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17/10/2014 - 08:21

Testes toxicológicos: tecnologia e inovação no Brasil

Imagine a seguinte situação: seu filho está com problemas com drogas e seu médico precisa da informação sobre a extensão do problema e, por meio de um chumaço de cabelos, o resultado é apontado em poucos dias. Ou então, uma empresa consegue ter uma ideia de como anda a saúde de seus funcionários, ou seja, se eles usam substâncias que comprometem a integridade física e emocional deles e de seus colegas.

São exemplos simples de como os testes toxicológicos são utilizados no Brasil e no mundo. Claro que em outros países trata-se de um exame já realizado há anos, mas no Brasil ainda estamos engatinhando, sem usar todo o potencial desses exames.

Os números sobre o uso de drogas no Brasil são alarmantes. Por exemplo, de acordo com o SUS (Sistema Único de Saúde), as internações de dependentes de drogas ilícitas cresceram 128% entre 2006 e 2012 e equiparou-se ao número de internações por dependência de álcool.

De acordo com a Organização Mundial do Trabalho (OIT), o Brasil está entre os cinco primeiros países do mundo em número de acidentes de trabalho; são, em média, 500 mil por ano e quatro mil deles resultam em morte, sendo que os setores mais abalados são a construção civil, indústrias, metal/mecânica, eletroeletrônica, movelarias e madeireiras.

Por outro lado, conforme mapa interativo desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU), que mostra os hábitos de usuários de drogas em todo o planeta, o Uruguai, primeiro país do mundo a legalizar e regulamentar a comercialização da maconha, conta com 8,3% da população que declarou ter consumido a droga nos últimos tempos. Na Islândia, onde há um grande debate sobre a descriminalização de várias substâncias, é o país que conta com a maior porcentagem de usuários, 18,3%. No Brasil, este número é de 8,8%, ultrapassando a França (8,4%).

Além disso, 243 milhões de pessoas consumiram alguma droga ilícita em 2012, o equivalente a 5% da população mundial com idade entre 15 e 64 anos. Pesquisas brasileiras mostram que as drogas legalizadas, como o álcool e o tabaco, são as mais consumidas e maconha vem em terceiro lugar, seguida de inalantes, estimulantes, cocaína e crack, hipnóticos e sedativos, alucinógenos e opiáceos.

Diante desses dados alarmantes, e simultaneamente às discussões sobre a legalização ou não de determinadas drogas, é fundamental que as pessoas entendam que a verdade deve prevalecer, mesmo que signifique que o problema do vício venha à tona. É melhor ter ciência de que alguém próximo ou um funcionário tem problemas, do que mascarar e ter sérias consequências no futuro.

Os testes toxicológicos em cabelos são simples, não são invasivos e trazem respostas rápidas, ou seja, em cinco dias é possível saber quais substâncias foram utilizadas e o tempo de uso.

Entidades como a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), por exemplo, exigem que os testes sejam feitos entre os profissionais da área, não para ser um mecanismo para aumentar a fiscalização e aplicar punições, mas sim para cuidar da segurança, mapear e trabalhar na recuperação do indivíduo e na prevenção ao uso de substâncias psicoativas.

Em concursos realizados em alguns estados brasileiros, a Polícia Militar, incluindo o Corpo de Bombeiros, e a Polícia Civil também aplicam os testes toxicológicos em uma determinada etapa do processo de seleção e o resultado positivo elimina o candidato, assim como vários outros quesitos estipulados nos editais.

Clínicas de recuperação de dependentes também são um alvo dos testes, pois eles apontam, inclusive, se houve mudança de perfil no uso das drogas nas últimas semanas, ou seja, se um paciente sofreu recaída ou se não informou corretamente o uso.

O meio jurídico pode se beneficiar também dos testes, principalmente para definir quem ficará com a guarda dos filhos, em caso de separação. Clínicas de reabilitação ainda podem acompanhar o tratamento de seus pacientes assim que eles saem da clínica.

Como toda tecnologia e comportamento novo, o uso dos testes toxicológicos precisa ter maior visibilidade e credibilidade, pois é uma importante ferramenta para contribuir com a saúde e sanidade do brasileiro.

. Por: Cristina Pisaneschi Azevedo, diretora comercial da ChromaTox (www.chromatox.com.br).- É graduada em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).

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