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12/01/2008 - 10:29

O custo do desconhecimento

O desperdício de energia elétrica no País equivale à produção conjunta de cinco usinas do tipo Angra 3, que produzirá 1,4 mil MW e abastecer uma cidade como Salvador. Esse desperdício custa, por ano, R$ 10 bilhões. De alguma forma, pagamos esta conta, seja por meio de investimentos estruturais, impostos ou impacto sobre o meio ambiente. Segundos dados da ANEEL (2006), 44% do consumo de energia está concentrado na indústria, seguido por residências (25%). Na indústria, a força motriz é responsável por grande parte desse consumo (49%), seguido dos fornos (32%) e das caldeiras (10%). No comércio, a iluminação consome 48%.

Em residências, o campeão do desperdício é a refrigeração. O chuveiro elétrico, grande vilão do consumo energético, poderia ter como alternativa a energia solar, que significaria uma demanda em torno de 16 mil MW (quase a energia gerada pela Itaipu). A eficiência energética é a fonte de energia mais barata. Ela custa entre US$ 0,02 e US$ 0,03 por kWh, enquanto outras fontes convencionais ou alternativas ficam entre US$ 0,05 e US$ 0,10/kWh. Cada kW economizado é como uma usina virtual.

Com relação ao consumo doméstico, o custo do desconhecimento implica até na construção civil. A eficiência energética nas edificações pode gerar uma economia de 30 a 70%. Os modismos arquitetônicos importados de países frios estão contribuindo para esse desperdício. A “pele de vidro” das construções aumenta o consumo de energia em sistemas de climatização, iluminação ou outros.

A adoção de painéis solares, sistemas de tratamento de água, louças sanitárias e janelas, que possibilitem a iluminação natural, reduz o consumo de energia. Barreiras como a falta de informação sobre o desempenho de equipamentos e a preocupação em curto prazo com os investimentos em eficiência energética são as principais causas para o desperdício. Para transpor esse cenário sombrio é preciso conscientizar o empresariado e as autoridades dos principais motivos que impedem a disseminação das construções verdes. O investimento de hoje é a garantia da economia e da segurança do fornecimento de energia do amanhã.

. Por: Aldemir Spohr, empresário gaúcho e vice-presidente da Abesco (Associação Brasileira das Empresas de Conservação de Energia).

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