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15/01/2008 - 09:55

Indústria do Rio aponta cenário de crescimento para 2008


Pesquisa da Firjan mostra que meta de superávit fiscal de 3,8% do PIB é principal preocupação.

A indústria fluminense começa o ano otimista com o desempenho da economia brasileira, mas preocupada com o atingimento da meta de superávit fiscal. É o que revela pesquisa do Sistema Firjan com as 22 maiores empresas do estado. Estimuladas a fazer previsões para os principais fundamentos, elas apostaram que o País chega ao fim de 2008 com crescimento de 4,1% a 5%; taxa básica de juros entre 10% e 11%; e inflação dentro da meta, entre 3,6% e 4,5%. Os resultados estão em linha com o relatório Focus do Banco Central, com as previsões do mercado financeiro.

As empresas apontam o aumento do crédito no mercado interno e os cortes da taxa básica de juros como principais responsáveis pelo ciclo positivo atual. A maior ressalva é a expectativa de que o superávit primário, que tem meta estabelecida para o ano de 3,8% do PIB (Produto Interno Bruto), fique abaixo desse padrão pela primeira vez desde a implantação do programa. Para as indústrias, isso seria um reflexo da falta de reformas e da performance dos gastos públicos em custeio e pessoal.

A pressão inflacionária de 2007, causada principalmente pelo grupo Alimentos, não deve se repetir, na visão do empresariado. O grupo Serviços também não representaria perigo. Sobre os preços industriais, o aumento de importações e os ganhos de produtividade deverão ser suficientes para garantir os preços. Para o câmbio, outro fator de controle, a visão das indústrias é de manutenção do patamar atual, chegando ao fim do ano entre R$ 1,70 e R$ 1,80.

O cenário projetado para o front externo está em linha com o previsto pelo mercado financeiro: o aquecimento do mercado interno provoca redução do saldo da balança comercial, mas o número ainda pode chegar aos US$ 36 bilhões em 2008. Nos investimentos estrangeiros diretos, a cifra chegaria a US$ 30 bilhões, reflexo da confiança externa no Brasil e da proximidade da atribuição do grau de investimento ao País.

Perspectivas Macroeconômicas da Indústria Fluminense - De forma a analisar as perspectivas macroeconômicas da indústria fluminense sobre a economia brasileira para 2008, foram ouvidas 22 empresas em dezembro do ano passado, a maioria oriunda do ranking das 200 maiores empresas do Estado do Rio de Janeiro editado pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. Neste sentido, as empresas participantes foram instadas a projetar um piso e um teto para as principais variáveis macroeconômicas.

O cenário projetado pelas empresas para 2008 mantém os pilares atuais da política macroeconômica, i.e. sistema de metas de inflação, regime de câmbio flexível e responsabilidade fiscal.

Em linhas gerais, as perspectivas estão positivas e alinhadas com as projeções de mercado captadas pela pesquisa FOCUS1. Assim, confia-se na manutenção da estabilidade econômica, ainda que atrelada a riscos e oportunidades para o ano que se inicia. O primeiro dado positivo consiste na sustentação da taxa de crescimento econômico brasileiro, cujas medianas das previsões ficaram em 4,1% e 5,0% para o piso e teto, respectivamente. O principal responsável pelo atual ciclo de expansão resume-se no aumento do crédito doméstico, ancorado por sucessivos cortes da taxa básica de juros, impulsionando consumo e investimento.

Apesar da interrupção momentânea na trajetória da taxa básica de juros em 11,25% ao ano, os industriais fluminenses acreditam na retomada dos cortes, ainda que marginalmente. Segundo a pesquisa, a Selic fechará 2008 entre 10% e 11%, suficiente para continuar o processo de redução dos juros reais.

O principal entrave ao relaxamento monetário reside na escalada das pressões inflacionárias, que em 2007 vieram sobretudo do grupo de Alimentos. Já este ano, os Preços Administrados devem apresentar maior expansão, devido a recente escalada dos IGPs2, aproximando-se do centro da meta. Por outro lado, a inflação de Alimentos, ainda que em tendência de alta, desacelerará na margem devido a maior oferta agregada e alta base de comparação. No tocante ao custo de Serviços, este também se apresenta em trajetória de redução, boa parte por causa da diminuição da inércia inflacionária.

Por último, observa-se a manutenção da baixa inflação dos produtos industriais, devido ao aumento de importações e investimentos com ganhos de produtividade. Assim, a pesquisa revela projeções do IPCA para 2008 em níveis confortantes entre 3,6% e 4,5%, ambas sem ultrapassar a meta oficial.

Sem dúvida, o câmbio ainda é o principal motor para conter a inflação, ainda que seu poder de transmissão tenda a se reduzir em 2008. Após redução nominal de 17,3% em 2007, a expectativa é de estagnação no patamar atual. Segundo os empresários consultados, um dólar custará em 2008 entre R$ 1,70 e R$ 1,80.

No front externo, a redução do saldo comercial iniciada no ano passado deve manter-se em grande parte devido à desvalorização da moeda americana e ao crescimento da demanda interna. Ainda assim, os empresários fluminenses, na linha com demais integrantes do mercado, projetam um bom saldo comercial para 2008, entre US$ 30 bilhões e US$ 36 bilhões. Neste sentido, as importações e exportações oscilariam entre US$ 135-140 bilhões e US$ 169-175 bilhões, respectivamente.

Entretanto, o resultado mais positivo das projeções relativas às contas externas está na manutenção do nível elevado de entrada de investimentos estrangeiros diretos (IDE) entre US$ 25-30 bilhões. O IDE é reflexo da confiança do capital produtivo internacional na capacidade de desenvolvimento da economia brasileira. Em 2007, o resultado preliminar aponta para algo superior a US$ 37 bilhões – recorde na série, superando todas as expectativas anteriores.

Por fim, reforçando as demandas do Sistema Firjan pelo avanço das reformas estruturais, os empresários alertaram para a possibilidade do superávit primário em 2008 ficar abaixo da meta de 3,8% pela primeira vez desde a instituição do programa. A escalada dos gastos públicos, principalmente em custeio e pessoal, contribuiu significativamente para o quadro, impedindo a redução da carga tributária e maior eficiência da política fiscal.

A pesquisa, em suma, revela as grandes oportunidades depositadas no ano que se inicia, ressaltando porém o crescimento e a má qualidade dos gastos públicos como o principal risco doméstico a ser enfrentado.

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