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10/10/2014 - 08:16

Biocombustíveis: chegou a hora das fontes sustentáveis de energia


Atualmente há uma forte pressão mundial para o desenvolvimento de matrizes energéticas mais limpas e o Brasil pode ganhar destaque exponencial se concentrar esforços nessa causa, já que as condições naturais da região permitem a produção de soluções renováveis. No entanto, embora haja a necessidade de desenvolvimento de outras soluções mais sustentáveis, que tragam respostas à pressão social e ambiental, há um impedimento de custo para estas aplicações, que ainda se encontram em um nível de competitividade muito distante, por exemplo, da energia hidrelétrica.

O Brasil é quase autossuficiente na produção energética e se destaca por obter 75% de sua produção elétrica por meio de usinas hidrelétricas, uma das matrizes mais limpas do planeta. Ainda assim, o País não se encontra em uma posição confortável, já que corre um sério risco de estagnação em virtude da falta de uma coesa política de concessão e de grandes investimentos em novas tecnologias para que se destaque no mercado.

A construção de novas usinas hidrelétricas, por exemplo, esbarra em sérios problemas de aprovação ambiental e está cada vez mais difícil obter licenciamento para esta finalidade. Além disso, o setor de energia elétrica, um dos mais estratégicos da matriz brasileira, vem passando por um período de insegurança quanto a novos investimentos em infraestrutura, em razão dos ajustes tarifários e das renovações dos contratos de concessões nas áreas de transmissão e geração.

Já dentre as matrizes energéticas renováveis, temos que destacar a força dos biocombustíveis. Os dois principais utilizados no Brasil são o etanol e o biodiesel. Segundo a Petrobras Biocombustível, até 2018 estão previstos investimentos de US$ 2,3 bi para ampliar a produção dessas fontes de energia.

No caso do biodiesel, a Petrobras afirma que as usinas próprias e parceiras possuem, juntas, capacidade de produção de 821 milhões de litros/ano. O biodiesel pode ser produzido a partir de diferentes espécies oleaginosas, como a mamona, o dendê, a canola, o girassol, o amendoim, a soja e o algodão, além de matérias-primas de origem animal como o sebo bovino e gordura suína. Desde 2010, todo o diesel comercializado no Brasil contém 5% de biodiesel.

Já com relação ao etanol, gerado a partir da cana-de-açúcar, tem o menor custo de produção e o maior rendimento em litros por hectare do produto. O Brasil, inclusive, é o líder mundial na produção de cana-de-açúcar e o maior gerador mundial de etanol à base deste insumo. Desta forma, vem conquistando cada vez mais o mercado externo com essa alternativa energética. Segundo a publicação da KPMG Internacional, “Cadeia agrícola e de alimentos: entrando em uma nova era de cooperação” (The agricultural and food value chain: entering a new era of cooperation, em inglês), o Brasil é o único País em que a produção de biocombustível não deve estagnar.

Ainda de acordo com o relatório da KPMG, a produção de biocombustíveis estagnou no mundo desde 2010. Apenas no Brasil, há uma previsão de crescimento, com o cultivo de cana-de-açúcar ultrapassando nove milhões de hectares de área plantada no ano que vem.

Outro ponto que podemos destacar é que na produção deste biocombustível, todos os subprodutos da cana são aproveitados e, com a queima do bagaço da cana, há a cogeração de energia.

Há, também, pesquisas para o uso comercial do etanol de segunda geração, conhecido como o etanol do futuro, com o aproveitamento da celulose existente no bagaço. O desenvolvimento nessa área possibilitaria ampliar a capacidade de produção em até 40% sem aumentar as áreas plantadas de canavial, trazendo mais produtividade, eficiência e sustentabilidade no ciclo de produção.

À medida que aumentam as preocupações sobre as mudanças climáticas e os desafios ligados ao desenvolvimento sustentável, a demanda por fontes de energias mais limpas se intensifica. O Brasil reúne características que podem alçá-lo ao topo do fornecimento de energia mundial e, dessa forma, o agronegócio pode se beneficiar e confirmar o posto de um dos setores mais importantes da economia nacional.

. Por: Martiniano Lopes, sócio da KPMG e líder de Energia e Recursos Naturais. | Perfil-A KPMG é uma rede global de firmas independentes que prestam serviços profissionais de Audit, Tax e Advisory. Estamos presentes em 155 países, com mais de 155.000 profissionais atuando em firmas-membro em todo o mundo. As firmas-membro da rede KPMG são independentes entre si e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Cada firma-membro é uma entidade legal independente e separada e descreve-se como tal.??

No Brasil, a organização conta com 4.000 profissionais distribuídos em 13 Estados e Distrito Federal, 22 cidades e escritórios situados em São Paulo (sede), Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Joinville, Londrina, Manaus, Osasco, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador, São Carlos, São José dos Campos e Uberlândia.?

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