos) e 0,00 (pouco inovador, como o Sudão, com 12,7 pontos), nosso escore é 36,3 pontos. Análises de outras instituições mostram-se igualmente desconfortáveis neste campo. Ou seja, somos ruins mesmo em inovação – e motivos não faltam para que isso aconteça.

Baixas doses de confiança nas relações pessoais, lideranças pragmáticas, meritocracia, transparência, são alguns dos fatores apontados por especialistas como os carros que vão à frente, fazendo-nos comer poeira. Mas é bom que se diga, também, que a falta de inovação não é culpa só das empresas e seus empregados, mas também da participação vacilante de governos indecisos, mentores da dicotomia “sexta economia do mundo x desigualdade social”, um fosso histórico que nunca se fecha.

No entanto, o conceito de inovação é amplo. Nascido na década de 1990 como o Santo Graal da competitividade, como dizia o jornalista Antonio Félix, seu objetivo primaz, pelo menos em tese, é explorar com sucesso as novas ideias. E sucesso para as empresas, por exemplo, significa aumento de faturamento, acesso a novos mercados, aumento das margens de lucro, entre outros benefícios.

Embora pouco exercitado, mesmo sendo um conceito dominado pelo mundo corporativo, valorizar a participação do fator humano é fundamental no ato de inovar, por meio do profundo envolvimento de indivíduos e equipes, conforme considera o próprio Insead em seu relatório sobre inovação de 2014.

Estatisticamente, capturar a contribuição humana para a inovação continua sendo um desafio assustador. Mais complexas ainda são as agruras enfrentadas por todos aqueles que tentam alimentar corretamente a essencial presença humana na inovação.

A relevância dos esforços individuais e coletivos dos criadores e cientistas neste processo tem sido documentada pela literatura. Há diferentes aspectos necessários do capital humano voltados à inovação, incluindo a disponibilidade de mão de obra qualificada, a necessidade de habilidades para o sucesso, a retenção de talentos e um bom ensino superior, assim como a devida intersecção entre os capitais humano, financeiro e tecnológico.

A exemplo das grandes marcas, a inovação só desponta quando vários elementos que a compõem estão no lugar certo e a educação de qualidade é o principal deles. Mas a sociedade foi “programada” a fazer, isto é: resolver problemas complexos de forma simples – embora tenha gente nitidamente empenhada em complicar até mesmo esse caminho natural.

. Por: Mário Mendes Júnior, empresário, autor e escritor de “Procura-se Jovem negro para salvar o planeta”, livro com milhares de exemplares vendidos mundo afora em 2013.

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